Mãe denuncia agressão de técnica de enfermagem e prefeitura afasta profissional de suas funções

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BARRA MANSA

Nesta manhã de segunda-feira, a jovem Ellen Job Avilla Trindade, de 27 anos, procurou o A VOZ DA CIDADE para relatar que foi agredida por uma técnica de enfermagem em um Posto de Saúde no bairro Bocaininha, na última sexta-feira, dia 11. Em nota, a Prefeitura de Barra Mansa informou que já afastou a profissional de suas atividades.

Ellen foi a unidade com a filha, uma bebê de apenas dois meses, para que ela recebesse as vacinas Tetravalente (DTP + Hib), VOP (vacina oral contra a poliomielite, VORH (vacina oral contra rotavírus humano) e Antipneumocócica 10 valente conjugada; doses essas comuns neste período de vida do neném e que não é qualquer unidade de saúde que aplica. “Pela manhã eu liguei para o posto e perguntei até que horas eu conseguia aplicar as vacinas na minha filha e me informaram que o horário de atendimento era até às 16 horas. Cheguei no local por volta das 15h10min. Como foi a primeira vez que ela ia ser atendida, foi necessário abrir uma ficha para que o cadastro com os dados dela fossem preenchidos”, contou a Ellen, que foi acompanhada de um parente. “Minha mãe foi comigo e ela foi no balcão fazer esse procedimento, quando observei que uma técnica começou a reclamar com outros funcionários que isso ia atrapalhar o horário de saída dela”, disse a jovem.

A mãe comentou que neste momento, perguntou se ela estava se referindo a vacina da criança e nisso, a profissional começou a esboçar agressividade nas palavras, dizendo que para cada vacina, ela teria que preencher várias páginas e que ia sair atrasada do serviço. Ellen então pediu a caderneta da filha, comentando que não queria mais atendimento. “Ela estava muito nervosa e eu não queria que uma pessoa naquele estado emocional aplicasse vacinas na minha bebê. Ela poderia descontar a raiva na minha filha e eu não ia permitir isso”, contou.

A técnica então, segundo Ellen, se negou a devolver a caderneta e ficou gritando, usando termos baixos para se referir a ela. “Peguei meu celular e comecei a filmar. Nisso, ela partiu pra cima, mesmo com a minha filha no colo, me agredindo, tentando evitar que eu a filmasse. Pedi que a minha mãe segurasse a minha neném para ela não se ferir, e revidei, para me proteger”, completou a jovem.

Ela contou que quando a discussão começou, nenhum funcionário tentou conter a técnica de enfermagem, mas que depois que as agressões físicas começaram, eles a retiraram e levaram para uma sala. “Mesmo assim ela voltava e começava a gritar, até ser novamente retirada”, disse Ellen, que chamou uma equipe do 28° Batalhão de Polícia Militar (BPM) após o ocorrido. Uma equipe da Guarda Municipal também esteve no posto e, após o controle da situação, orientou que a mãe fizesse o registro do fato na 90ª Delegacia de Polícia (DP). No local ela foi orientada a passar por um hospital, já que possuía agressões nos braços e no peito, para exame de corpo de delito. “Eu não fui por conta da pandemia, pois não temos saído de casa e tem muitos casos da doença nas unidades médicas. Acabei optando por fazer o registro de forma on line”, contou, explicando que recebeu uma mensagem de retorno que o fato será apurado e que ela deverá, em breve, comparecer a sede da Polícia Civil para prestar esclarecimentos.

“Eu trabalho com público e nunca podemos tratar ninguém dessa forma, principalmente com violência física. Sou uma pessoa calma e jamais chegaria a esse ponto se não fosse para proteger a minha filha. Quando voltei para casa até pedi desculpas a ela por ter passado por esse tipo de situação. Espero que algo seja feito, que essa mulher seja afastada e que nunca mais trate ninguém desta forma”, concluiu a mãe, comentando que após divulgar as imagens na internet, ouviu relatos de outras pessoas que também passaram por problema parecido com a técnica.

AFASTADA

O A VOZ DA CIDADE fez contato com a Prefeitura de Barra Mansa para saber se a mesma está ciente do ocorrido e quais as medidas serão tomadas. Ela disse, por meio de sua assessoria, que através da Secretaria de Saúde, que ao tomar conhecimento do ocorrido, solicitou imediatamente que a técnica de enfermagem, que atua como terceirizada, não preste mais serviços à rede pública municipal de saúde. “O fato já é de conhecimento do Centro de Medicina e Projetos Especiais (CEMPES), o qual não compactua com qualquer tipo de agressão ou violência. O ocorrido está sendo apurado para que as medidas administrativas cabíveis sejam tomadas”, finalizou.

 

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