Na época do Império Romano, enquanto Roma se enriquecia a classe Senatorial recebia regalias. A classe Equestre, formada pela nobreza e comerciantes, tinha acesso aos cargos públicos. Para a Plebe, constituída pelos trabalhadores e camponeses, era oferecida a política do Pão e Circo.
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Os Imperadores bancavam tudo, até a comida. Mas não era picanha, era pão mesmo. O circo eram os sangrentos duelos dos gladiadores, entre si ou contra animais, e incríveis corridas Fórmula Biga. Tudo de graça. Embora fosse a classe mais inferior da sociedade romana, sem direitos, a plebe representava a maioria da população e por essa razão tinha um grande valor político.
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Trocando em miúdos, infelizmente a corrupção sempre foi e continua sendo uma indecência inerente ao ser humano. Portanto, é praticada em diferentes cenários, da política ao esporte. Diante dessa realidade, não causa surpresa o que está acontecendo no Brasil com a proliferação de empresas bancando apostas.
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Sempre houve corrupção no esporte brasileiro, especialmente futebol, mas agora a manipulação de resultados ganhou um patamar tão alto que chega a fazer inveja a certos futebolistas europeus. E cora de vergonha a turma britânica da casa de apostas “Ladbrokes”, a turma italiana do “Totocalcio” e a turma brasileira do nosso “Jogo do Bicho”.
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Paolo Rossi – lembram dele? – jogador ídolo no futebol italiano, no fim dos anos 70 foi suspenso por 3 anos por participar de um esquema de fraudes com apostadores na loteria esportiva italiana. Daniel Sturridge, atacante do Liverpool, pelo mesmo motivo foi punido em 2020 com quatro meses de suspensão de todas as atividades do futebol e multa de 856 mil reais.
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Kieran Trippier, jogador de futebol – inglês e Martin Demichelis, ex-jogador de futebol e técnico – argentino, fazem parte da lista. Demichelis, zagueiro campeão da Premier League com o Manchester City, recebeu por fora e por dentro. Ou seja, na mesma sacanagem fez 29 apostas de futebol ao longo de três semanas.
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Antigamente, quando um jogador fazia uma bobagem inacreditável, o torcedor enfurecido dizia: “- esse cara tá comprado!”. Mas era uma expressão apenas de desabafo sem a intenção direta de acreditar que, de fato, fosse um ato de corrupção como esses que estão sendo revelados agora.
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O futebol não pode apodrecer pela leviandade desses criminosos. O Artigo 171 do Código Penal é farto em parágrafos e incisos para rotular e punir severamente todos eles. Que neste final se semana possamos torcer nos jogos Bahia x Flamengo, Fluminense x Cuiabá, Vasco x Santos, Goiás x Botafogo, Brusque x Volta Redonda e Resende x Democrata, com a certeza de que não somos otários.