VOLTA REDONDA
As direções dos sindicatos dos Metalúrgicos do Sul, Engenheiros de Volta Redonda, Metabase de Congonhas-MG, dos Vigilantes de Volta Redonda e dos Portuários do Rio, além das Centrais Sindicais CTB e CSP – Conlutas, que se reuniram em seminário, nos dias 18 e 19 de março, em Volta Redonda, aprovaram quatro notas sobre acontecimentos recentes, importantes, que marcam a história atual da vida da classe trabalhadora de todo o mundo.
A primeira diz respeito aos nove dias de paralisações, greves e mobilizações dos trabalhadores e trabalhadoras na França, contra o ataque violento aos seus direitos, aumentando e precarizando, ainda mais, as condições de trabalho. E contra a ação violenta e covarde contra o direito democrático à manifestação de opinião. Repúdio à Emmanuel Macron, apoio às lutas e greves dos trabalhadores franceses em defesa da previdência e liberdade aos presos políticos!
“Nós apoiamos a luta e a greve geral na França, que já dura nove dias, em defesa da previdência pública e repudiamos veementemente as ações repressoras e violentas do governo do presidente francês, Emmanuel Macron, que impôs por decreto uma reforma previdenciária que aumentou de 62 para 64 anos a idade mínima para aposentadoria. Repudiamos, também, a repressão das forças de segurança contra o movimento e exigimos a liberdade imediata de todos os presos políticos, bem como punição aos agressores e mandantes dessa violência”.
Quanto a revogação das reformas, aprovamos a seguinte nota de exigência ao governo Lula: Lula, revogue as reformas trabalhistas e previdenciária, já!
“Revogação imediata das reformas trabalhista e previdenciária, feita nos governos neoliberais de Temer e Bolsonaro, que foram propostas com a justificativa de que gerariam mais de 6 milhões de empregos no país, e que só serviram para o aumento do desemprego e a precarização das relações de trabalho. E sob o discurso de necessidade de diminuição dos direitos trabalhistas como única forma de ampliação dos postos de trabalho, como vimos, essa, não se confirmou na prática. O que vimos foi o desmonte dos direitos trabalhistas, constitucionais e previdenciários e da proteção social, trazendo insegurança e instabilidade ao trabalhador. Portanto, é urgente que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revogue todas essas mudanças na legislação trabalhista e previdenciária, que só trouxeram prejuízo à classe trabalhadora no Brasil”.
Um terceiro tema diz respeito ao trabalho escravo, sabemos que só no ano passado, foram encontrados 2.575 trabalhadores em condições análogas às de escravo, em um total de 462 fiscalizações realizadas em 16 dos 20 estados onde ocorreram ações. Apenas nos estados de AL, AM e AP, mesmo fiscalizados, não foram constatados casos de escravidão. Basta de escravidão! Punição aos donos das empresas brasileiras que escravizam!
“Não podemos mais aceitar que casos envolvendo trabalhadores e trabalhadoras em situação análoga à escravidão aconteçam no nosso país. Os mais recentes casos que chocaram todo o país, tanto em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, em meio à colheita de uvas que seriam utilizadas por famosas vinícolas, quanto a usinas de álcool e produtores de cana de açúcar dos municípios de Araporã, em Minas Gerais, e Itumbiara, Edeia e Cachoeira Dourada, em Goiás, que envolveram mais de 200 trabalhadores, cada um, não podem mais acontecer. Queremos deixar registrados o nosso repúdio a essa situação. Precisamos intensificar políticas de combate à escravidão e de proteção aos nossos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil. Os donos dessas empresas precisam ser severamente punidos e os trabalhadores recebam reparações pelos danos morais e humanos sofridos, imediatamente. Basta de escravidão. Exigimos a realização imediata de concursos para contratação de pessoal para intensificar a fiscalização, evitando novas catástrofes como essas”!
E, por último, reivindicamos políticas contra o ataque, à violência e o extermínio dos povos originários do Brasil, afirmamos: chega de genocídio dos nossos povos originários, quilombolas e indígenas, que foram política etnocida.