VOLTA REDONDA
A Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda (SMS) teve de aguardar janeiro acabar para poder conseguir detalhar a relação de óbitos pela Covid-19 divulgada ao longo do primeiro mês do ano, quando foram descobertas mortes acumuladas de 2020 dentro do sistema oficial que orienta sobre o quadro epidemiológico na cidade. Ao longo de janeiro, já foram divulgadas 100 mortes, sendo que 52 delas ocorreram efetivamente dentro do mês e outras 48 são relacionadas ao ano passado. Mais que isso, das 48 mortes encontradas represadas no sistema, 41 ocorreram em dezembro e outras sete em meses anteriores.
O coordenador de Vigilância em Saúde, Carlos Vasconcellos, disse que o que mais vale para as autoridades em saúde não é a data da divulgação do óbito, mas sim quando ele ocorreu de fato. A partir daí, calcula-se a data aproximada da infecção e são traçadas as estratégias de combate ao vírus.
Lembrou o coordenador que as pessoas criaram um hábito de se aterem a data da divulgação do óbito, mas a questão é muito mais ampla e técnica. “Quem puder, deveria ver a planilha técnica da Secretaria de Estado de Saúde. Lá estão os dados do paciente desde que ele diz ter sentido os primeiros sintomas. Por essa tabela, calcula-se o tempo em que ocorreu a infecção. Aguardamos o mês passar para informar tecnicamente o que aconteceu entre dezembro e janeiro”, explicou.
OBRIGAÇÃO DO MUNICÍPIO ATUALIZAR DADOS
Vasconcellos afirmou ainda que é uma obrigação do município atualizar estes dados e afirmou que a alta de mortes entre dezembro e janeiro se deve principalmente às festas de final de ano. Segundo ele, uma pessoa infectada leva certo tempo para desenvolver os primeiros sintomas e uma vez internados o paciente costuma, pelas características da doença, ficar semanas internado. Ou seja, o alto número de óbitos em dezembro se deve muito ao que aconteceu em novembro, da mesma forma que os dados de janeiro são reflexos de dezembro.
CONTAMINAÇÃO OCORRIDA NO MÊS ANTERIOR
Segundo o coordenador, as mortes causadas pela Covid-19 registradas em um mês, em geral se devem à contaminação ocorrida no mês anterior. “Então, o que temos de dados sobre dezembro e janeiro são consequências de meses imediatamente anteriores. Essa alta é um fenômeno quase mundial, devido às festas de fim de ano, quando as pessoas foram mais para as ruas, se descuidaram mais. Por isso a importância do cuidado permanente”, disse ele.
Vasconcellos explicou que houve um hiato na alimentação destes dados a partir do meio de dezembro em Volta Redonda, o que gerou o descompasso e a necessidade da atualização ao longo de janeiro. “Não estamos aqui acusando, culpando e nem discutindo o que pode ter acontecido. Entramos, achamos os dados e alimentamos o sistema. Tudo de forma oficial, planilhado e nos sites oficiais que tratam da epidemia”, concluiu.