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Contas de água e energia contribuem para alta taxa de inadimplência

Por Idel Pinheiro
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SUL FLUMINENSE

A situação financeira do brasileiro segue em recuperação, apesar do fim da recessão em meados de 2018. Segundo dados do Indicador de Inadimplência da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), ao menos 62,6 de brasileiros estão com o Cadastro de Pessoa Física (CPF) negativado junto aos setores de proteção ao crédito. Em dezembro, mês com alto apelo para as compras o país teve alta de inadimplência de 4,41%.

E a inadimplência das pessoas físicas teve como destaque a dívida com os serviços de água e energia elétrica. As contas básicas com serviços essenciais para o funcionamento da residência, como água e luz, foram as que mais cresceram no período, um avanço de 14,88%. Já as dívidas bancárias, que englobam cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e empréstimos, ficaram em segundo lugar no ranking, com crescimento de 6,81% na comparação anual. As dívidas contraídas no comércio e com boletos de telefonia, TV por assinatura e internet caíram -5,09% e -0,37%, respectivamente.

O equilíbrio das finanças, atrelado ao poder de renda, é a alternativa contra o endividamento – Reprodução

Para a economista Elaine Silvério, o endividamento das famílias após o período de crise pode ter contribuído para esta situação. “Pagar a conta de água e a de energia é primordial, assim como o aluguel para quem tem essa despesa fixa no planejamento mensal. Portanto, entendo que ficar negativado por estas despesas fixas mensais reflete o baixo poder aquisitivo das famílias, atrelado à falta de equilíbrios nos gastos”, comenta a profissional de Volta Redonda, orientando os endividados. “Quem está negativado deve tentar realizar acordo e quitar a dívida, o que geralmente acontece com algum desconto. Do contrário, opte em abrir parcelamento com valor que caiba no orçamento mensal, sem atrapalhar as outras contas”, comenta.


Em Itatiaia, a dona de casa Benedita Cavalcanti teve problemas com a fatura da conta de energia e ficou negativada no ano passado. “Eu e meu marido ficamos desempregados praticamente juntos, no meio do ano passado. Tivemos dificuldades em organizar as contas e a luz acabou sendo deixada em segundo plano por causa do aluguel. Felizmente, normalizamos tudo e espero um 2019 mais feliz”, comenta.

IDOSOS NEGATIVADOS

A estimativa por faixa etária revela que é entre os 30 e 39 anos que se observa a maior frequência de negativados. Em dezembro, mais da metade da população nesta faixa etária (52%) tinha o nome inscrito em alguma lista de devedores, somando um total de 17,8 milhões. Na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 32%.

Boa parte deles por ser credor ou ‘laranja’ em transações comerciais para familiares. “Meus filhos tem serviço de internet e telefonia assinados em meu nome. Deixaram atrasar diversas vezes e eu recebi carta do SPC/Serasa. Aí reclamo e pagam. É uma constante, mas qual família não tem isso? O povo não tem dinheiro”, conta a aposentada Iolanda Garcia, de Resende.

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