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Momentos que marcaram a história de Barra Mansa

Por Carol Macedo
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BARRA MANSA 

Foi no fim do século XVII que Barra Mansa teve seu território desbravado às margens dos caminhos das tropas que andavam no interior. O povoado passou a atuar como base de abastecimento dos fluxos migratórios desencadeados pela mineração. Graças à excelente posição geográfica, o local foi perdendo o caráter de ponto de pousada e passou a expandir as funções comerciais. A consequente atração de colonos para suas terras, no início do século XIX, fez com que o café despontasse como principal produto.

Em 1832, o governo decretou a criação do município, com desmembramento de terras de Resende. Em 1857, a vila de Barra Mansa foi elevada à categoria de cidade. A exaustão dos solos mais férteis e a liberação do braço escravo provocaram o declínio da cafeicultura e o êxodo rural. A cultura do café cedeu lugar à pecuária de corte extensiva, evoluindo posteriormente para a produção leiteira.

No final da década de 30, teve início o desenvolvimento industrial do município. O grande marco da expansão industrial no Brasil, deflagrada no pós-guerra, foi representado pela instalação, na década de 40, da primeira usina da CSN, em Volta Redonda, na época ainda distrito de Barra Mansa. A indústria metalúrgica e mecânica se estabeleceu na década de 50. (Fonte: Prefeitura de Barra Mansa)

CURIOSIDADES DE BARRA MANSA (Elaborado por Nikson Salem, Gerente de Patrimônio da Fundação de Cultura)

– A escola mais antiga em funcionamento em Barra Mansa é a Escola Doméstica Cecília Monteiro de Barros, conhecida como Asilo das Órfãs. A escola foi fundada dia 15 de agosto de 1915, a pedido do vigário da Igreja Matriz de São Sebastião, Ignácio Cândido da Costa. O prédio para abrigar a escola foi doado por Cecília Monteiro de Barros, grande benfeitora do município, que, por diversas ocasiões, destinou verbas para edificações de prédios, capelas e amparo dos necessitados durante as epidemias que grassavam no município.

Construção do Asilo das Órfãs

 – A Biblioteca Pública Municipal Professora Adelaide da Cunha Franco foi inaugurada no dia 7 de setembro de 1873, pelo então presidente da Câmara Municipal, Joaquim Leite Ribeiro de Almeida. Sua instalação se deu no Palácio Barão de Guapy, onde permaneceu até meados da década de 1950. Mais tarde, a biblioteca foi transferida para a Galeria das Flores, posteriormente, ocupou o antigo prédio da TELERJ e depois a antiga Estação Ferroviária, até retornar para o local onde foi inaugurada, o Palácio Barão de Guapy. O primeiro bibliotecário foi o Sr. Jorge Teixeira de Carvalho. Importante fonte de pesquisa para os munícipes, a biblioteca possui inúmeras obras raras da literatura brasileira e internacional.

 – A primeira revista publicada em Barra Mansa foi o “Cartão Postal”, fundada por Antônio Salgado, no dia 12 de novembro de 1914. A revista literária e noticiosa publicava-se quatro vezes ao mês. Com a saída do diretor João Porto, a revista passou a ser gerenciada por Renée Salgado, filha de Antônio, de apenas seis anos de idade.

– Em 1915, foi instalada a Companhia Rede Telefônica Bragantina, a primeira empresa telefônica de Barra Mansa. Na década de 30, o serviço passou a ser realizado pela Companhia Telefônica Brasileira, que funcionou até a década de 1960. Localizava-se onde hoje está uma das agências do Banco do Brasil, próxima à rodoviária.

– A Prefeitura de Barra Mansa foi criada em 1914 e para ocupar o cargo de prefeito foi nomeado pelo Governo do Estado o engenheiro João Luiz Ferreira, que administrou o município do dia 14 de abril de 1914 até 11 de janeiro de 1915. Em 1920, João Luiz foi eleito governador do Piauí. A prefeitura foi instalada no Palácio Barão de Guapy, onde permaneceu até 1984.

– O primeiro prefeito eleito de Barra Mansa foi o coronel Alfredo Dias de Oliveira, que administrou o município de 2 de agosto de 1922 a 23 de agosto de 1923. Ele não concluiu o seu mandato em consequência da intervenção decretada no Estado pelo Governo Federal. Antes de ser eleito prefeito, exerceu o cargo de delegado e vereador  por quatro mandatos.

– A Guarda Municipal de Barra Mansa foi criada em caráter provisório no dia 2 de julho de 1924, pelo então prefeito Wanderlino Teixeira Leite. Em 29 de novembro de 1947, a guarda passou a funcionar em definitivo, na gestão do prefeito Flávio Miranda Gonçalves.

