PORTO REAL/QUATIS
Uma mulher divulgou na manhã de hoje nas redes sociais que foi vítima de assédio sexual na ponte Francisco Fonseca, conhecida como ‘Ponte de Ferro’ que liga os municípios de Quatis e Porto Real, por volta das 8h20min do mesmo dia. Segundo ela, um homem passou a mão nas suas partes íntimas e tentou agarrá-la. Flávia Gracilliana de Paula Paiva tem 44 anos e é coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Quatis. Há pouco tempo ela havia realizado uma campanha orientando jovens sobre assédio contra a mulher.
O jornal A VOZ DA CIDADE conversou com Gracilliana horas depois do ocorrido, que teve registro feito na 100ª Delegacia de Porto Real, onde o caso foi configurado como tentativa de estupro. Ela explica que mora há 25 anos em Porto Real e que há mais de quatro anos trabalha em Quatis, no Creas, onde é coordenadora e assistente social. “Todos os dias faço esse caminho. Sempre vou de bicicleta, mas hoje resolvi não ir, e atravessei a ponte para ir pegar um ônibus até o meu serviço”, contou.
A coordenadora narrou que chegou a passar pelo homem, que estava de bicicleta, antes de passar na ponte. “Eu já estava no meio do caminho, sentido Quatis, quando ouvi uma voz me pedindo passagem. Cheguei para o canto e senti a pessoa arrastando o pé no chão, para frear a bicicleta. Ele se aproximou e passou a mão em mim, momento em que eu fique em estado de choque e quase cai da ponte”, lembrou. “Estava com algumas bolsas na mão e tudo caiu. Comecei a gritar e me proteger. Quando ele saiu correndo e pessoas chegaram para me socorrer”, completou.
A assistente social disse que não conseguiu trabalhar durante o dia e que foi até a delegacia registrar ocorrência do crime, que ficou qualificado como tentativa de estupro.
Há pouco tempo, ela e sua equipe realizaram um trabalho na cidade referente a campanha Laço Branco, onde foi realizada palestras orientando jovens sobre violência contra a mulher. “Não poderia omitir essa informação, pois precisamos alertar as pessoas sobre o que está acontecendo. Já chegou informação de que uma mulher passou por algo parecido na mesma ponte na semana passada”, disse.
A mulher finalizou dizendo que o homem tem entre 20 e 25 anos, pardo, e que a Polícia Militar passou pelos bairros o procurando. “O policiamento aqui é tranquilo. Não tenho o que me queixar quanto à segurança. Mas resolvi me expor por que quero que as mulheres tomem cuidado com o que está acontecendo e denunciem. Lutamos tanto pelos nossos direitos diariamente e não é possível ver que ao invés de estarmos avançando, estamos retrocedendo. É inadmissível”, concluiu.