VOLTA REDONDA
Os índices de poluição do ar nos últimos meses, no município, provocados pelo pó preto da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) estão movimentando ambientalistas de todas as localidades para um ato a ser realizado no próximo dia 21, com concentração, a partir das 9 horas, na Praça Brasil, no bairro Vila Santa Cecília. Com a chegada do inverno, estação seca do ano, e a diminuição das chuvas a partir do mês de abril, a quantidade de poluição, partículas em suspensão, no ar aumenta muito causando diversos transtornos não só à população, mas também aos animais e plantas em geral.
Em função do agravamento desta crise ambiental, a população de Volta Redonda e diferentes segmentos da sociedade, mesmo com o anúncio de ações por parte da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) de ‘melhorar a qualidade do ar’, mais uma vez aderiram ao protesto contra a poluição a ser
Realizado na cidade. O ato está sendo convocado, a partir do Movimento Sul Fluminense Contra a Poluição, a exemplo do que ocorreu no ano passado com a mobilização popular contra o ‘pó preto’ da CSN.
Membro do Conselho de Defesa do Meio Ambiente de Volta Redonda e do Movimento Sul Fluminense Contra a Poluição, José Arimathéa Oliveira, informou ao A VOZ DA CIDADE que, o ato tem como objetivo principal mobilizar a sociedade de Volta Redonda sobre os altos índices de poluição a que a cidade está submetida pela gestão ambiental da CSN.
Arimathéa ainda declarou que, este movimento quer também chamar a atenção do governador Cláudio Castro e do secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, para que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) cumpra sua função fiscalizadora frente ao possível descumprimento de parâmetros ambientais, por parte da CSN.
ATO COM MAIOR ATO PÚBLICO DOS ÚLTIMOS 20 ANOS
Disse também Arimathéa que o Ministério Público Federal (MPF) também já foi acionado por diversas entidades da sociedade civil. “Apenas em 2024 já tivemos duas ou três reuniões com o Procurador Federal, Jairo da Silva, que acompanha os processos que envolvem a CSN e o impacto da poluição gerada pela empresa. Temos acompanhado a evolução do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a CSN e o Inea, que tem como prazo final o início do segundo semestre”, explicou Arimathéa, lembrando que o Movimento Sul Fluminense Contra a Poluição, realizou ainda atos nos anos de 2022 e de 2023, sendo esse último considerado o maior ato público dos últimos 20 anos na cidade.
Ambientalistas lembram que, a movimentação diante do grave problema ambiental em Volta Redonda, tem provocado a mobilização e engajamento nas redes sociais da população em geral, como aglutinado vários setores da sociedade civil como associações de moradores, pastorais da igreja, legisladores municipais e estaduais, movimentos sociais, sindicatos, grupos de ambientalistas, entre outros.
QUEIXAS E COBRANÇAS
Vale ressaltar que, recentemente, depois de queixas da população e cobranças do prefeito Antonio Francisco Neto, a CSN, através de nota, anunciou ações imediatas e a médio prazo para ‘melhorar a qualidade do ar’. Mesmo assim, o fato provocou reações dos moradores. “Acabei de chegar de um encontro de antigos participantes das Comunidades Eclesiais de Base, falei com quase todos os participantes e pedi para divulgarem a manifestação do dia 21 de julho em seus bairros, mesmo diante da nota da CSN. Vamos encher a praça e mostrar nossa força”, declarou a moradora do bairro Belmonte, Júlia dos Santos.
A mulher lembrou ainda, que os moradores da cidade estão adoecendo, os postos de saúde e hospitais estão cheios de pessoas com doenças respiratórias, que já estão virando crônicas. “Na nossa rua há crianças que não tinham problemas respiratórios e agora vivem doentes”, concluiu a moradora.