Primeiro Grupo da Guarda Municipal

– Em 1927, foi inaugurada no município a primeira instituição financeira, a Casa Bancária Ribeiro Junqueira Irmãos & Botelho, instalada na Av. Joaquim Leite, no pavimento térreo do extinto Hotel Careca. O primeiro gerente foi o major Eduardo de Sá Fortes Junqueira, que em 1930, assumiu em o cargo de prefeito interventor.

– A ilha onde hoje está instalada a unidade do SESC Barra Mansa, no bairro Ano Bom, pertenceu inicialmente a Joaquim Antônio Baião, idealizador da procissão fluvial em homenagem a Nossa Senhora Aparecida. Na década de 1950, a ilha foi adquirida pelo médico João Baptista Mury, que ali construiu o atual casarão e a ponte de acesso a sua residência. Em 1971, a família Mury instalou na casa o Colégio Monteiro Lobato, que funcionou até o ano de 1977, quando a ilha foi adquirida pelo SESC. O casarão foi reformulado e os novos jardins foram projetados pelo paisagista Roberto Burle Marx. Aberto ao público em 29 de novembro de 1986, a unidade SESC Barra Mansa oferece música, teatro, recreação e esporte aos seus usuários.

– A primeira instituição denominada “Santa Casa de Misericórdia” surgiu no Brasil ainda no século XVI, fundada no Rio de Janeiro pelo padre José de Anchieta. Em Barra Mansa, a Santa Casa só começou a funcionar no dia 13 de agosto de 1867, tendo como provedor o Dr. Manoel Macedo. Antes da sua fundação, os doentes e escravos que necessitavam de tratamento prolongado eram encaminhados para a Santa Casa de Resende. Além dos recursos oriundos do governo municipal e estadual, a instituição sobrevivia por meio de doações, entre elas, a mais importante foi realizada pelo farmacêutico Cel. Antônio da Rosa Sanches de Figueiredo, que em 1912, doou toda sua fortuna para a Santa Casa, incluindo a fazenda Boa Vista.

Santa Casa

– A Praça Ponce de Leon, popularmente conhecida como Praça da Matriz, é um ponto de referência na cidade, um dos lugares preferidos dos barra-mansenses para ler um jornal, bater um papo, descansar ou simplesmente observar o vai e vem da cidade. Palco da tradicional festa de São Sebastião e demais manifestações políticas e culturais. Construída em 1820, a praça sofreu inúmeras intervenções que a descaracterizam completamente. A última intervenção na praça ocorreu em 2018, com a colocação de novas pedras portuguesa nas cores branca, preta e vermelha; redimensionamento dos canteiros; novo mobiliário urbano; além da instalação de refletores e novos postes com iluminação central. As palmeiras e demais árvores não foram afetadas pela obra. A denominação da praça é uma homenagem ao Dr. Adolpho Pereira de Burgos Ponce de Leon, ex-vereador e deputado estadual, que residia ao lado da praça.

– Em 1932, eclodiu a Revolução Constitucionalista, movimento armado ocorrido no Estado de São Paulo, que tinha por objetivo a derrubada do Governo Provisório de Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição para o Brasil. Entre os meses de julho e outubro inúmeros combates ocorreram na Região do Vale do Paraíba, pois seria por esta região que as forças constitucionalistas pretendiam alcançar a cidade do Rio de Janeiro para então destituir Getúlio Vargas. Para combater os rebeldes paulistas, tropas federais se instalaram em algumas cidades fluminenses, entre elas, Barra Mansa. O Quartel General de um dos principais líderes das tropas federais, o general Góis Monteiro, foi montado no Parque Centenário, onde permaneceu por duas semanas, tempo suficiente para causar danos ao parque, já que o mesmo também serviu como estrebaria. Com o deslocamento das tropas federais para o município de Resende, o parque foi completamente reformado.

– No dia 3 de outubro de 1973, foi inaugurada a Rodoviária de Barra Mansa, idealizada pelo Comendador Geraldo Ozório. A rodoviária era uma das mais modernas do país, com cinco pistas de rolamento, um posto de gasolina, 32 guichês, uma capela com capacidade para abrigar mais de 100 fiéis, uma creche com serviço médico e berçário, circuito fechado de TV, lojas, restaurante, heliporto, escada rolante e um grande relógio fixado em sua fachada principal.

