RESENDE
A paralisação geral dos motoristas da Viação São Miguel iniciada na terça-feira, dia 20, teve menor adesão ao longo desta quarta-feira, dia 21, com a promessa de pagamento de benefícios em atraso e punição a trabalhadores envolvidos. Os motoristas da empresa responsável pelo transporte urbano e distrital em Resende reivindicam o pagamento do tíquete alimentação de março, valor equivalente a R$ 600. Além disso, também reclamam valores da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) do ano de 2020 e o depósito integral do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Sem o benefício creditado, os motoristas da escala da tarde do dia 20 interromperam as atividades por volta das 17 horas. Usuários foram pegos de surpresa e a prefeitura chegou a conceder coletivos e vans para o transporte de moradores, principalmente no terminal da Praça da Concórdia, no Centro.
Na manhã de hoje, o movimento não teve a adesão maciça, porque a Viação São Miguel informou que iniciaram a liberação do tíquete alimentação. E os membros da escala da manhã tiveram conhecimento que os envolvidos na paralisação do dia 20 receberam justa causa. As ações dividiram opiniões entre os trabalhadores em parte da frota circulou na escala de feriado. Em síntese, os trabalhadores pedem além do pagamento dos atrasados que os companheiros desligados sejam reintegrados.
APELO DE REINTEGRAÇÃO
Segundo a direção da Viação São Miguel, a situação ‘segue para o fluxo da normalização’, com o benefício em atraso sendo liberado e profissionais sendo convocados para receber na sede da empresa. Ela não comentou sobre a situação de quem recebeu justa causa. Já os trabalhadores em paralisação pretendem obter ajuda do Sindicato dos Rodoviários do Sul Fluminense para intermediar a situação.
A liderança do movimento ressalta que a categoria aceita finalizar a paralisação, logo receba o benefício e o grupo demitido seja reintegrado. “É o que queremos e não podemos ser prejudicados por lutar por algo que é nosso direito. Vamos pedir apoio sindical e espera a posição da empresa reintegrando os 14 motoristas que receberam a justa causa”, comenta um membro da comissão de paralisação, que optou em não se identificar temendo represálias.
PARALISAÇÃO IRREGULAR
O diretor da Viação São Miguel, Rodrigo Camargos, informou ao A VOZ DA CIDADE que a paralisação é irregular e que metade da frota circulou durante o feriado. Ele destacou que o movimento foi isolado e os trabalhadores não deram aviso prévio do início da greve com 72 horas de antecedência, além de não manter a frota operante mínima a ser determinada pelo poder concedente e confirmada pelo poder judiciário durante greve. “A empresa está com seus salários mensais em dia e atrasou momentaneamente o tíquete alimentação, por causa dos efeitos da pandemia, mas que já está sendo pago na empresa, informando aos colaboradores para que retornem o mais rápido possível aos seus postos de trabalho, de forma a evitar as sanções trabalhistas”, disse em nota.
A Prefeitura de Resende comunicou que apesar de respeitar o direito a greve ou paralisação, não recebeu qualquer informação oficial da empresa São Miguel sobre a paralisação do serviço com 72 horas de antecedência e analisa tomar medidas administrativas. “A prefeitura se solidariza com os funcionários, que estão com vencimentos atrasados, e vai tomar todas as medidas administrativas e judiciais cabíveis contra a empresa São Miguel”, frisa.
A expectativa para a quinta-feira, caso a situação não seja definida, é que o serviço de transporte coletivo em Resende permaneça ativo, mas com escala reduzida de trabalhadores. Na prática, poderá ocorrer maior intervalo entre os horários em todos os itinerários.
