Você já deve ter ouvido falar que qualquer cirurgia ou procedimento, apresenta riscos. Por isso, é importante que o paciente compreenda quais são esses riscos antes de se submeter a uma cirurgia ou até mesmo a procedimentos minimamente invasivos. O médico cirurgião sempre deve solicitar exames pré-operatórios, para avaliar se há alguma contraindicação e fatores de risco, como obesidade, tabagismo, doenças genéticas, etc. Além é claro de colher uma completa história clínica do paciente.
Um dos eventos adversos de qualquer cirurgia é a Trombose Venosa Profunda (TVP). A TVP se caracteriza pela formação de trombos, ou seja, de coágulos de sangue. Estes coágulos podem se soltar e circular pelas veias. Caso o trombo atinja os pulmões, por exemplo, pode levar a uma embolia pulmonar. Quando atinge o coração, pode causar um infarto. No cérebro, pode levar a um acidente vascular cerebral (AVC). A consequência mais comum de uma TVP é a embolia pulmonar.
O tipo mais comum é a trombose venosa profunda que se forma na região das pernas ou na área pélvica, que corresponde de 80 a 95% dos casos. De acordo com o clínico geral, Gustavo Peixoto, uma boa circulação sanguínea é vital para a saúde. “Qualquer cirurgia pode levar a uma trombose, seja ela plástica ou não. Porém, a probabilidade aumenta se há outros fatores de risco associados, como tabagismo, uso de pílula anticoncepcional e histórico familiar, por exemplo, além da complexidade e do tempo da cirurgia”.
Segundo ele, de acordo com o histórico clínico, exames pré-operatórios e avaliação do médico, o paciente poderá ter contraindicação absoluta para uma cirurgia estética, por exemplo. “Porém, quando os exames estão bons e não há fatores de contraindicação, o médico cirurgião irá adotar medidas para prevenir uma trombose, como a prescrição de medicamentos anticoagulantes, uso de meias elásticas, caminhadas leves para melhorar a circulação e massagens nas pernas”, explica, informando que as primeiras 48 horas após a cirurgia são as mais importantes, pois é neste período que os trombos costumam se formar. Mas, isso pode acontecer até 14 dias depois do procedimento.
Trombose e avião
Um medo muito comum das pessoas é o de trombose em viagens de avião. Realmente um voo é um momento em que o risco deste problema aparecer é maior, já que a pessoa fica sem mover as pernas, o que prejudica o retorno do sangue venoso para o coração. O problema maior é em pessoas que tem alguma predisposição a ter trombose e estão em um voo. O sintoma mais comum é inchaço de panturrilha, acompanhado ou não de dor e calor local.
Para evitar o problema é use roupas confortáveis e um pouco mais largas, que não causem compressão, use meias elásticas medicinais, prescritas por médico e adequadamente calçadas, que ajudam no retorno venoso, tome bastante líquido, principalmente água. O líquido, além de hidratar, também motiva a pessoa a se levantar para ir ao banheiro, evite ficar mais de duas horas parado na mesma posição.
Trombose é emergência médica
Ao apresentar qualquer um dos sintomas, é preciso procurar um pronto-socorro imediatamente. A trombose venosa profunda é uma emergência médica. O tempo entre a manifestação dos primeiros sintomas e o início do tratamento pode fazer toda a diferença para um bom desfecho do quadro.
Alguns fatores de risco para a TVP
Além das cirurgias em geral, veja abaixo outros fatores de risco para a trombose venosa profunda:
– Obesidade;
– Sedentarismo;
– Tabagismo;
– Gravidez;
– Longos períodos sem mexer as pernas (viagens longas);
– Imobilização, pessoas acamadas;
– Uso de hormônios, como pílulas anticoncepcionais;
– Histórico familiar;
– Problemas circulatórios (varizes);
– Câncer;
– Doenças genéticas ou autoimunes que alteram a coagulação sanguínea;
– Pessoas com idade acima de 40 anos