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ONU diz que Europa e América do Norte devem sofrer mais danos pela poluição do ar

Por Andre
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NOVA IORQUE

Os países da Europa e da América do Norte devem sofrer danos de longo prazo da poluição do ar para a saúde humana, ecossistemas e agricultura. Um quadro que agrava a mudança climática.

Os dados são de um novo relatório da Convenção do Ar da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, Unece.

Redução de emissões

Para evitar que isso aconteça, o estudo recomenda mais medidas de redução de emissões a setores como agricultura, energia, transporte e navegação. A lista inclui ainda amplas mudanças sociais em áreas como alimentação e calefação. O levantamento foi preparado nos últimos três anos pelos principais cientistas e formuladores de políticas da região.

A secretária executiva da Unece explica que como a legislação atual na região europeia e na América do Norte não será suficiente para atingir essas metas. Para proteger a saúde e os ecossistemas da poluição do ar, será preciso mudar em setores-chave.

Para Olga Algayerova, propostas que considerem a mudança climática, perda de biodiversidade, energia, transporte, agricultura e políticas de gestão de nitrogênio podem oferecer as reduções de emissões mais substanciais e econômicas.

Recuperação de ecossistemas

O monitoramento confirma que as ações de redução de emissões resultaram em concentrações mais baixas para a maioria dos poluentes.


Os ecossistemas aquáticos e terrestres sinalizaram alguma recuperação da acidificação desde a década de 1990. No entanto, ainda existem riscos causados pela deposição de nitrogênio em mais de 50% dos ecossistemas da Europa.

As reduções de emissão de nitrogênio, especificamente amônia da agricultura, precisam ser maiores para permitir a recuperação dos ecossistemas e prevenir os efeitos de desequilíbrios de nutrientes na qualidade das águas superficiais e subterrâneas. Outras áreas são biodiversidade, árvores e resiliência de florestas estressando fatores como seca, incêndios florestais ou surgimentos de pragas.

As temperaturas mais altas devido à mudança climática agravam esses efeitos, aumentando a probabilidade desses fatores de estresse, como demonstrado pelos muitos incêndios florestais de verão no Hemisfério Norte, nos últimos dois anos.

Riscos à saúde

Em 2015, o relatório constatou que mais de 90% da população da região europeia estava exposta a níveis de partículas finas que excedem as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, OMS, com consequências terríveis para a saúde. Dentre elas, doenças respiratórias e cardiovasculares, câncer e mortes prematuras.

Em 2021, 96% da população urbana da União Europeia foi exposta à poluição por partículas finas acima do nível recomendado pela OMS.

Além dos riscos à saúde, o excesso de emissões também impacta na agricultura.

Em 2015, cerca de 23,8 milhões de toneladas de trigo podem ter sido perdidas por conta da poluição. O volume é maior que a produção anual da Ucrânia, de 21,8 milhões de toneladas.

 *Luciano R. Pançardes – Editor chefe

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