Rodoviária de Barra Mansa

– No início da noite do dia 1º de dezembro de 1910, os moradores de Barra Mansa tomaram as ruas da cidade para celebrar a instalação da energia elétrica. A instalação do serviço público de iluminação elétrica não se traduziu em privilégio para todos, pois a maior parte da cidade permaneceu com o antigo sistema de iluminação. O trecho beneficiado com a energia elétrica compreendia da Companhia São José, que se localizava no bairro Estamparia, até o Cemitério Municipal. O bairro Saudade, que já apresentava um bom número de casas e estabelecimentos comerciais, foi um dos lugares que deixou de receber a benfeitoria.

– O Hino a Barra Mansa foi composto em 1932 e cantado oficialmente pela primeira vez no dia 3 de outubro daquele ano, durante a festa comemorativa ao primeiro centenário de emancipação político-administrativa do município. A Comissão Organizadora da Festa convidou o professor Henrique Zamith para elaborar a letra do hino e coube ao maestro Izídio Moura a elaboração da música, porém, em virtude do curto espaço de tempo para criar a música, o maestro sugeriu utilizar uma música intitulada “Pelo Brasil”, cujo autor era desconhecido.

– No livro “Clube dos funcionários da CSN – 45 anos de história” o autor Alkindar Costa conta que em fevereiro de 1942 um grupo de empregados paulistas da Companhia Siderúrgica Nacional decidiu criar um clube em Volta Redonda. Eles estavam revoltados por terem sido barrados no baile de carnaval daquele ano no Clube Municipal de Barra Mansa – o principal da região na época. A barração havia sido uma retaliação aos paulistas que em um evento esportivo realizado poucos dias antes em Barra Mansa tinham torcido a favor de um clube de São Paulo contra o clube municipal. Conta à história que os funcionários barrados não desanimaram com o fato, chamaram os atletas do clube paulista e, juntos, saíram em um grande carnaval pelas ruas de Barra Mansa. Motivados pelo constrangedor episódio no Clube Municipal, a turma de Volta Redonda decidiu criar o Clube dos Funcionários e logo no primeiro baile realizado no clube os rapazes resolveram dar o troco. Eles passaram vários dias convidando de casa em casa as moças de Barra Mansa para a festa. A estratégia funcionou e o baile foi um grande sucesso, com presença feminina recorde na época e, claro, sem os a presença dos “amigos” de Barra Mansa. Estava criada a histórica “rixa” Volta Redonda x Barra Mansa.

– Em Barra Mansa, o primeiro desfile cívico foi organizado pela Escola Complementar Fagundes Varella, no dia 7 de setembro de 1911. Naquele dia, os alunos se reuniram em frente à escola, que se localizava ao lado da Praça da Matriz, e de lá seguiram até o Parque Centenário, onde foi realizada uma Missa Campal. Nos anos seguintes, o desfile contou com a participação das escolas da Figueira, Tijuco, Pedro Vaz, Cecília Monteiro de Barros e Vieira da Silva. Ainda estiveram presentes as bandas de música São Benedito, São Sebastião e a Sociedade Musical Santa Cecília. Em 1933, a Escola Complementar Fagundes Varella foi precursora mais uma vez, ao organizar no dia 3 de outubro o primeiro desfile em comemoração ao aniversário do município, que foi conduzido pelo notável professor Henrique Zamith, autor do Hino à Barra Mansa. Mais tarde, a Escola Complementar mudou-se para um novo prédio e alterou o seu nome para Grupo Escolar Barão de Aiuruoca.

– No início do século XIX, o território do Distrito de Floriano era cortado por trilhas para passagem de tropeiros, quando por volta de 1860, surgiu o povoado da Vila dos Remédios. Originalmente, o território de Floriano pertencia ao distrito de Rialto, quando foi desmembrado para ser elevado a categoria de distrito, no dia 9 de setembro de 1890. Na época, o distrito era denominado apenas como Divisa, posteriormente, alterou o nome para Floriano (1926), Ribeirão da Divisa (1943) e definitivamente Floriano, em 18 de outubro de 1951. O desenvolvimento populacional da localidade ocorreu quando José Lomba de Abreu, então proprietário da Fazenda Cachoeira, doou parte de suas terras para a abertura de ruas, construção de casas, praças e da Estação Ferroviária da Estrada de Ferro D. Pedro II.  O nome do distrito é em homenagem ao Marechal Floriano Peixoto, ex-presidente do Brasil, que faleceu na fazenda Paraíso, localizada no distrito.

– No dia 29 de março de 1993 foi criado o Distrito de Antônio Rocha, 5º distrito de Barra Mansa, que abrange a localidade de Ataulfo de Paiva. Sua denominação original era Casa Branca, quando o ex-presidente Getúlio Vargas de passagem pela estação ferroviária local sugeriu a mudança do nome. A denominação é uma homenagem ao português Antônio Francisco da Rocha, que foi acionista e diretor da Estrada de Ferro Oeste de Minas. O nome da localidade é em homenagem a Ataulfo Nápoles de Paiva, escritor e magistrado brasileiro, que foi redator do jornal Aurora Barramansense.

