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Museu da Língua Portuguesa participa da 16ª Flip, em Paraty

Por Mônica Vieira
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PARATY

O Museu da Língua Portuguesa, em reconstrução em São Paulo, participa pela segunda vez da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), com ampla programação educativa e cultural. Na Casa da Cultura, no Centro Histórico de Paraty, o Museu exibe pela primeira vez no Brasil a exposição “A Língua Portuguesa em Nós”, formada a partir de seu acervo e que atualmente percorre Cabo Verde e Angola, e chega em agosto a Moçambique. A 16ª Flip será realizada entre os dias 25 e 29 de julho de 2018.

A participação do Museu da Língua Portuguesa na Flip é uma parceria da Fundação Roberto Marinho, Governo do Estado de São Paulo e Ministério das Relações Exteriores, com patrocínio da EDP, Grupo Globo e Itaú Cultural e apoio do Governo Federal, por meio da lei federal de incentivo à cultura.

O Museu também se inspira no reconhecimento de Paraty como Cidade Criativa da Gastronomia, título concedido pela Unesco em 2017, para promover duas mesas literárias na Casa da Cultura, que tratam da relação entre literatura e culinária, e uma ação que se estende por toda a cidade: a criação do menu Museu da Língua Portuguesa, adotado por 25 restaurantes de Paraty que vão criar pratos inspirados na culinária de um país onde se fala português e harmonizá-lo com um livro do país ao qual o prato se refere.

A agenda cultural do Museu da Língua Portuguesa na Flip contempla também apresentações musicais de artistas atuantes em Paraty, com ritmos africanos e afro-brasileiros. Além dos espaços da Casa da Cultura, no sábado (dia 28/7), no Auditório da Praça, o sarau “Inculta e Bela” faz um passeio afetivo pelo nosso idioma, com uma seleção atemporal de autores de língua portuguesa, que homenageia também os 20 anos do Prêmio Nobel concedido ao escritor português José Saramago.

LITERATURA E GASTRONOMIA

Com curadoria da jornalista Mirna Queiroz, editora da Revista Pessoa, o Museu promove duas mesas literárias na Casa da Cultura. Quinta-feira (26), às 16h, “Literatura é para comer” debate como a gastronomia e literatura se entrelaçam. Com mediação da jornalista Mariana Filgueiras, os convidados são os escritores João Carrascoza, autor de mais de 30 livros, como “Hotel Solidão”; Alexandre Staut, autor de livros como “Banquete com índios e outras histórias da gastronomia brasileira”, sobre a formação e a história da gastronomia nacional; e Júlia Hansen, poeta com livros publicados em Portugal e no Brasil.


Já na sexta-feira, também às 16 horas, a mesa “Tratados afetivos” fala sobre a relação da culinária com lugares e épocas e discute a construção da identidade e da memória. A conversa vai reunir os escritores Geovani Martins, autor carioca revelado na elogiada coletânea de contos “O Sol na Cabeça”; Isabela Figueiredo, moçambicana radicada em Portugal, autora de livros como “A Gorda”; e Marcelo Maluf, que assina títulos como “A imensidão íntima dos carneiros”, entre outros. A mediação é da especialista em Teoria Literária Luciana Araujo Marques.

Já o sarau “Inculta e Bela” vai ocupar o Auditório da Praça (em frente à Praça da Matriz) no sábado, 28/7, às 22h. O encontro literário costura trechos de autores de língua portuguesa das mais diversas épocas e estilos – de Fernando Pessoa a MC Marcinho, passando por Caetano Veloso e Carlos Drummond de Andrade – e homenageia os 20 anos do Nobel de Literatura conquistado pelo português José Saramago.

O visitante que provar o prato também poderá ganhar um livro representativo da literatura do respectivo país, de clássicos como Clarice Lispector a novos nomes como o angolano Ondjaki. Veja a relação completa dos restaurantes em http://museudalinguaportuguesa.org.br/

CÁPSULA DE SOTAQUES

Com consultoria de conteúdo do compositor, escritor e professor de literatura José Miguel Wisnik, a exposição “A Língua Portuguesa em Nós” faz um passeio pela presença da língua portuguesa no mundo, o contato com outras línguas e a participação do idioma na formação cultural brasileira. Na área Culturas, dois filmes originais do Museu da Língua Portuguesa – Música e Culinária – abordam a relação entre idioma e identidades. A exposição itinerante percorre atualmente Cabo Verde e Angola e chega a Moçambique em agosto.

Em Paraty, o conteúdo ganhou um módulo especial a respeito da gastronomia local. Cidade importante no período colonial, Paraty ficou isolada após o ciclo da mineração, até ser redescoberta pelo turismo nos anos 1970, o que lhe permitiu manter sua identidade cultural, como uma cozinha paratiense autêntica, com influência caiçara e canavieira.

O visitante da exposição é também convidado a fazer parte do Museu da Língua Portuguesa. Na cápsula de coleta dos falares, o público pode gravar um depoimento, que será incorporado ao Museu (com conclusão de reconstrução prevista para 2019).  O objetivo é formar um mosaico de sotaques e falares do idioma em diversas partes do mundo. Na Flip, poderão ser vistos os registros já feitos na exposição em Cabo Verde e Angola e que vão enriquecer o Museu com sotaques de países da África. A exposição permanece em cartaz na Casa da Cultura até dia 2 setembro.

 

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