Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento
(Eclesiastes 12: 1)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os idosos são hoje no país 26,3 milhões o que equivale 13% da população. Desde o início de 1960, estamos vivendo cada vez mais. Quase não se fala o que o salmista dizia: “Viverei poucos anos aqui na terra” (Salmo 119:9). Não basta viver mais tempo. É preciso viver em comunhão crescente com Deus, superando todos os reveses da vida com a ajuda dele. Para muitos, a longevidade vem acompanhada daquele caminho de experiência e esperança descrito em Provérbios 4:18: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”.
-Para ter uma boa velhice é preciso começara prepará-la cedo, e não retardá-la o mais possível. Na metade da vida se terá de começar a refletir e a organizar a existência com vistas a um futuro ainda distante, em vez de se deixar levar integralmente pelo torvelinho profissional e social. Não podemos dominar a velhice senão por meio da obediência a ela. Não é fácil aceitar a velhice e ninguém consegue na primeira tentativa, sem superar o desprezo espontâneo. O envelhecimento começa a mais tenra idade e progride de modo muito desigual, conforme a constituição física e a pessoa, mas inexorável. Há alguns anos eu fazia coisas que não posso fazer hoje; Por outro lado, faço hoje coisas que dentro de alguns anos já não poderia fazer. Sim, na velhice há diminuições, há um “menos”.
-Solidão da velhice. A solidão na vida do idoso é algo inevitável, ela pode marcar presença na vida dele. As mudanças profundas que marcam a nossa época agravam o problema. Os filhos e os netos geralmente passam a viver a quilômetros de distancia. Muitos avós moram no seu velho casarão, que se tornou grande demais para eles, ou mudam-se para um apartamento, onde se sentem como passarinhos numa gaiola.
A esta altura devemos dizer alguma coisa em louvor à solidão. Pode ser benéfica para aprendermos a sentir felizes, mesmo sozinhos. A vida para muitos de nós foi de continuo estresse. Essa tensão ininterrupta cessa na velhice. Nesse período da vida, dispomos de tempo para meditar acerca do caminho percorrido e sobre o alvo da caminhada, trocar lembranças com nossa parceira ( caso Deus tenha nos dado a graça de viver a velhice a dois), ler bons livros, visitar amigos, falar com Deus. Mas, não podemos fechar os olhos para o lado negativo da solidão de pessoas idosas. Um número crescente de mulheres e de homens idosos vive sozinho, sem familiares que cuidem deles. Podemos ajudar pessoas que sofrem de solidão visitando-os. A pessoa idosa, como qualquer pessoa, sente-se feliz quando é amada e recebe atenção.
Podemos contribuir para que a solidão não se torne um fardo para nós; não abandonando a certeza de que Deus continua tendo uma tarefa para nós; procurando aprofundar na leitura da Bíblia; orando; procurando a companhia de outras pessoas, não só de idosos; não permitindo que desapontamentos nos deixem amargurados; perdoando; alegrando-nos com uma visita que recebemos; erguendo sinais pequenos sinais de amor em nosso ambiente; não fechando em nós mesmos, mas permanecendo abertos para Deus e para as pessoas e assim alegrando-nos ao pensar no céu e na bem-aventurança eterna.
Considero uma bênção poder ter passado a marca dos 70 anos de idade, com vigor físico, mental e espiritual. Com o desejo de buscar uma velhice saudável. Com Deus, familiares e amigos.
Reverendo Gerson Costa – Ministro Jubilado da Igreja Metodista Wesleyana- Pastor e Cantor evangélico – Contato com esta coluna: [email protected]/#