– A Loja Maçônica Independência e Luz, que funciona em um dos prédios remanescente do século XIX, localizado ao lado da Igreja Matriz, foi fundada no dia 21 de outubro de 1874 e instalada em uma casa alugada na Rua Pinto Ribeiro. Dois anos depois, a Loja passou a funcionar em sua sede própria na Rua São Sebastião, atual endereço. Em 1883, um grande incêndio destruiu metade do prédio da Maçonaria, praticamente todo o arquivo e a maior parte do telhado. A destruição só não foi completa devido aos esforços da população, pois muitas pessoas foram ajudar a dominar o incêndio. A reconstrução e aquisição definitiva do casarão ocorreram em 1905.

– Localizado entre o rio Turvo e o rio Bananal, o Distrito de Rialto teve origem em 1795. Inicialmente era conhecido como Divino Espírito Santo da Barra do Turvo, depois, Curato do Divino Espírito Santo da Barra do Turvo (1833), quando pela Lei Provincial nº 308, de 29 de março de 1844, foi elevado à categoria de distrito, sob a denominação de Freguesia do Divino Espírito Santo da Barra do Turvo. Em 1909, passou a denominar-se Distrito do Espírito Santo e definitivamente, Rialto, a partir de 1º de janeiro de 1944. Dentre seus desbravadores destaca-se o cap. Francisco da Cunha Muniz de Gusmão, doador das terras onde foi edificada a Igreja do Divino Espírito Santo (1850). A versão mais conhecida para a origem do nome de Rialto faz referência ao rio Bananal, que ao atravessar o território do distrito percorre uma área de planalto, descendo a seguir para desembocar no Rio Paraíba do Sul.


Em 29 de março de 1844, foi criado o Distrito de Amparo, que a partir de 1943 passou a denominar-se Nossa Senhora do Amparo. Um dos primeiros colonizadores foi o português Manoel Gomes de Carvalho (1º Barão de Amparo) fundador da fazenda Santana do Turvo. Com o início do plantio de café no século XIX, Amparo se tornou muito importante para o desenvolvimento de Barra Mansa, suas fazendas produziam enormes safras de café, proporcionando não só a riqueza do local como também do município. Os vestígios de seu tempo áureo ainda estão presentes na Igreja Matriz e antigos casarões, na rua de pedra e nas fazendas remanescentes do séc. XIX.

– Onde hoje está a Praça da Liberdade ao lado das Casas Bahia, existia o prédio da Cadeia Pública de Barra Mansa, erguido em 1845 e demolido em 1962. Em 1859, de passagem por Barra Mansa, o escritor português Augusto Emílio Zaluar assim descreveu o prédio da cadeia: “A cadeia da cidade é digna de entrar-se pela solidez e segurança com que foi construída, qualidades indispensáveis para os edifícios dessa ordem. Os calabouços subterrâneos é que me parecem pouco higiênicos, e será bom que se trate de reparar este mal, a fim de que os desgraçados não deteriorem ali a saúde antes de serem condenados ou absolvidos pela justiça”. A praça foi construída em 1964 e nomeada “Liberdade”, a escolha do nome seria uma referência aos presos que ganharam liberdade na época em que o prédio foi demolido.

Cadeia Pública

– O futebol chegou ao Brasil em 1894, trazido por Charles Miller, filho de um inglês com uma brasileira. Em 1908, o futebol começou a ser praticado em Barra Mansa, quando estudantes trouxeram do Rio de Janeiro esse novo esporte. No início, os jogos eram realizados em terrenos baldios no centro da cidade e os uniformes escolares eram os trajes dos jovens esportistas. Com o aumento do número de praticantes, os jogadores começaram a se organizar em clubes, assim surgiu o glorioso Barra Mansa Futebol Clube, fundado no dia 26 de setembro de 1915, como informa a revista Cartão Postal: “Sob a denominação de Barra Mansa Football Club, acaba de ser organizada nesta cidade, por um grupo de moços progressistas, uma sociedade para se cultivar o esporte da moda”. Entre as principais conquistas estão o tri-campeonato da Copa Vale do Paraíba, o Campeonato Fluminense de 1953 e o Campeonato Estadual da Série B, em 2014.

