VOLTA REDONDA
Na noite de quarta-feira, 14, aconteceu o primeiro debate televisivo entre candidatos a prefeito de Volta Redonda. A realização foi da Band, com sede em Barra Mansa. Dos 14 candidatos citados, 12 puderam participar. São eles: Hermiton (Republicanos), Professor Habibe (PCdoB), Samuca Silva (PSC), Granato (Solidariedade), Cida Diogo (PT), Alex Martins (PSB), Juliana Carvalho (PSOL), Evandro Glória (Cidadania), Benevenuto (Avante), Neto (DEM), Baltazar (PSD) e Dayse Penna (Pros). Não puderam participar os candidatos: Monica Teixeira (PSTU) e Luiz Eugênio (PCO). Cerezo que é uma candidatura independente, ou seja, sem partido, também não.
No primeiro bloco os candidatos disseram por quê queriam ser candidatos. No segundo bloco foi iniciada a rodada de perguntas e respostas entre os postulantes à prefeitura. Cada um pode fazer uma pergunta com temas livres.
Baltazar e Samuca fizeram questão de se enfrentar. Um chamou o outro para questionamentos. Primeiro Samuca perguntou o que o médico Baltazar faria diferente no combate a pandemia. Baltazar citou o pouco número de testes realizados e a falta de investimento mínimo na saúde, conforme apontou o TCE em 2019. Citou ainda o fato da prefeitura ter adquirido o Hospital Santa Margarida e não ter utilizado os leitos disponíveis, ainda de forma pequena o Hospital de Campanha. Samuca disse então que não mudaria nada que o combate em Volta Redonda tem dado certo, com ocupação hoje de 6% dos leitos de UTI.
Em sua vez, Baltazar questionou Samuca sobre a gestão falada por ele em 2016, que não funcionou. Samuca disse que fez Volta Redonda crescer com sua receita, sem cobrar impostos, mas não contava com a dívida existente no início de mandato. Para ele, muito têm a fórmula da salvação, mas afirma ter arrumado a casa e quer fazer mais, sabendo que nem tudo está bom, mas nem tudo está ruim.
Neto questionou o candidato Hermiton sobre como espera pegar a prefeitura se eleito. O candidato do Republicanos falou que precisa reformular toda a prefeitura, revisar processos e lutar por mais empregos. Neto afirmou que qualquer um pegará a prefeitura em estado precário, sem pagar fornecedores, com salários atrasados. “A cidade precisará de uma pessoa com experiencia, capaz. Fui prefeito por quatro mandatos e sempre governei para a população”, disse.
Em sua pergunta Hermiton questionou Samuca sobre as OSs, indicando que o presidente do partido do atual prefeito, pastor Everaldo, foi preso, e a OS do São João Batista era de sua propriedade. “Primeiro indício de corrupção fui eu quem denunciou. A OS era necessária porque são mais de quatro mil Rpas para tocar o hospital, mas reincidimos todos os contratos”, diz.
Neto e Samuca se enfrentaram no debate. Samuca chamou o ex-prefeito e questionou quais seriam as propostas para o transporte público. Neto iniciou sem responder e falou que o prefeito atual foge desde o início do mandato e o acusa de uma dívida que não é dele, mas sim de outros governo. Citou ainda obras mencionadas por Samuca como dele que foram feitas em outros governos, 99% no dele. Samuca disse que Neto não tinha respondido e então contou que ampliará o Tarifa Comercial Zero e fará a licitação no transporte. E sobre as dívidas, ele seria também responsável ao final de seu mandato até mesmo as que não foram feitas por ele. Neto então disse que Samuca aumentou o preço das passagens e elaborou uma licitação de maneira errada, mas ele sim fará certo.
SÁUDE E EDUCAÇÃO
Saúde foi um grande tema do debate. Muitas perguntas giraram em torno do tema, assim como da educação. Baltazar questionou Cida Diogo sobre o funcionamento da saúde e ela relatou inúmeras reclamações da área, com a falta de estrutura do programa de saúde da família. Segundo Baltazar, é necessário informatizar a saúde para avançar. Cida Diogo citou que não é possível continuar com a saúde no formato que é de governos anteriores, criando a Fundação Municipal de Saúde, para acabar com Rpas.
Dayse Penna questionou o Professor Habibe sobre o anexo da FOA que atende o Hospital do Retiro, que tinha um planejamento de expansão para atender a população de forma gratuita. Segundo Dayse, há uma diferença entre gestão e dinheiro mal aplicado e, por isso, insiste em investir em saúde primária, com postos de saúde que realmente cuidam da prevenção.
Ainda na saúde, Granato questionou Evandro Glória sobre o que fazer pela população. Evandro afirmou que a situação na cidade é caótica. “Teremos que fazer uma auditoria fiscal em todos os setores, temos a melhor equipe contábil e técnica para desenvolver e ajustar as contas. Não vamos conseguir fazer obra estruturante sem antes resolver o problema financeiro”, argumentou. De acordo com Granato, se eleito, tem a consciência que haverá muita demanda reprimida e pensa até, se necessário, contratar iniciativa privada para diminuir essa fila.
Na educação, Juliana Carvalho elencou problemas na área, ao ser questionada por Cida Diogo, citando prioritariamente a falta de plano de cargos e salários, que desvaloriza os professores. Ela ainda falou sobre a falta de concurso público e o excesso de terceirizados na prefeitura.
Outra pergunta sobre educação foi feita por Hermiton para Granato. “Nosso plano de governo foi participativo e sabemos que o ano que vem será o ano da crise na economia, mas investiremos muito na educação e esse pacto será trabalhado muito nas periferias. A escola ensinará e praticará a educação”, afirmou Granato. Hermiton completou dizendo que pretende implantar a educação em tempo integral, oferecendo no contraturno sempre atividades de cultura, esporte e lazer.
GERAÇÃO DE RENDA E EMPREGO
No desenvolvimento econômico, Professor Habibe questionou Dayse Penna sobre o desequilíbrio entre o que foi arrecadado e os gastos da prefeitura sem investimentos relevantes. Ele frisou que é necessário ter ponto de equilíbrio entre custeio e o que é arrecadado. Dayse falou que a cidade precisa de uma reparação. “Desde que a CSN foi privatizada não tivemos estímulo a novos negócios e queremos acordo com governo federal para desenvolver na área ambiental. Se temos poluição porque não investir na área do que degrada em matéria prima aos nossos negócios”, questiona a candidata do Pros.
Ainda sobre a parte econômica, Benevenuto questionou quais são as propostas de Professor Habibe para geração de emprego. O candidato do PCdoB disse que o Volta Redonda precisa construir um novo modelo de sustentação e geração de emprego e não dá para ficar atrelado a uma grande indústria apenas. “Uma nova cidade e um novo modelo para empregar jovens. É o primeiro passo de uma caminhada porque estamos atrasados 20 anos”, disse. Benevenuto complementou dizendo que as universidades podem ajudar na geração de empregos para trabalhar com inovação, citando ainda o agronegócio voltado para turismo.
Segurança púbica foi um questionamento de Neto para Alex Martins. Ele disse que a área é uma agenda sim do município, mas não pode ser um modelo de política pública de repressão. “Uma segurança de inteligência, um diagnostico feito por universidades, buscando nos bairros as consequências dos alunos que estão em evasão escolar, de maneira que a segurança possa ser um direito para toda e qualquer pessoa”, elencou.