Após oito anos pré-candidata poderá disputar o pleito; ela listou as propostas de trabalho caso seja eleita
BARRA MANSA
Após oito anos afastada do processo eleitoral, a ex-deputada estadual e ex-prefeita de Barra Mansa, Inês Pandeló, retorna para o cenário. Ela é pré-candidata a uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) pelo Partido dos Trabalhadores (PT), no qual é filiada há 20 anos. Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE, se eleita, pretende ampliar as lutas que travou em seus três mandatos como deputada estadual em defesa das mulheres, do meio ambiente e no desenvolvimento econômico.
Pandeló se filiou ao PT quando iniciou sua caminhada em comunidade católica. “Acredito no partido porque ele é democrático, fez transformações que o Brasil necessitava e ainda tem a chance de fazer mais. Está sempre presente nas lutas populares. Sou uma das fundadoras do partido em Barra Mansa e fui porque me conscientizei que o cristão e a cristã precisavam olhar a política como um dever de todos. Nesse momento o partido estava surgindo e coincidiu com essa consciência adquirida que tive. Nunca entrei pensando em ser candidata e é meu único partido”, lembrou durante a entrevista, um espaço dado pelo jornal para os pré-candidatos a deputado estadual e federal da região falarem sobre propostas neste ano eleitoral.
Para ela, a política é um instrumento de transformação e foi assim que decidiu, após um período aceitar o convite para concorrer ao pleito. Sua primeira eleição foi em 88, quando ficou na primeira suplência. Em 92 se elegeu vereadora e foi a única mulher da câmara. A eleição de prefeita aconteceu logo em seguida, em 96. Em 2000 perdeu a reeleição, ficou dois anos sem mandato e em 2002 se elegeu deputada, conseguindo a reeleição em 2006 e 2010. “Nesse tempo em que estou sem mandato continuei na política, pois para mim não é apenas um cargo, é lutar para ajudar as pessoas. Coloco meu nome à disposição novamente neste ano porque entendo que nossa realidade está um retrocesso, com a retirada de direitos, incentivo ao ódio, volta da fome. Vendo essa chance histórica do Lula voltar à presidência temos como importante a necessidade de estar dentro do projeto de transformação do Brasil. E com a eleição do Marcelo Freixo no Rio, ele também precisará de ajuda na Alerj e quero contribuir”, apontou Pandeló.
PROJETOS E PROPOSTAS
Segundo a pré-candidata a deputada estadual, a região Sul Fluminense perdeu ao longo dos anos representatividade em termos de um mandato participativo. Inês Pandeló citou que não é desmerecer quem está eleito, mas o modo de fazer política não condiz com aquele que ela considera correto. “Tem uma visão diferente de mandato. Os meus sempre foram muito presentes, buscando levar as reivindicações da região, estando presente na vida das pessoas, sendo a porta-voz na Alerj. Essa forma de fazer política e muitas vezes a pessoa se elege e some, voltando a cada quatro anos”, argumentou.
Questionada sobre o que pretende lutar caso seja eleita, a pré-candidata resumiu apontando que seriam todas as lutas assumidas anteriormente, dando um reforço a mais. Como deputada, Inês foi presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e foram muitas conquistas, como a retomada do Programa Toda Mulher da TV Alerj; debates constantes de temas ligados a mulher; criação de 0800 para denúncias; o Diploma Leolinda de Figueiredo Daltro, criado para homenagear quem ajuda as mulheres; Audiências, campanhas, cartilhas sobre a Lei Maria da Penha que iniciava na época; a implantação do Centro Integrado de Atendimento à Mulher (Ciam) em Barra Mansa que está atualmente fechado; a Deam em Angra dos Reis. “Cada dia mais precisamos olhar a diversidade, então pretendo discutir a questão da mulher, mas com reforço; como mulheres negras, LGBTQIA+”, apontou, completando que assim será feito em outras áreas, como o Rio Paraíba do Sul.
Inês Pandeló lembrou que muitos parlamentares não sabiam que o Rio Guandu era fruto do Rio Paraíba. Ela contou então que presidiu comissão de ICMS Verde e fez audiências públicas nas cidades. Segundo a pré-candidata, é necessário ampliar essa conscientização ambiental, não trabalhando apenas pela calha do rio, mas pensando nas nascentes e matas.
Outro ponto, se eleita, será o desenvolvimento regional sustentável, com ampliação de trabalho. “Além disso, quero sempre estar presente nas lutas que forem aparecendo”, destacou, lembrando de estradas que conseguiu verbas para asfaltar, como a que liga Colônia a Rialto, Vila Nova a Santa Rita. “Agora quero retomar esse projeto de luta pelo asfaltamento de Santa Rita até Amparo, de Amparo a Quatis, Rialto a KM4”, conta.
INELEGIBILIDADE
Pandeló ficou impossibilitada de participar de pleito eleitoral porque estava inelegível por oito anos após uma denúncia de divisão de salários, conhecida como rachadinha, onde os políticos têm pessoas em seu gabinete e parte delas são fichadas e outra recebe o salário da divisão. O período já passou e ela pode retornar nas disputas.