NOVA IORQUE
No mês que marca os 14 anos do início da guerra na Síria, o secretário-geral da ONU, António Guterres, emitiu uma nota afirmando que o conflito, que “começou como um apelo pacífico por mudança, se transformou em um dos conflitos mais arrasadores do mundo”.
Guterres ressaltou que a guerra foi marcada pelo uso de armas químicas e bombas que mataram indiscriminadamente mulheres, homens e crianças. Além disso, cercos prolongados levaram muitas pessoas à fome, com alimentos e remédios sendo usados como “armas de guerra”.
O líder da ONU destacou que o bombardeio de hospitais, escolas e residências eliminou qualquer vestígio de uma vida normal. Ele também lembrou dos apelos “firmes e corajosos” do povo sírio por liberdade e dignidade ao longo desses anos.
Desde 8 de dezembro, segundo Guterres, há uma esperança renovada de que o país possa trilhar um caminho diferente, com a chance de reconstrução, reconciliação e a criação de uma nação onde todos possam viver em paz.
O secretário-geral alertou que nada pode justificar a matança de civis, como ocorreu nos recentes massacres. Para a ONU, toda a violência deve cessar, e Guterres pediu uma investigação independente e imparcial das violações cometidas.
Ele destacou que as autoridades interinas se comprometeram, reiteradamente, a construir uma nova Síria sobre bases inclusivas e confiáveis. Dirigindo-se aos líderes sírios, afirmou que “é hora de agir” por meio de “medidas ousadas e decisivas” para garantir que todos, independentemente de etnia, religião, filiação política ou gênero, possam viver sem medo.
Por fim, Guterres reafirmou que a ONU está pronta para trabalhar ao lado do povo sírio, apoiando uma transição política inclusiva que assegure a prestação de contas, promova a “cura nacional” e estabeleça as bases para a recuperação e reintegração de longo prazo da Síria na comunidade internacional.
* Luciano R. Pançardes – Editor-chefe