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Coronavírus avança e gera transtornos na economia globalizada

Por Idel Pinheiro
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SUL FLUMINENSE

O coronavírus (Covid-19) avança infectando pessoas pelo mundo e com a sequência de casos, inclusive no Brasil, o reflexo da epidemia mundial gera transtornos em diversos setores como a economia. A mais impactante delas é a queda das transações comerciais nas bolsas de valores, investidores temerosos em realizar novos negócios acompanham diariamente a alta do dólar. Na Bolsa de Valores de São Paulo, empresas tiveram ações reduzidas na faixa de 13% do valor de mercado.

Segundo especialistas, a globalização e a cadeia de produção mundial interligada nas fábricas, fornecedores e distribuidores contribuem diretamente para a flutuação instantânea da economia. Os impactos da doença fora da China gera instabilidade na economia. De acordo com a economista Eliane Barbosa, o reflexo do coronavírus é semelhante ao de outras epidemias ou desastres naturais. “A economia global está interligada e qualquer fato atípico pode gerar um impacto positivo ou negativo. O coronavírus agora espalhado pelo mundo tem reflexos na cotação do dólar e isso encarece produtos e insumos da indústria em toda sua cadeia produtiva. Há impacto também no turismo, com países como China e Itália praticamente sem pessoas nos principais pontos turísticos temendo a epidemia”, comenta.

A economia brasileira está inserida no contexto mundial e todos os produtos tem algum componente, peça que é importado. O custo final sofre variação conforme o valor do dólar. “O custo sobe quando ocorre a alta do dólar. Com o coronavírus crescendo, chegando a mais países, essa retração no mercado tende a se elevar. Produtos de informática e eletrônicos, completos ou somente peças, importados da China tendem a ser os mais impactados”, argumenta o também economista, Armando Pereira.

O Covid-19 avança principalmente na região da Ásia e Europa – Divulgação

PREJUÍZO NA PRODUÇÃO DE MEDICAMENTO


O Covid-19 já tem efeito em vários segmentos da economia brasileira e na região não é diferente. Empresários que importam produtos da China encontram dificuldades com o mercado restrito de produtos. A empresária Michelle Gattás, proprietária de uma rede de farmácias de manipulação teve de investir 40% a mais dos recursos habitual neste mês para garantir a compra antecipada de insumos. “Temos seis lojas na região, em Barra Mansa, Volta Reonda e Angra dos Reis. Como a produção de alguns insumos farmacêuticos foi interrompida (na China), pode acontecer sim a falta.Entretanto, como somos um grupo de seis farmácias, trabalhamos com um estoque maior e previsão para alguns meses. Logo que o vírus apareceu, já fizemos previsão e compra visando não haver essa falta em nossas lojas”, comenta.

Segundo a empresária, um medicamento indicado pela endocrinologia está entre os ameaçados pela escassez de insumos. “O orlistate, do sistema endócrino, por enquanto ainda não tivemos falta. Tivemos que fazer um investimento maior, para suprir por um tempo bem maior nossos estoques. Não diria prejuízo, mas nos obrigou a fazer um investimento mais ou menos de 40% a mais em compras”, argumenta a empresária que, caso a epidemia do coronavírus persista, adotará como estratégia novos fornecedores internacionais. “Tenho buscado contato com fornecedores no exterior, para importação independente, para ver se conseguimos amenizar as consequências futuras”, projeta Michelle Gattás.

ÁLCOOL GEL E MÁSCARAS

De acordo com o Farmácias APP aplicativo de vendas on-line de saúde e beleza do Brasil, as vendas de máscaras e álcool em gel refletem essa tendência, com alta exponencial em janeiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

O álcool em gel é um dos produtos mais procurados e comercializados devido a doença – Foto: Fábio Guimas

Nesse sentido, as máscaras de proteção tiveram destaque expressivo. A categoria registrou aumento de 117% no volume de vendas e de 113% no faturamento em relação a janeiro de 2019. Para o Farmácias APP, os resultados apresentados seguem a tendência de alta já registrada em 2019, acrescida do coronavírus. “No ano passado, esses itens registraram crescimento de 12%. Somando este dado com a epidemia do coronavírus, as vendas foram impulsionadas, atingindo este aumento tão significativo”, explica a companhia.

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