– Em 1873, surgem às primeiras notícias do uso do lampião a querosene na iluminação pública de Barra Mansa, entretanto, sua instalação restringia-se a alguns lampiões pendurados em postes de madeira em frente aos principais edifícios públicos e pontos centrais da cidade. Todos os dias, ao entardecer, o acendedor de lampiões (nome dado ao funcionário encarregado da tarefa) percorria as ruas da cidade carregando uma escada e uma recipiente com querosene, dirigia-se aos lampiões, limpava a fuligem das vidraças, depositava o querosene e acendia o pavio. No dia seguinte, ao amanhecer, o acendedor percorria todos os postes verificando se havia algum lampião que conservava a chama acesa para poder apagá-lo.

– No dia 1º de dezembro de 1910, foi inaugurado na Av. Joaquim leite o primeiro cinema de Barra Mansa, o “Éden Cinema”, de propriedade de Antônio Pinto de Carvalho. O cinema encerrou suas atividades em 1924. Posteriormente, surgiu o Cine Teatro Éden, em 1924; o Cine Teatro Saudade, em 1929; o Cinema Popular, em 1930; o Cine Palácio, em 1944; o Cine Floriano, em 1948; e o Cine Riviera, em 1959, um dos maiores do Estado do Rio de Janeiro.

 Éden Cinema

– No início do século XVIII, instalou-se em Recife uma pequena tipografia para a impressão de letras de câmbio e orações devotas, que foi extinta pela Carta Régia de 8 de junho de 1706, na qual o Rei determinou “sequestrar as letras impressas e notificar os donos de tipografia para que não imprimissem livros ou papéis avulsos”. Quarenta anos depois ocorreu outra tentativa de instalar uma tipografia no Brasil, no entanto, a Coroa Portuguesa não permitia nenhum veículo impresso que não fosse previamente aprovado e, mais uma vez, em 1747, promulgou outra Carta Régia proibindo gráficas e publicações de livros e papéis avulsos no Brasil. Somente com a vinda da Família Real em 1808, que a imprensa efetivamente iniciou no país, com a publicação dos jornais Correio Braziliense e Gazeta do Rio de Janeiro. No município de Barra Mansa, o primeiro jornal surgiu no dia 3 de janeiro de 1877, com a publicação do Aurora Barramansense, destinado a assuntos variados e obras literárias (crônicas, folhetins, poesias, teatro e romances).

– As primeiras aulas de música que se tem registro em Barra Mansa foram ministradas pelos professores Maurício Doellinger e Simplício Vieira Chaves, em 1848. Com o passar dos anos surgiram vários músicos e, consequentemente, as primeiras associações musicais: Sociedade de Música Philarmônica (1862); Sociedade Euterpe Barramansense (1866); Sociedade Benedictina (1868); e a Sociedade Musical Santa Cecília (1902), que por meio das referências em jornais da época percebe-se a sua importância no contexto social da cidade, participando dos mais diversos eventos. Em 1905 é formada a Associação Musical São Sebastião, tendo a frente o presidente Sebastião Alves e o maestro Marcolino de Oliveira. A banda de São Sebastião, que só foi registrada no dia 13 de janeiro de 1945, continua atuante até hoje.

– No dia 30 de janeiro de 1952 foi realizado o primeiro grande ato a favor da emancipação de Volta Redonda, então 8º distrito de Barra Mansa. Nessa data foi fundado o Centro Cívico Pró-Emancipação, que tinha na figura de Lucas Evangelista de Oliveira Franco o mentor do movimento. Os emancipalistas reivindicavam do então prefeito de Barra Mansa, Flávio Miranda Gonçalves, o investimento no distrito dos 30% da renda municipal, conforme a Lei Orgânica das municipalidades. Algumas melhorias foram realizadas no distrito após as reivindicações, porém, o movimento ganhou novos adeptos e a autorização do então governador do Estado do Rio de Janeiro, Ernani Amaral Peixoto, para que fosse realizado um plebiscito no distrito, onde a população pudesse votar a favor ou contra a emancipação. A eleição ocorreu no dia 20 de junho de 1954 e o resultado nas urnas foi de 2.809 votos a favor e apenas 24 votos contra a emancipação. Com o resultado das eleições Volta Redonda conquistou sua emancipação no dia 17 de julho de 1954.

– Ao longo do Brasil Império foram concedidos 1.211 títulos de nobreza, assim distribuídos: Duque (3), Marquês (47), Conde (51), Visconde (235) e Barão (875). Os títulos de barão e visconde eram concedidos aos grandes produtores rurais, já os títulos de conde e marquês eram reservados aos políticos.  Em Barra Mansa, apenas três pessoas foram agraciadas com títulos de nobreza: Joaquim Gomes Leite de Carvalho (2º Barão do Amparo), Manoel Gomes de Carvalho Filho (Barão do Rio Negro) e João Gomes de Carvalho (Visconde da Barra Mansa), filhos do português Manoel Gomes de Carvalho (1º Barão do Amparo), fundador das fazendas Santana do Turvo e Crissiúma, situadas no distrito de Nossa Senhora do Amparo.

