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Alunos da Escola Amélia Lage, em Angra, têm bate-papo com jornalistas

Por Tânia Cruz
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ANGRA DOS REIS
Alunos da Escola Municipal Amélia Araújo Lage, em Garatucaia, tiveram um bate-papo em sala de aula com jornalistas de Angra na quinta-feira, dia 14. A conversa foi sobre jornalismo e um desdobramento do jornalzinho escolar que os alunos criaram, em uma oficina do programa Avançar, da Secretaria de Educação, Juventude e Inovação da Prefeitura de Angra dos Reis.
O foco da conversa, conduzida pelos jornalistas Klauber Valente, responsável pelo jornal Tribuna Livre, e Alexandre Freitas Campos, assessor de Comunicação da Prefeitura de Angra, foi o jornalismo impresso. Também participaram a assistente do Ensino Fundamental, Juliana Pimenta Marciano; a coordenadora dos Anos Finais, Flávia Neves Rosa; a professora de língua portuguesa Maria Luiza Wilker e a diretora da Escola Municipal Amélia Lage, Solange Fragoso.
Os alunos apresentaram o jornal Notícias da Amélia, produzido por eles, com notícias sobre trilha no Caetés, consciência negra, oficina de capoeira e roda de samba, além de entrevista com um dos professores. Os alunos, do 6º e 7º anos, também fizeram cartazes com texto e fotos sobre alguns dos principais fatos contemporâneos e da história, como um tipo de jornal mural. A proposta foi exercitar a produção textual, e todos foram aprovados para o 7º e 8º anos do Ensino Fundamental
A produção dos alunos foi elaborada como parte do programa Avançar, uma iniciativa com oferta de oficinas de reforço escolar oferecidas no contraturno para alunos da rede municipal do 6º ao 9º ano. O programa começou a ser implementado em outubro, contribuindo para que os alunos superem defasagens na aprendizagem. Os estudantes responsáveis pelo jornal Notícias da Amélia estavam precisando de reforço em língua portuguesa.
“A gente precisa de mais produção textual e leitura em sala de aula. O ano letivo é corrido e esse tempo extra proporcionado pelo programa Avançar é fundamental para aprofundarmos o conteúdo e as atividades práticas”, explicou a professora Maria Luiza Wilker.
O programa Avançar surgiu da necessidade de reavaliar estratégias pedagógicas e promover o progresso na aprendizagem de alunos em matemática e língua portuguesa, mediante os resultados obtidos no Avaliar – Sistema de Avaliação da Rede Municipal de Ensino de Angra dos Reis. Os professores participantes passaram por treinamento com a equipe técnica da Secretaria de Educação, recebendo orientações sobre a metodologia de ensino utilizada no programa, além de sugestões de atividades para serem aplicadas nas turmas.
A professora Maria Luiza explica que a ideia do jornal surgiu da necessidade de haver, dentro do Avançar, um trabalho que motivasse os alunos a irem à escola no período da manhã, no contraturno (os alunos envolvidos estudam à tarde), para fazer atividades diferentes das que já fazem no período regular. A elaboração de um jornal foi um fator motivador. A docente já havia feito um jornal em outra rede de ensino na qual trabalhou e resolveu repetir a ideia em Garatucaia. Ideia essa pela qual os estudantes se interessaram prontamente. “Os alunos abraçaram o jornal e gostaram muito da experiência”, acrescenta.
Além de leitura e escrita, os estudantes exercitaram outros atributos, como foco e concentração. No encontro com os jornalistas, eles conheceram um pouco mais sobre a vida profissional na área. Klauber Valente e Alexandre Campos falaram sobre as principais características que um jornalista deve ter, como ser curioso e ter compromisso com os fatos; como surgem as notícias; o valor da informação para a sociedade; a importância dos hábitos de leitura e escrita; os perigos da desinformação, principalmente por meio das redes sociais; o que é preciso para atuar no jornalismo profissional; dentre outros pontos.
Os alunos estavam especialmente curiosos sobre o passo a passo de como se faz um jornal impresso. Valente, enquanto editor-chefe do Tribuna Livre, um dos principais veículos de comunicação da região da Costa Verde, falou sobre o processo de elaboração de seu jornal, da apuração das notícias à impressão na gráfica, passando pela diagramação, e mostrou detalhes do processo. “Pode não parecer, mas os jornais impressos continuam tendo muita relevância para a comunicação e para o jornalismo, especialmente no interior. Quando os estudantes têm interesse por escrever, produzir e saber como funciona a elaboração de um jornal, dá uma sensação de que o hábito da leitura de jornal está sendo restaurado. O projeto é uma semente plantada, tanto do hábito da leitura, para os alunos, quanto para outras escolas, que possam se interessar por iniciativas semelhantes. E o Tribuna Livre estará à disposição. Além do desenvolvimento do hábito da leitura, desenvolve-se também o hábito da escrita”, finalizou Valente.


 

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