Setor da Construção Civil teme demissão em massa

Impasse mínimo com o Sindicato da categoria impede trabalhadores de terem reajuste ainda este mês e pode levar a demissões

Por Tânia Cruz
construção civil teme demissão em massa

VOLTA REDONDA
Após semanas de intensas negociações, o Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário do Sul Fluminense (Sinduscon-SF) aceitou a proposta encaminhada pelo próprio Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem Industrial e Construção Pesada de Volta Redonda e Região, que previa um reajuste linear de 5,18% para salários e benefícios.
De acordo com a presidente do Sinduscon-SF, Elissandra Candido, a proposta, embora desafiadora, foi recebida com responsabilidade pelo patronal, que atuou de forma incisiva junto às empresas associadas para evidenciar a gravidade do momento. Disse ainda, que o sindicato patronal empenhou-se na articulação para concluir e aprovar a Convenção Coletiva de Trabalho ainda dentro do mês de julho, com o objetivo de assegurar o reajuste salarial aos trabalhadores já no mês da data-base, ao mesmo tempo em que preservava a segurança jurídica das empresas do setor.
A presidente lembrou ainda, que, no entanto, no último dia 15, após sinalização positiva por parte do sindicato patronal, foi convocada uma assembleia pelo Sindicato dos Trabalhadores, na qual a proposta, originada pelos representantes dos trabalhadores e aceita pelo Sinduscon-SF, foi rejeitada por apenas dois votos de diferença.
PERPLEXIDADE E FRUSTRAÇÃO
Elissandra destacou que a decisão causou perplexidade e frustração no setor patronal. “Estávamos prontos para oficializar o acordo e aplicar o reajuste ainda este mês. Essa nova rejeição inesperada trava todo o processo, prejudica os próprios trabalhadores e coloca as empresas em situação de vulnerabilidade jurídica e econômica”, destacou a presidente Elissandra Candido.
Disse também a presidente que, a instabilidade não afeta apenas números; ela ameaça empregos, paralisa obras e enfraquece a confiança de um setor que sustenta o desenvolvimento do país. Lembrou também que não há mais margem para negociação, o que adia o reajuste salarial e amplia a instabilidade no setor. “O cenário é especialmente delicado, uma vez que a Construção Civil já enfrenta uma crise significativa, marcada por juros altos, insegurança jurídica e impactos internacionais, como o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, afetando diretamente a cadeia produtiva”, explicou, ressaltando que o grande temor, segundo lideranças empresariais, é a possibilidade de demissão em massa. “Empresas que já operam no limite não suportam indefinições prolongadas. A ausência de uma convenção firmada compromete a previsibilidade dos contratos, o que pode levar a cortes severos”, alertou Elissandra, destacando que o Sinduscon -SF reforça seu compromisso com o diálogo e a responsabilidade institucional, mas enfatiza a necessidade de que a representação dos trabalhadores atue com foco em resultados concretos, priorizando o interesse coletivo e o equilíbrio do setor.
Vale lembrar que participaram da reunião recente para tratar das negociações, além da presidente Elissandra Candido e os diretores Paulo Anderson Garani e Alexandre Machado pelo Sinduscon -SF, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Zeomar Tessaro, e os representantes Sebastião Paulo, Sebastião Monteiro e Carlos Henrique.

 

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