– Principal símbolo de identificação de Barra Mansa, a Ponte dos Arcos foi inaugurada no dia 1º de maio de 1958, com a denominação de Ponte Engenheiro Salo Brand, em homenagem ao então Secretário de Viação e Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro. Sua construção era um antigo anseio dos moradores do recém-criado bairro Ano Bom, que utilizavam a Ponte Nilo Peçanha para chegar ao centro da cidade. Em 1978, quando várias rachaduras surgiram nas vigas de sustentação da ponte, a circulação de veículos pesados foi proibida e limitadores de altura foram instalados nas entradas da ponte, permanecendo no local até fevereiro de 1982. Com o retorno do trânsito de veículos maiores, a estrutura da ponte não resistiu e parte do piso de um dos vãos caiu no rio Paraíba. O desastre ocorreu na madrugada do dia 11 de maio e não deixou vítimas. As obras de reestruturação duraram dois anos e durante esse período os veículos voltaram a utilizar a Ponte Nilo Peçanha e os pedestres “mais corajosos” usaram uma passarela de madeira construída ao lado da ponte para atravessar o rio. Por meio da Lei Municipal n°883, de 19 de julho de 1968, o nome da ponte foi alterado para Ataulpho Pinto dos Reis, em homenagem ao ex-vereador e tabelião da cidade.

– A Av. Joaquim Leite é a rua mais antiga de Barra Mansa, aberta ainda no séc. XVIII, como parte da Estrada Geral. Seu nome anterior era Rua Direita, denominação comum na época, uma referência da tradição portuguesa de nomear a principal via pública da localidade como “Direita”, em geral, a rua que leva a Igreja Matriz. Outras poucas ruas, travessas e becos do centro foram batizados de forma espontânea pela própria população, que utilizou as referências e aspectos do trajeto para denominá-las, por exemplo: Rua das Flores (atual Rio Branco); Rua Formosa (atual Duque de Caxias); Rua dos Ciganos (atual Barão de Guapy); Rua Fresca (atual José Guimarães Cotia); Rua do Amaral (atual Andrade Figueira); Rua da Misericórdia (atual Pinto Ribeiro); Rua da Pedreira (atual Jansen de Melo); Rua dos Dois (atual Orozimbo Ribeiro), pois ali só havia dois moradores; Travessa do Lessa (atual Rua Oscar da Silva Marins); Travessa do Passa Um (atual Rua Monsenhor Lustosa); Beco do Sabão (atual Rua José Caetano) e Buraco Quente (atual Rua vereador Pinho de Carvalho), na qual aconteciam constantes brigas para apanhar água na mina que ali existia.

– Você sabia que em Barra Mansa há três cápsulas do tempo enterradas?

Cápsula 1 – No dia 3 de outubro de 1932, data em que Barra Mansa celebrou 100 anos de emancipação político-administrativa, foi inaugurado no Parque Centenário um monumento em homenagem a essa data tão importante, obra composta por um pedestal de granito com uma águia no topo. Na base desse monumento foi enterrada uma cápsula, na qual foi colocada moedas, jornais e uma Ata com a programação do evento assinada pelos presentes. De acordo com notícias da época, a cápsula deverá ser aberta no dia 3 de outubro de 2032, quando o município completará 200 anos.

Cápsula 2 – Alguns anos depois, o mesmo ato ocorreu quando foi lançada a pedra fundamental para a construção do prédio da ACIAP, inaugurado em 1938, O local exato onde foi depositada a cápsula é desconhecido até o momento.

Cápsula 3 – Em novembro de 2017, uma nova cápsula foi criada para marcar o início das obras de Implantação do Corredor Cultural – Integração dos Espaços Públicos entre o Palácio Barão de Guapy e o Parque Centenário. Na cápsula foi depositada uma cópia do projeto da obra, moedas vigente, fotos do palácio e seu entorno, exemplares do jornal A Voz da Cidade e do Diário do Vale e uma carta escrita pelo prefeito Rodrigo Drable. A vice-prefeita Fátima Lima, vereadores e populares presentes na cerimônia também escreveram mensagens que foram colocadas na cápsula, que foi enterrada no interior do Parque Centenário, do lado esquerdo do pórtico em frente ao palácio.

