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Carne bovina tem impacto na prévia da inflação de dezembro

Por Idel Pinheiro
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SUL FLUMINENSE

O preço da carne bovina vem apavorando os consumidores desde o fim de novembro em consequência da crise de suínos na China. Com a infecção do rebanho no país asiático, os frigoríficos brasileiros são mais requisitados para a exportação da carne bovina. Uma ação que intensifica a redução do produto nas prateleiras dos açougues, elevando o preço do quilo da carne.

A alta da carne vermelha é um dos principais fatores da prévia da inflação de dezembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 1,05% em relação a novembro (0,14%), a maior alta mensal desde junho de 2018 e o maior resultado para dezembro desde 2015.

Entre os itens de alimentação e bebidas, a alta foi de 2,59%. Além das carnes, que registraram alta de 17,71% em dezembro e contribuíram com o maior impacto individual no índice do mês (0,48 ponto percentual), contribuíram também produtos como o feijão-carioca (20,38%) e as frutas (1,67%). Já os alimentos que tiveram queda de preço foram a batata-inglesa (-9,33%) e a cebola (-7,18%). “A pesquisa mostra que outras despesas pesaram no bolso do consumidor como comer fora de casa e os gastos com transportes. A gasolina, por exemplo, teve alta de 1,49% e o etanol de 3,38%. A Petrobras anunciou aumento do gás de cozinha a partir de sexta-feira, mas o gás de botijão também ficou mais caro (0,32%), após o reajuste de 4% no preço do botijão de 13 kg, nas refinarias, em novembro”, comenta o economista Adolfo Ramos.


Para os consumidores seguindo os valores praticados a carne será vilão da inflação e do réveillon e até carnaval. “Tá tão cara que decidi brigar com o bife. Minhas crianças agora comem ovo. Será vilã não só da inflação, mas da minha vida também. Muito caro”, brincou o aposentado Francisco José Pereira, que antes consumia média de cinco quilos por semana. “Baixei pra três e agora só ovo e carne de porco, linguiça”, afirma.

REINCIDENTE

O IBGE já havia divulgado que o preço da carne bovina havia influenciado o IPCA-15 de novembro, na ocasião a inflação oficial do país subiu para 0,51%, após registrar alta de 0,10% no mês anterior. Foi o maior resultado para um mês de novembro desde 2015, quando o IPCA ficou em 1,01%. Para a economista Aline Bresciano, a tendência é que o mercado nacional siga com a carne bovina em alta. “A crise da carne suína na China deve levar um tempo a normalizar. O consumo tende a ser alto por lá, exportando carne brasileira. E também aqui, quando sabemos que os brasileiros adoram festas e o churrasco de fim de ano só faz crescer essa procura de carne vermelha. Penso que será o momento de a dona de casa pesquisar ainda mais, fazer estoque ou tentar trocar o produto na rotina”, finaliza.

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