VOLTA REDONDA/ESTADO
Na segunda-feira, dia 8, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), a Força Sindical e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) anunciaram o ingresso de uma ação no Superior Tribunal Federal (STF) contra a PEC dos Precatórios, que já foi aprovada em segundo turno na Câmara dos Deputados, na noite de terça-feira, dia 9. O pedido principal da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) é para retirar da PEC os precatórios da Previdência Social, evitando um possível calote aos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Procurado pelo A VOZ DA CIDADE para se posicionar sobre o assunto, o presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas de Volta Redonda (AAP-VR), Ubirajara Vaz, o Bira, citou que há um acordo para que a presidente da Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj), Yedda Gaspar, fale em nome de todas as Associações filiadas.
Ao A VOZ DA CIDADE, a presidente declarou que tal PEC dos Precatórios é mais um golpe do governo federal contra os aposentados e pensionistas brasileiros. “Estão tentando dar um verdadeiro calote em dezenas de milhares de pessoas, a maioria idosos, que passaram anos com ações na justiça para terem seus direitos reconhecidos e, agora, na hora de receberem vêem o perigo de ser adiado. Não somos contra o aumento de qualquer benefício aos mais necessitados, mas isso não pode ocorrer tirando o dinheiro daqueles que lutaram anos para receber e que também precisam”, declarou Yedda Gaspar.
A presidente lembrou que, entre os chamados precatórios, há casos de aposentados que levaram mais de dez anos para receber. “Eu tenho uma amiga cujo marido lutou por mais de 15 anos na Justiça pelo direito de revisão de sua aposentadoria, que foi calculada a menos pelo INSS na hora da concessão. Ele morreu sem ver seu direito reconhecido”, contou, ressaltando que a ação correu por mais oito anos, até que esta amiga conseguiu receber. “Isso foi no ano passado, ainda bem. Se a PEC passar, todos os que estão na mesma situação dela não irão receber ou ainda terão de esperar muito, o que é absurdo”, completou.
Yedda disse ainda que o pior é que todo mundo sabe que o dinheiro da PEC só socorre os mais carentes no ano que vem, que é ano eleitoral, e ainda sobra para comprar deputados com emendas parlamentares. “Tudo a custa da nossa classe”, completou.
A PEC dos Precatórios segue agora para análise no Senado Federal, em dois turnos.