 – O prédio que hoje abriga a Prefeitura Municipal funcionou o Moinho Barra Mansa, que iniciou suas atividades em 1930, com a produção de farinha de trigo das marcas Montanha, Serrana e Corcovado. A Estrada de Ferro Oeste de Minas era o meio de transporte por onde era escoada toda e produção e também por onde chegava o trigo, que era importado da Argentina através do porto de Angra dos Reis. No fim da década de 1960, várias indústrias de moagem de trigo fecharam sua portas por todo o Brasil, entre elas, o Moinho de Barra Mansa. O prédio permaneceu fechado até 1983, quando a Câmara Municipal autorizou o Poder Executivo a proceder à permuta do antigo prédio do Fórum, situado ao lado da Praça Ponce de Leon, com o prédio do Moinho, no qual foi instalado o Centro Administrativo Municipal Prefeito Luiz Amaral, inaugurado no dia 16 de março de 1984.

Prefeitura

– O nome da principal Avenida de Barra Mansa é uma homenagem a Joaquim Leite Ribeiro de Almeida, que exerceu o cargo de vereador por cinco legislaturas e foi eleito deputado estadual em sete oportunidades. A ele é atribuído a criação da Biblioteca Pública de Barra Mansa, das primeiras escolas municipais, construção do Parque Centenário e do trecho ferroviário entre Pinheiral e Barra Mansa (1871), no qual exerceu papel de destaque, desapropriando terras e custeando a construção da Estação Ferroviária. Ainda exerceu a cargo de delegado de polícia, major da Guarda Nacional de Barra Mansa e Rio Claro, provedor da Santa Casa de Barra Mansa e vice-governador do Estado do Rio de Janeiro. Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao Brasil durante a Guerra do Paraguai recebeu da Princesa Isabel a Comenda da Ordem da Rosa. Joaquim Leite faleceu em Barra Mansa, no dia 2 de outubro de 1898.

Joaquim de Oliveira Machado, nome que denomina umas das ruas do bairro Ano Bom e também o Plenário do Palácio Barão de Guapy, iniciou a carreira de advogado em 1863, tendo exercido a profissão por 20 anos em Barra Mansa. Por dois mandatos exerceu o cargo de vereador e em três oportunidades esteve à frente na provedoria da Santa Casa de Barra Mansa. Foi ele que doou em 1875 o relógio conservado até os dias atuais na fachada da Igreja Matriz de São Sebastião e também edificou a Capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, hoje extinta. Em 1888, assumiu o governo do Estado do Amazonas. É autor da obra “Notícia Histórica das Instituições de Beneficência de Barra Mansa”, de 1894, primeira publicação sobre a história de Barra Mansa.

– Em 1800, foi erguida na Fazenda da Posse a primeira capela em devoção a São Sebastião, que passou a ser designada pelo nome de Capela de São Sebastião da Posse, na qual foram batizados os três filhos do Barão de Ayuruoca, ilustre morador do povoado. Ainda que pequena, a capela era um templo religioso completo, na qual ocorriam missas e demais ofícios religiosos, porém, estava em uma propriedade particular, reservada a poucos fiéis, o que motivou o Barão de Ayuruoca, em 1820, erguer uma nova capela em um local mais adequado ao desenvolvimento do povoado. A nova capela serviu como ponto de partida para a construção da atual Igreja Matriz de São Sebastião.

– No dia 7 de setembro de 1880 foi inaugurada a primeira Feira Livre de Barra Mansa, que acontecia aos domingos e dias santos, das 7 às 14 horas. Durante o período de funcionamento da feira nenhum outro estabelecimento poderia vender os produtos oferecidos na feira. O Poder Público construiu 24 barracas no entorno do Jardim das Preguiças, que eram alugadas por 500 réis, no entanto, outras tendas poderiam ser montadas pelos feirantes, com a obrigação de pagar o mesmo valor da locação. A inauguração da feira foi muito importante para a economia e para a vida social dos habitantes de Barra Mansa.

– O ano era 1949. O dia, 29 de julho. Nascia em Barra Mansa uma nova Escola, fruto do sonho de dois jovens idealistas: Elcio Medeiros de Souza Lima e Haroldo de Carvalho Cruz. Recebera o nome “Escola Técnica de Comércio de Barra Mansa”, porque, a princípio, o objetivo era proporcionar um curso técnico aos inúmeros barra-mansenses detentores apenas do Curso Ginasial da época, que não tinham como prosseguir seus estudos. Com o apoio recebido de Sebastião de Paula Coutinho, Presidente da ACIAP, do então Prefeito Flávio Miranda Gonçalves e do Governador Edmundo Macedo Soares, Elcio e Haroldo conseguiram que a ACIAP ficasse como Mantenedora até a formação da Sociedade que a regeria. Bolsas de estudos da Prefeitura e o uso do Grupo Escolar Barão de Ayuruoca em horário noturno, permitiram que o sonho se concretizasse. O corpo docente contou com professores de Volta Redonda e alguns profissionais liberais da cidade, com as condições exigidas. Foram importantes as adesões de Pedro Monteiro Chaves, que aceitou a Presidência da Sociedade e a Direção da Escola, e de Guilherme de Carvalho Cruz, que respondeu pela Secretaria Executiva, até ser eleito Diretor Superintendente. A sigla SABEC significou: Sociedade Assistencial Barramansense de Ensino e Cultura.

