CCR RioSP inicia detonação de rochas na Dutra para ampliação da Serra das Araras

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PARACAMBI

Teve início na manhã desta quarta-feira, dia 5, a detonação de rochas para a realização das obras de construção das novas pistas de subida e descida da Serra das Araras, na Rodovia Presidente Dutra (BR-116), em Paracambi. Os serviços estão sendo realizados pela concessionária CCR RioSP, que administra a rodovia, e para serem executados exigiram a interdição da pista de subida por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no período das 11h30min às 13h30min. A obra tem o licenciamento da Agência Nacional de Transportes (ANTT) e o volume rochoso detonado foi de aproximadamente 500 m³.

Mesmo com avisos prévios da concessionária, muitos motoristas que trafegavam pela Dutra foram pegos de surpresa com a interdição na serra, que provocou uma retenção de cerca de dois quilômetros na pista de subida e de 500 metros na pista de descida. Além dos profissionais da CCR RioSP, todo o período de interdição, que aconteceu cinco quilômetros antes do local de detonação, teve suporte de várias equipes da PRF, que também monitorou a rodovia com um helicóptero.

A obra de construção das novas pistas da serra tem por finalidade permitir que a atual pista de subida, no sentido São Paulo, também seja utilizada para a descida. Orçados em R$ 1,5 bilhão, os serviços têm previsão de serem concluídos em 2029 e geraram a contratação de cinco mil empregos diretos e indiretos.

De acordo com o gerente de Engenharia e Obras da CCR Rio SP, Virgilius Morais, a duplicação das pistas da Serra das Araras teve início em abril, logo após a liberação das licenças ambientais, com supressão vegetal e limpeza do caminho de serviço. Nesta quarta-feira, no entanto, foi o dia de iniciar uma das atividades mais importantes para o avanço das obras. “Chegamos na detonação das rochas, que é uma atividade de risco, complexa e que exige todo um controle na área de segurança. Esse é o primeiro desmanche de rochas com uso de explosivos e, por isso, a rodovia precisou ser fechada para a operação ser realizada da melhor maneira possível”, disse.

Quatro faixas para descida e quatro faixas para a subida

Conforme explicou o gerente, dentro do prazo de cinco anos serão construídas quatro faixas para descida e quatro faixas para subida, além dos acostamentos. Com esse avanço, hoje a velocidade permitida da pista de descida, por exemplo, que é de 40 quilômetros por hora, será de 80 quilômetros, garantindo mais fluidez no trânsito e a diminuição do tempo para esse trajeto em 50%. Além das pistas, Morais acrescenta que também serão construídos 24 viadutos dentro dos oito quilômetros de serra, que farão a correção do traçado sinuoso nesse trecho da rodovia, onde há um desnível de cerca 300 metros de altura. Diariamente trafegam na Serra das Araras 14 mil veículos diariamente.

A próxima detonação está prevista para o dia 13 de junho.

Foto: Iam Martins

Interdições uma vez por semana em junho

De acordo com o cronograma da CCR RioSP. as interdições vão acontecer entre 11h30min e 13h30min, uma vez por semana durante o mês de junho, no entanto, a partir de julho, a previsão é que ocorram sempre de segunda a quinta-feira. Durante as sessões de detonação, a pista de descida da serra também será interditada em um tempo menor, 12h15min a 12h45min, para que as equipes possam monitorar os procedimentos de implosão.

Foto: Iam Martins

A recomendação da CCR RioSP e da PRF é que os motoristas evitem rotas alternativas e aguardem a liberação do tráfego, já que o tempo gasto para esse deslocamento seria similar ao tempo de espera até a reabertura da Via Dutra.

Motoristas na pista

O caminhoneiro Luiz Cláudio Januário, de 56 anos, foi o primeiro a ser impedido de seguir viagem com o veículo na pista de subida, para aguardar a detonação das rochas. Ele, que viajava de Itaboraí com destino a Volta Redonda, teve conhecimento da operação na terça-feira, dia 4. “Não tinha certeza do horário. Achei que seria um pouco mais tarde, arrisquei e agora vou ter que esperar”, disse, enquanto comprava um marmitex de um ambulante.

Veículos a espera da liberação da pista – Foto: Iam Martins

Já o empresário Thiago Ferraz, de 40 anos, que seguia do Rio de Janeiro para Barra Mansa, contou que chegou a calcular pelo GPS se teria tempo de passar pelo trecho antes da interdição, no entanto, por questões de segundos o carro de aplicativo em que ele viajava precisou parar.  “Eu cheguei nesta manhã de Florianópolis e o carro me pegou no aeroporto. Eu já sabia que ia ter a detonação, mas achei que daria tempo, resolvi arriscar e acabamos sendo o segundo carro na fila do bloqueio. Agora é ter paciência e esperar”, disse.

Oportunidade de negócios

Há quem não desperdiçou oportunidade de negócios – Foto: Iam Martins

Moradores da Estrada da Floresta, localidade próxima ao trecho de detonação das rochas, o casal José Antônio Ferreira, de 51 anos, e Ângela Rodrigues, de 34, aproveitaram o período de interdição da pista de subida da serra para garantir uma renda extra com a venda de marmitex. “Aproveitamos que o tráfego ia ficar parado bem na hora do almoço e fizemos as quentinhas para vender para os motoristas. Já trabalho com outros produtos no trânsito, mas hoje priorizamos os marmitex. Estamos com 25 unidades aqui, mas outros já estão sendo preparados”, disse Ferreira ao informar que cada marmitex tinha o custo de R$ 25.

 

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