BARRA MANSA
O médico veterinário de Barra Mansa, Fernando Franco, falou ao A VOZ DA CIDADE sobre casos de leishmaniose canina no município e ressaltou algumas dicas importantes para evitar que os animais contraiam a doença. O veterinário explica que enxerga a situação “sob controle” na cidade, contudo afirmou que os cuidados devem ser mantidos. A enfermidade é provocada por um protozoário do gênero Leishmania, transmitido pela picada do chamado ‘mosquito-palha’, nome popular da Lutzomyia longipalpis.
Além de picar os cães, o mosquito-palha também ataca os seres humanos, transmitindo a doença entre as espécies. Em ambos os casos, o problema pode ser fatal. “Esse é um mosquito mais do crepúsculo, que começam a aparecer mais depois das 18 horas. É importante se atentar em manter o quintal limpo e principalmente evitar criar alguns animais, como, por exemplo, as galinhas, uma vez que esse inseto é atraído pelos dejetos”, disse o veterinário, completando que vegetação alta também atrai o mosquito.
De acordo com Fernando Franco, o tutor do animal precisa estar atento a alguns sinais clínicos em cães, que indicam a doença, como: desânimo, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento progressivo, perda de massa muscular, descamações na pele, feridas no focinho, orelhas, região das articulações e cauda, além da perda de pelos, o crescimento exagerado das unhas, vômito e diarreia. “O mosquito pica o cão e aloja um protozoário no intestino”, citou o médico.
Além da vacina e manter o quintal limpo, o veterinário ressalta que a utilização de repelentes e telas nas janelas também é bem-vinda. “Preconizo muito também o uso da coleira antiparasitária, mas não é qualquer uma que serve para combater esse mosquito”, disse ele, completando que é necessário fazer uma pesquisa e se informar bem na hora de comprar a coleira. “Existe umas três ou quatro marcas no mercado que ajudam muito”, comentou.
Casos no município
O veterinário disse que em Barra Mansa a leishmaniose está “sob controle”, mas ressaltou que a prevenção e os cuidados necessários devem ser mantidos. Ele lembrou de casos que ocorreram em alguns bairros, como por exemplo no Vila Independência. “O inseto está aí, se não tomar cuidado ele se prolifera. No bairro Roberto Silveira, por exemplo, tivemos alguns casos também, como no Getúlio”, falou, ratificando que ao detectar um caso isolado, é feita uma checagem em volta do quarteirão, para encontrar outros cães que posam ter sido picados. “Conseguimos administrar e estamos conseguindo exterminar. Mas se não tiver cooperação dos moradores, não adianta”, afirmou.
Tratamento
Após o diagnóstico da doença, Fernando Franco indica um ciclo de tratamento com Milteforan, medicação que vai diminuir a carga parasitária no organismo do animal. Contudo o médico veterinário afirma que o tratamento não é definitivo. “Cada organismo é de um jeito e responderá de uma maneira. É uma medicação cara, que não garante a cura, mas oferecemos à alternativa”, disse, explicando que após tratar com a medicação, a doença pode voltar. “Por isso preconizo a prevenção acima de tudo. Utilizem a coleira no animal, mantenham o quintal limpo e se alguém tiver criação de animais de fazenda em área urbana, denunciem”, finalizou.