SUL FLUMINENSE
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou o resultado do Boletim Rio Exporta de maio. O Rio de Janeiro aumentou em 14% (US$ 9,3 bilhões) suas exportações e reduziu em 1% (US$ 6 bilhões) as importações de janeiro a abril deste ano, registrando saldo comercial positivo de US$ 3,3 bilhões, em comparação ao mesmo período de 2018. Com isso, a representatividade do estado no comércio exterior do país foi de 12%, sendo o segundo player com fluxo internacional mais expressivo, atrás apenas de São Paulo.
Segundo Flávia Cristina Lima Alves, especialista em Comércio Exterior da Firjan, o Rio sobrevive ao caos comercial internacional. “O boletim mostra que o estado do Rio está conseguindo manter um saldo positivo de comércio, a despeito do cenário de crise mundial, com disputas comerciais e elevação de tarifas”, frisa. De acordo com o estudo, no acumulado anual, o incremento de vendas externas foi ocasionado pela receita de produtos básicos (13%) e, principalmente, de produtos manufaturados (38%), com destaque para exportação de partes de motores e turbinas para aviação.
Neste setor, a GE Celma, situada em Três Rios, observa um aumento no volume de suas vendas desde o início do ano. “Adicionamos um mix maior de turbinas novas de alta tecnologia. Por ser de última geração, o valor agregado desse motor é superior aos demais”, ressalta Ricardo Keiper, diretor de Supply Chain da GE Celma.
Em contrapartida, o boletim aponta redução das exportações de veículos automotores para a Argentina, em decorrência da crise atravessada pelo país. A crise no país vizinho tem dificultado os projetos de expansão de produção e vendas nas indústrias do polo metalmecânico no Sul Fluminense, como a Nissan do Brasil, PSA Peugeot-Citroën e também Volkswagen Caminhões e Ônibus. Segundo o Boletim Rio Exporta, a queda nas importações se deve às menores aquisições de peças e partes de automóveis (-59.1%). “Podemos entender essa redução como reflexo da diminuição das exportações de automóveis para a Argentina”, explica Flávia.
Em termos de parceiros comerciais, o Rio aumentou as vendas de petróleo em 17% (US$ 6,2 bilhões), com a China aparecendo como país de destino de 74% da pauta exportadora do produto. Já quando se exclui o petróleo, os Estados Unidos despontam como o principal parceiro, com a venda de produtos semimanufaturados de ferro e aço. Nas importações exceto petróleo, o Rio incrementou suas aquisições originadas da Ásia em 395%, com destaque para a compra de plataformas de perfuração ou de exploração da China. “Observamos que o estado do Rio está alinhado à tendência do país no tocante a seus parceiros comerciais mais importantes: China e Estados Unidos”, analisa Flávia.