ESTADO
Parlamentares, idosos e cuidadores se reuniram nesta quarta-feira, 14, durante audiência pública Comissão de Assuntos da Criança, do Adolescente e do Idoso, da Alerj. O deputado Munir Neto (PSD), presidente da comissão, apresentou o projeto do Centro de Cuidado à Pessoa Idosa com Alzheimer, criado em Volta Redonda quando ele era secretário de Ação Comunitária para que ele possa ser implantado em outros municípios. O pedido foi feito pela promotora Cristiane Branquinho. A audiência discutiu a violência contra a pessoa idosa e a situação das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).
A Audiência contou com a participação de representantes do governo estadual, da Fundação Leão XIII, secretárias municipais de Assistência Social, Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa e Conselhos Municipais de Idosos, Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas do Rio de Janeiro (Faaperj) e Associação de Cuidadoras. “A questão da violência é complexa, existem vários tipos: física, econômica, psicológica e sexual. Essas violências ou estão na base das causas ou agravam os quadros de demência e causam enorme sofrimento à pessoa idosa. Está mais do que na hora da sociedade se mobilizar por soluções definitivas”, frisou o deputado Munir.
A promotora Branquinho ressaltou a importância de projetos como o criado por Munir em Volta Redonda, uma vez que há uma alta nos casos de demência nas ILPIs de todo o estado.
A neurologista, geriatra e diretora Científica da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz-RJ), Vilma Camara promoveu uma palestra sobre os impactos da violência na saúde do idoso. A médica denunciou maus-tratos nos asilos, além da falta de oferta de alimentos e de cuidados higiênicos e médicos nas unidades. “Além disso, há pouquíssimas ILPIs públicas. Precisamos incluir os idosos, as equipes multiprofissionais têm que reconhecer as formas de agressões”, comentou. Para ela, uma das soluções é promover uma melhor formação e capacitação aos cuidadores e familiares.
CRIMES CONTRA IDOSOS
Os crimes contra idosos estão aumentando. Esse tema também foi tratado na audiência pública. O advogado e presidente da Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da Barra da Tijuca, Patrick Berriel, lembrou que os principais golpes são a apropriação indevida dos bens do idoso, a falsificação de procuração em cartórios, além das fraudes pela internet e pelo telefone. E as denúncias precisam acontecer porque esses crimes são cometidos dentro de casa e a polícia e o Ministério Público precisam estar cientes dos números reais.
ALERJ INSTALA CPI DO RECONHECIMENTO FACIAL
Foi instalada hoje na Alerj a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Reconhecimento Facial nas Delegacias, requerida pela deputada Renata Souza (Psol). Foram eleitos os deputados Munir Neto (PSD) e Márcio Gualberto (PL) para vice-presidência e relatoria, respectivamente. De acordo com Renata, que vai presidir o colegiado, é pouco transparente o processo como se dá esse reconhecimento fotográfico.
“Queremos saber como um banco de dados é criado no âmbito das polícias para que apresente uma cartela de fotos para reconhecimento. Neste sentido, pretendemos investigar como se processa esse banco de dados, como essa pessoa é transformada em suspeita e tem essa foto como única prova para incriminá-la ou condená-la. Temos casos em que a pessoa sequer passou por uma delegacia de polícia e foi um reconhecimento fotográfico que garantiu condenações a esse cidadão. Precisamos entender como isso está sendo utilizado no sistema de Justiça, como um todo, mas também dentro das delegacias de polícia”, pontuou.
O deputado Munir Neto mostrou sua preocupação com o tema e disse que é a primeira CPI que ele participa
A CPI pretende apresentar na próxima semana um plano de trabalho.
