Setores do Hospital São João Batista estão funcionando com quadro reduzido de profissionais  

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VOLTA REDONDA

Um dia depois da paralisação para cobrar salários atrasados, médicos, enfermeiro e técnicos de enfermagem do Hospital São João Batista (HSJB) foram surpreendidos nesta sexta-feira, dia 20. Ao chegarem ao local de trabalho, além da falta de funcionários, se depararam com a cozinha fechada e foram informados que não teria almoço, somente para os pacientes, mas vindo de fora da unidade hospitalar. Depois foi informado que seria estendido aos funcionários.

Um dos profissionais informou ao A VOZ DA CIDADE que, além da falta de funcionários não tem almoço, janta e nem café hoje. “A cozinha parou por falta de pagamento aos funcionários também”, informou o funcionário, lembrando que todos os setores estão prejudicados.

A informação é de que faltaram muitos profissionais nesta sexta-feira.  Com isso, o quadro de funcionários está incompleto em vários setores. Para se ter uma ideia, a Clínica Médica está funcionando até o momento com duas técnicas de enfermagem apenas para 40 pacientes. O Pronto Socorro Infantil (PSI) com dois técnicos e a UTI Neonatal também com dois, e uma enfermeira para cuidar de oito recém-nascidos.

O normal, de acordo com profissionais, seria sete para a Clínica Médica, quatro para o PSI, sete ou oito na UTI Neo e a mesma quantidade para o Pronto Socorro. “O quadro está incompleto em quase todos os setores. Com isso, quem veio trabalhar está sendo obrigado a se virar nos 30 e atender de um lado e do outro, já que está ficando somente dois funcionários por setor”, contou um funcionário.

PAGAMENTO

Os funcionários que participaram da paralisação de quinta-feira, tiveram a informação que a Prefeitura de Volta Redonda pagou R$ 1 milhão e que os outros R$4 milhões foram liberados também para o pagamento, porém a partir da próxima segunda-feira, dia 23, vai ser estudada uma maneira de repassar o dinheiro direto para os funcionários sem ter que passar para O,S.. A partir de segunda-feira, a O.S. não estará mais administrando o hospital.

Vale lembrar que na quinta-feira, dia 19, o juiz Alexandre Custódio Pontual, da 5ª Vara Cível de Volta Redonda, emitiu decisão nomeando pessoas para uma intervenção judicial no Hospital São João Batista. A intervenção foi decretada até o final do mês de fevereiro de 2021.

O processo na Justiça foi impetrado pela Defensoria Pública Geral do Estado. Houve inspeção judicial no HSJB e chegou-se a conclusão que não há como os réus, Prefeitura de Volta Redonda e Associação Filantrópica Nova Esperança cumprirem as decisões judiciais. “O fato é que o direito da população a saúde vem sendo violado e isso carece de imediata correção, sob pena de nefasta ineficácia do provimento jurisdicional já determinado, impedindo o direito difuso à saúde”, diz o parecer do juiz, completando haver necessidade dramática de choque de gestão e regulação no local.

NOMEAÇÃO DO INTERVENTOR-DIRETOR MÉDICO

Como interventor-diretor médico foi nomeado Dr. Flávio Augusto de Souza Reis. Ramiro Brandão Pudô da Silva foi nomeado interventor administrativo.  Já o interventor jurídico será Felipe Cruz Paiva. O juiz recomenda que todos deverão atuar com independência em cada área.

A intervenção no hospital deve acontece a partir do dia 23, segunda-feira, com duração inicial de 180 dias. Dr. Pontual determina ainda que a prefeitura promova nos dias 20, 21, 22 e 23 um reforço do efetivo médico do HSJB já que há notícia de ausência de profissionais de saúde. “Determino ao Município que no curso da Intervenção cumpra rigorosamente os repasses solicitados que deverão ser direcionados prioritariamente a compra de medicamentos, insumos, pagamento de funcionários, pagamento das remunerações dos interventores, prestadores de serviço de pessoas jurídicas, cabendo, sempre sob orientação da junta de intervenção, substituir contratos firmados com a antiga gestora AFNE, para em nome próprio contratar inclusive trabalhadores temporários e empresas terceirizadas de serviços”, diz a decisão, completando que se houver atraso nos repasses ao local será imposta multa pessoal ao prefeito Samuca Silva no valor de R$ 20 mil para cada atraso.

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