SUL FLUMINENSE
Em novo levantamento com empresários fluminenses, o Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) constatou que houve melhora na situação dos negócios dos empresários do setor de comércio e serviços do estado do Rio de Janeiro, nos últimos três meses. A proporção dos empresários otimistas com a recuperação dos negócios aumentou entre setembro e outubro.
A sondagem contou com a participação de 479 empresários do estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de acompanhar a situação anterior e as expectativas para os próximos três meses, além de indicador de inadimplência dos negócios ligados aos segmentos do comércio de bens, serviços e turismo.
Em relação à expectativa para os próximos três meses, 53,7% dos entrevistados esperam melhorias nos negócios; 21,7% acreditam que haverá bastante incremento e 15% acham que a situação continuará igual. Apenas 5,4% temem que piore e 4,2% creem que vai piorar muito. Na região, muitos deles apostam que a retomada pelas medidas de flexibilização permitam boas vendas no fim de ano. “Estamos na expectativa para a Black Friday e depois o Natal. De agora até o fim do ano, talvez início de 2021, espero sim crescimento nas vendas para reverter o que este cenário de pandemia proporcionou desde março. Nunca vivi uma crise intensa como esta e acredito sim que ao menos o Natal não deixará o comércio prejudicado nos próximos três meses”, afirma a empresária Eurídice Costa, 49.
Segundo o IFec, melhoraram também as expectativas de consumo de bens e serviços para os próximos 3 meses. Em outubro, 57,2% dos empresários ouvidos esperam aumento na demanda, índice superior aos 38,1% apurados no mês de setembro.
GERAÇÃO DE EMPREGOS
Em consonância com a recuperação gradual do mercado de trabalho, o número de pessoas empregadas também aumentou nos últimos três meses. Em setembro, 56,5% dos empresários informam que o emprego em seus negócios havia diminuído. Em outubro, a proporção caiu para 47%.
Para o próximo trimestre, a expectativa segue positiva. A proporção de empresários que considerava que o número de empregados diminuiria saiu de 26,5% em setembro para 16,3% em outubro. Há quem aposte que as vendas devam subir a ponto de investir em contratos temporários. “Anualmente contrato duas assistentes de novembro até janeiro. Para os próximos meses estou revendo esta prática, afinal as vendas precisam se manter estáveis, quem sabe subir ainda mais. De momento a meta é ter ao menos uma funcionária em contrato temporário para as vendas de fim de ano. Tivemos perdas significativas em 2020 e agora que tudo parece melhorar, não dá pra investir pesado. É preciso ser coerente. A meta para o fim de ano é elevar as vendas em 15% para fechar o semestre melhor que o anterior”, argumenta o gerente Paulo Hadab, 39.
FORNECEDORES
A pesquisa também abordou a opinião dos empresários sobre os preços dos fornecedores, que aponta para um aumento nos preços. Para 45,1%, os valores aumentaram muito, seguidos por 42% que consideram que houve algum aumento. Entre os entrevistados, 8,6% responderam que os preços ficaram estáveis e 3,1% afirmam que houve redução. Para 1,3% os valores diminuíram muito. Para 48,5% dos empresários os estoques ficaram nos últimos 3 meses abaixo do planejado; para 38,6% os estoques estiveram de acordo com o planejado e 12,9% afirmaram ter mais estoque que o planejado.
A grande proporção de empresários com estoques abaixo do planejado pode sugerir dificuldades de abastecimento ou falha na antecipação da demanda.
No quesito abastecimento, 62,9% dos empresários afirmaram que encontraram dificuldades para reabastecerem os estoques de produtos no período, contra 37,1% que responderam não ter encontrado dificuldade. Entre os que encontraram dificuldades, 46,9% afirmaram que as dificuldades com o reabastecimento estão relacionadas com produtos nacionais, 6,5% apontaram os importados e 46,5% responderam que encontraram empecilhos no reabastecimento tanto dos nacionais, quanto dos importados.
INADIMPLÊNCIA
A pesquisa apontou que a inadimplência entre os empresários do setor manteve-se praticamente estável entre setembro e outubro. Dentre as contas atrasadas, a mais citada foi o aluguel (37,4%), seguido por fornecedor (32,2%) e luz (27,8%). O índice de empresários que declararam ter mais de uma conta inadimplida é de 65,2%. Para o empresário Carlos Almeida, 61, o mais complicado na crise gerada pela pandemia foi manter em dia aluguel e o pagamento dos fornecedores. “Com os funcionários a gente se entende, mas sem ter material não há o que vender. Os fornecedores foram incisivos e essa despesa necessária, somada com a do aluguel foi o que mais tivemos dificuldades com as vendas limitadas no primeiro semestre”, comenta.