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Coluna Sassaricando – Oscar Nora – 18 de novembro de 2023

Por Andre
a voz da cidade
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Foto: Divulgação

Tudo bem que o comportamento do clima não é o mesmo de 50 anos atrás e que no mesmo período o mundo se transformou completamente em razão das alterações sociais e tecnológicas. Como o processo dessas alterações é contínuo, devemos aceita-las. Ainda que seja difícil aceitar os novos tempos da seleção brasileira de futebol.
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Acompanho o futebol desde 1950, quando a foz tonitruante do Jorge Curi ecoava na casa dos meus pais e dos vizinhos com as narrações das goleadas da seleção brasileira na Copa do Mundo daquele ano – 4 a 0 no México, 2 a 0 na Iugoslávia, 7 a 1 na Suécia, 6 a 1 na Espanha. Dava gosto ver nossa seleção jogar.
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Uma seleção fulminante. Dos 88 gols da Copa, a seleção brasileira marcou 22: Ademir Menezes, o artilheiro/9; Chico/4; Baltazar, Jajá de Barra Mansa e Zizinho/2 cada; Alfredo, Friaça e Maneca 1 gol. Com uma seleção como aquela, por que perdemos o título para o Uruguai? E pior, perdemos depois de estar vencendo a partida por um a zero e o empate nos bastava. Por que?
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O que aconteceu? Os supersticiosos culparam a troca do local de concentração na véspera da final e o uniforme que era da cor branca. Os mais técnicos culparam Flávio Costa. Na manhã do dia do jogo, quando os jogadores deveriam estar em descanso, o treinador levou todos eles para uma missa, assistida de pé, durante as duas horas do ofício religioso.
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A verdade é que o dia mais triste do Maracanã e do futebol brasileiro – 26 de julho de 1950 – foi o prenuncio para os dias alegres que viriam para a seleção brasileira. De fato, eles vieram transbordando craques e consolidando uma hegemonia de 52 anos com os títulos mundiais de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002.
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Esse tempo acabou em definitivo? A supremacia, a liderança, a influência preponderante do Brasil no mundo futebol estão apenas em um momento de breve repouso? Infelizmente não creio! Repito que o mundo gira e permanentemente se transforma. No futebol, até as bolas e as chuteiras atuais são bem diferentes daquelas dos anos 50.
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Antes dava para declinar com facilidade uma escalação da seleção brasileira. O leitor pode fazer o mesmo com a seleção que perdeu para a Colômbia na quinta-feira? É difícil, porque os jogadores da nossa seleção e das outras também, na verdade estão mais para a legião estrangeira. Até no sotaque que não é de carioca, paulista, mineiro, gaúcho ou nordestino.

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