Sociedade formada, encamparam o Ginásio mantido pela CNEG, criaram o Curso Científico e trocaram as instalações do Grupo Escolar para um espaço próprio, à Avenida Joaquim Leite, 644. Os cursos passaram a ser diurnos e noturnos, tendo desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, com vários Cursos Técnicos, além de preparar para o ingresso em Faculdades.

– Na década de 1860, o município de Barra Mansa estava entre as maiores produtoras de café do Vale do Paraíba Fluminense e sua produção era transportada no lombo das mulas até os portos de Angra dos Reis. Com o objetivo de agilizar o transporte e diminuir os custos da viagem, o português José de Souza Azevedo, morador de Barra Mansa e proprietário da Fazenda Feitoria, inaugurou a Navegação pelo Rio Paraíba do Sul, ao construir uma embarcação com capacidade de carregar de 400 a 500 arrobas e empreender uma viagem a partir de Barra Mansa até o local onde há confluência do rio com a Estrada Presidente Pedreira, em Barra do Piraí, e de lá seguiu pela estrada até o Rio de Janeiro. Ao regressar, trouxe em seu barco três pianos, uma pipa com vinho e uma porção de milho e feijão, mostrando assim a viabilidade da navegação pelo Rio Paraíba. A inauguração da Estrada de Ferro D. Pedro II, em 1871, impossibilitou o progresso da navegação, já que a ferrovia diminuiu o tempo e as despesas com o transporte da produção cafeeira.

– No dia 16 de setembro de 1871, a Princesa Isabel e o seu marido, Conde d’Eu, estiveram em Barra Mansa para inaugurar o prédio da Estação Ferroviária da Estrada de Ferro D. Pedro II, o que possibilitou agilizar o transporte do café e influenciou na organização econômica e social do município. Após a solenidade, a Princesa Isabel seguiu com sua comitiva para o almoço servido na casa do major José Bento (atual Clube Municipal), em seguida, visitou a Igreja Matriz, o Palácio Barão de Guapy e a Santa Casa, antes de retornar para o Rio de Janeiro.  Em 1988, um incêndio criminoso destruiu parcialmente o prédio, que contou com o apoio financeiro da Nestlé e do Banco Porto Real para a sua recuperação. Antes do início das obras, o prédio ganhou uma importante ferramenta de proteção ao ser incluído na relação dos bens tombados pelo INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, em 1989. A reinauguração da estação aconteceu no dia 14 de outubro de 1994 e, atualmente, o prédio abriga a Estação das Artes, que tem por objetivo a produção e difusão das artes visuais.

– Inaugurado no dia 3 de outubro de 1861, o Palácio Barão de Gaupy é o mais rico exemplar neoclássico do município, valorizado pelo requinte no tratamento das fachadas, com a presença de vãos em arco pleno e pilastras com delicados capitéis. A cobertura da fachada é arrematada em toda sua extensão por balaústres e um frontão triangular decorado com o Brasão Imperial. Ao longo dos anos, o prédio sofreu várias intervenções que afetaram sua forma original; primeiro foram construídos dois anexos laterais no pavimento térreo, com suas coberturas servindo de terraço para o pavimento superior. Posteriormente, o pavimento superior foi ampliado ocupando os terraços laterais. O palácio abrigou a Câmara Municipal desde sua inauguração até o ano de 2005 e a Prefeitura Municipal de 1914 a 1984. Atualmente abriga a Biblioteca Municipal e a Fundação de Cultura no pavimento térreo o antigo plenário da câmara no pavimento superior, onde está sua Pinacoteca composta por quadros a óleo que retratam personalidades da política local e nacional. A denominação do prédio é uma homenagem a Joaquim José Ferraz de Oliveira, o Barão de Guapy, que exerceu em Barra Mansa os cargos de juiz de paz, vereador e presidente da câmara na época em que o prédio foi inaugurado. Recentemente o prédio passou por uma reforma, onde foram aplicadas novas cores, edificada uma praça mais ampla e instalados postes republicanos, valorizando ainda mais o seu entorno. O Palácio está incluído entre os bens do Setor Especial Histórico de Barra Mansa, protegidos pela Lei Complementar Nº10, de 3 de setembro de 1992. Também faz parte dos Bens Tombados pelo INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural.

 

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