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Alta de juros é criticada por Frente Parlamentar e lideranças de centrais sindicais

Por Franciele Aleixo
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BRASÍLIA

Uma coletiva de imprensa foi realizada na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, com parlamentares que integram a frente contra os Juros Abusivos e lideranças de centrais sindicais. Eles cobraram a redução imediata da taxa de juros Selic, fixada atualmente em 13,75% pelo Banco Central.

Durante o ato, foi lembrado que o Brasil tem a maior taxa de juro real do mundo (descontado a inflação) – maior que 9%. Também foi defendido que o Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central deveria ter responsabilidade e baixar a taxa Selic na reunião marcada para discutir esse tema no dia de hoje.

O presidente da Frente Parlamentar contra os Juros Abusivos é o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele ressaltou que, com a atual taxa de juros definida pelo Banco Central a União teve que pagar nos últimos 12 meses cerca de R$ 720 bilhões de juros para rolagem de sua dívida pública. Segundo ele, a alta taxa Selic “dificulta o alcance do equilíbrio fiscal e retira recursos que poderiam ser aplicados em políticas públicas para beneficiar a população”. “É inaceitável que o Banco Central mantenha essa taxa de juros em 13,75%, principalmente depois da inflação despencar a 3,94% no acumulado dos últimos 12 meses e termos uma expectativa de uma inflação neste ano menor do que 5%. Esperamos que nessa reunião de hoje, comece a redução de taxa”, disse o petista.

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que a mobilização da sociedade é importante para tentar sensibilizar o Banco Central sobre a importância da queda dos juros para o país. “Essa Frente cumpre um papel importante para mostrar que não é possível manter essa taxa estratosférica de juros, ao mesmo tempo em que temos todos indicadores econômicos favoráveis para uma redução. Não é uma decisão técnica, mas sim uma decisão política manter essa taxa em um momento no qual a inflação e o dólar estão caindo. A população precisa se unir a nós para pressionar por essa redução”, afirmou.


MAIS CRÍTICAS

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto foi criticado pelo líder da Federação PSOL-Rede, deputado Guilherme Boulos (SP). A acusação é de deliberadamente estar boicotando o crescimento do país para prejudicar o governo Lula.

Na coletiva o PDT foi representado pelo deputado Mauro Benevides Filho (CE). Ele apresentou número que comprovam que a atual taxa Selic não tem justificativa. Ele explicou que, na condição de professor da Universidade Federal do Ceará fez um estudo sobre a real taxa de juros que o Brasil necessitaria para se adequar a atual meta de inflação, estipulada em 3,25%. Segundo ele, no limite a Taxa Selic no Brasil poderia estar em 11%, muito acima dos atuais 13,75%. “Esses 2,75% a mais representam R$ 190 bilhões no pagamento de juros da dívida pública”, explicou.

Para os trabalhadores é alto o prejuízo dessa política de juros do Banco Central. A afirmação foi do presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues. “Essa política de juros alto atinge diretamente a classe trabalhadora, que depende, por exemplo, de financiar a compra de uma geladeira ou de um automóvel, por exemplo. E também prejudica o setor produtivo, que prefere investir no mercado financeiro do que na produção, gerando menos empregos no país”, protestou.

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