SUL FLUMINENSE
Uma chuva que deixou muitas pessoas assustadas na tarde desta segunda-feira, 16. Durante 15 minutos choveu forte granizo e em boa quantidade a ponto de deixar o chão de cidades da região branco como a neve. Uma situação atípica para o mês de agosto e numa época ainda de inverno, mas já prevista desde a última semana e possível de acontecer devido a um sistema meteorológico chamado Cavado.
A afirmação é da meteorologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Caroline Vidal. Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE, ela contou que as condições da atmosfera já apontavam uma possibilidade de chuva de granizo na região. “Tivemos um ar quente e úmido próximo a superfície, no chão onde vivemos, e um ar mais frio nas camadas mais altas da atmosfera, entre cinco mil a dez mil metros de altura. Essa diferença de temperatura, entre a camada mais alta e a superfície fez com que se formassem nuvens mais desenvolvidas, com descargas elétricas e eventual queda de granizo, como aconteceu”, esclareceu.
Caroline citou que quem foi o responsável por trazer esse ar relativamente mais frio nas camadas médias e altas é um sistema meteorológico chamado Cavado. “Não foi uma frente fria foi esse sistema que favoreceu então esse ar mais frio em cima combinado com o ar mais quente embaixo, porque agora estamos no mês de agosto e a radiação solar começa a ficar mais intensa em relação ao pico do inverno e as temperaturas começam a subir um pouco mais. Além disso, as temperaturas estão mais altas devido aos ventos”, contou.
A previsão do tempo para esta terça-feira será de um dia um pouco mais úmido por conta da chuva, mas o tempo seco ganha força a partir de quarta-feira, com umidade do ar baixa e temperaturas mais elevadas.
OCORRÊNCIAS EM BARRA MANSA
A Defesa Civil de Barra Mansa informou que algumas ocorrências foram registradas após a forte chuva, com queda de árvore em estrada do distrito de Rialto e algumas casas que tiveram, os telhados danificados. “Geralmente tem previsão de granizo, mas hoje (ontem) não teve. Nossa equipe está nas ruas e levantamento as casas que estão em risco, onde houve destelhamento ou telhas danificadas. Não teve alagamento e até o momento não teve chamado de pessoas desabrigadas”, disse o secretário de Ordem Pública William Pereira.
SEM PROBLEMAS EM VOLTA REDONDA
Em Volta Redonda, segundo o coordenador da Defesa Civil de Volta Redonda, Rubens de Geraldo de Siqueira, disse que não foram registradas ocorrências. “Na cidade choveu granizo em determinadas áreas, percebemos que foi mais intenso na margem direita do Rio Paraíba do Sul”, contou.
Ele afirmou que a queda de granizo, embora atípica nessa época, pode acontecer. Rubens destacou que os efeitos climáticos de muita intensidade geram concentração de nuvens. “Estamos em um cenário diferente, em uma seca muito extensa, há quase dois meses com estiagem, tem concentração de nuvens em função de fatores climáticos, muito frio, muito claro. Com a concentração maior de nuvens pode ter um evento surpreendente, como o granizo”, explicou.
Ele contou que havia a informação da possibilidade de chuva, com pancadas na região Sudeste, com previsão de chuva moderada. “Foi o que aconteceu, mas quando tem a situação que tem o elemento climático como o granizo que cai e não tem como mensurar”, destaca, completando que a chuva se fez necessária e boa para começar a criar um cenário mais ameno.
Distrito atingido em Resende
Em Resende, no distrito de Engenheiro Passos, houve registro do tapete de gelo formado no chão. Os moradores ficaram assustados. O temporal veio acompanhado de granizo o que causou danos em varandas de duas residências. No entanto, não houve registro de desabrigados.
De acordo com a Defesa Civil, em 50 minutos choveu 40,5mm. A forte chuva acompanhada de granizo provocou a retenção de água na Rua Cornélio Lopes e ainda as pedras de gelo danificaram as varandas de duas casas. “Alguns minutos após o temporal, a água baixou. Já as duas casas tiveram o telhado da varanda feitos com telhas transparentes danificado com as pedras de gelo. No entanto, nenhuma pessoa ficou ferida. Só houve danos materiais”, contou o diretor da Defesa Civil, Flávio Germano da Silva.
O temporal deixou assustado os moradores daquele distrito. “O tempo começou a ficar cinza. Minutos depois que a chuva caiu, comecei a ouvir o barulho das pedras batendo na lataria do carro. Fiquei preocupado em amassar o carro, mas foi só o barulho”, disse um morador nas redes sociais.
Na área das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a grama e o pátio ficaram cobertos de pedras de gelo. Em um vídeo que circulou nas redes sociais é possível ver a quantidade de gelo que ficou acumulado.
