PORTO REAL
O desembargador de plantão judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Paulo Baldez, negou no último dia 22 de junho, pedido de liminar de habeas corpus impetrado pela defesa de Adriano Arlei Serfiotis, um dos suspeitos de tentar extorquir R$ 2 milhões do prefeito Ailton Marques. Por ter sido dado entrada em plantão do TJ por conta do feriado na última semana, o processo correu a partir de segunda-feira e hoje, 26, a defesa de Adriano desistiu do pedido de habeas corpus, informando que apresentará novo pleito.
Anteriormente, a defesa alegava que Adriano está mantido indevidamente no cárcere na Casa de Custódia de Volta Redonda. Foi preso no dia 19 em Porto Real em cumprimento a um mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em atendimento a um pedido do Ministério Público. Além dele, outras três pessoas que são de Duque de Caxias e segundo informações estão foragidas, também são alvos da ação.
A defesa apresentou no pedido de liminar o fato que Adriano reúne condições para responder a ação penal em liberdade. Cita que é réu primário, tem residência fixa, atividade lícita definida e família constituída. Alegou ainda que Adriano Serfiotis tem problemas de saúde e faz tratamento por transtorno de ansiedade e síndrome do pânico.
A defesa aponta que Adriano Serfiotis, filho do ex-prefeito Jorge Serfiotis, falecido em 2017, não participou de prática de crime algum, “tendo se limitado a emprestar seu telefone celular a um conhecido que contatou a suposta vítima e marcou um encontro”.
ENTENDIMENTO DO DESEMBARGADOR
O desembargador Paulo Baldez em seu entendimento apontou que o pedido, em plantão judicial, não tinha requisitos para ser apreciado, pois nem havia cópia da denúncia completa para análise. Além disso, apontou não haver documentos que evidenciem a efetiva existência de risco de vida.
Procurado
A defesa de Adriano Arlei Serfiotis foi procurada, mas até a publicação dessa matéria não tinha se manifestado.
DETALHAMENTO DA AÇÃO
O processo do Ministério Público contra Adriano Serfiotis e outros três envolvidos divulgados na imprensa e confirmados pelo prefeito Ailton Marques, detalha como teriam acontecido a tentativa de extorsão e as ameaças. Tudo teria começado em 24 de abril, quando Ailton Marques foi chamado ao escritório de Adriano Serfiotis, com a desculpa de que empresários queriam investir na cidade. Lá estavam mais cinco pessoas, sendo os três denunciados. O grupo então cobrou de Ailton uma dívida de R$ 2 milhões, dinheiro este que teria sido pago para campanha eleitoral de Jorge Serfiotis. Ailton estava em sua chapa como vice-prefeito. Ailton então teria alegado que não sabia da dívida e foi então ameaçado de morte com armas de fogo por 1h10min.
Existem ainda provas de gravações telefônicas, já que o prefeito autorizou a quebra de seu sigilo telefônico. Uma delas foi no dia 1º de maio quando um dos envolvidos, um policial militar, o ligou fazendo novas ameaças e pedindo o dinheiro. No dia 2 de maio, um fato que chegou a mídia regional. Quatro homens foram parar na Delegacia de Porto Real, pois com um deles um funcionário da prefeitura teria visto uma arma. Três deles aguardavam na prefeitura, após chegarem de helicóptero, para falar com Ailton Marques. Foram soltos horas depois e a informação repassada à imprensa era de que um deles era empresário e queria investir na cidade. Mas nesse episódio os envolvidos eram os três homens de Duque de Caxias, o quarto era o piloto do helicóptero, e as investigações de extorsão já estavam em curso.
*Matéria atualizada às 19h28min