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Prefeitos de Barra Mansa e Volta Redonda se manifestam acerca de delação de Edmar Santos

Por Carol Macedo
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BARRA MANSA/VOLTA REDONDA

Os prefeitos de Barra Mansa, Rodrigo Drable (DEM), e de Volta Redonda, Samuca Silva (PSC), se manifestaram após informações veiculadas de parte da delação do ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, envolvendo as duas cidades. Segundo o que foi divulgado, o ex-secretário revelou à Procuradoria Geral da República que o grupo liderado pelo governador afastado Wilson Witzel teria criado em novembro do ano passado o Programa de Financiamento aos Municípios na Área de Saúde (Finansus). O orçamento seria de R$ 2 bilhões para atender os interesses do Palácio Guanabara.

Esse fundo, segundo denúncia do Ministério Público Federal, seria operado pelo pastor Everaldo, preso e apontado como um dos três eixos no esquema do governador. O critério para divisão do dinheiro do fundo para cada município seria populacional, socorrendo as cidades no custeio da saúde. Porém, segundo a delação de Edmar, o fundo esteve voltado para atender aos interesses dos integrantes do grupo. Há na informação divulgada envios de valores a Barra Mansa e Volta Redonda, que teriam ocorrido a pedido do ex-deputado estadual e ex-prefeito Gothardo Netto, que também está preso, por suposto envolvimento no esquema do governador. Num dos trechos da delação, o ex-secretário teria dito que o próprio governador afastado solicitou a ele que fizesse os repasses as duas cidades da região. Seriam R$ 13 milhões para Barra Mansa, nos quais R$ 10 milhões foram pagos em 2019 e R$ 3 milhões ficaram pendentes para este ano, e R$ 21 milhões para Volta Redonda, sendo R$ 15 milhões pagos em 2019 e R$ 6 milhões já quitados em 2020.

Edmar citou que o esquema seria feito da seguinte forma: O Governo do Estado faria o repasse ao município, uma empresa envolvida seria contratada para executar um determinado serviço e esse montante seria devolvido ao grupo através dessa empresa. Esse foi um ponto das investigações que desencadearam a Operação Tris Is Idem, realizada na última sexta-feira, 28 de agosto. Apontou que o esquema instalado no governo operava em licitações de cartas marcadas na área da saúde. Basicamente os contratos de gestão de hospitais e UPAS eram destinados para Organizações Sociais (OSs) escolhidas, com garantia de pagamento de propina ou liberação de restos a pagar.

DRABLE SE MANIFESTA

Na terça-feira, 1, e também hoje, em suas redes sociais, o prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable falou sobre o recurso de R$ 10 milhões recebidos pelo Finansus. Segundo ele, isso aconteceu em dezembro e permitiu o pagamento da Santa Casa, Clínica de Hemodiálise, cirurgias de catarata, ambulâncias, homecare, exames e entre outras ações. “Todos os pagamentos estão detalhados no site da transparência. Se esse recurso foi utilizado irregularmente em alguma cidade, em Barra Mansa não foi. Ele garantiu que a saúde não parasse e os salários fossem pagos. Que a Santa Casa fosse paga e não parasse de atender e fazer cirurgias. Não foi feita nenhuma contratação nova ou algo do tipo. E está tudo detalhado para quem quiser conferir! Cada centavo pago está no detalhamento. Não respondo por outras cidades. Mas aqui não tem margem pra dúvida”, disse, apresentando dados do que foi gasto e não há contratação de empresa para devolução de qualquer dinheiro.

Drable disse que ainda há um saldo de R$ 1.903.530,62 desse dinheiro.


O envio da verba foi publicado no Diário Oficial da Prefeitura de Barra Mansa, 1.137, do dia 23 de dezembro 2019. No link https://bit.ly/2EWFhv9 foram detalhados todos os gastos do Finansus.

SITUAÇÃO EM VOLTA REDONDA

Nesta quarta-feira, o prefeito Samuca Silva, também usou suas redes sociais para informar que estava na porta do Ministério Público Federal, e que iria fazer isso também no MP Estadual. Ele informou que protocolou todos os documentos no órgão federal. No vídeo, atrás dele, um carro lotado de papeis que encheriam mais de dois carrinhos de compras.  “Cem por cento dos recursos dos R$ 15 milhões foram usados para pagamento de folha, 13º salário e alguns fornecedores. Nenhum centavo foi usado para pagamento de OS. Mais do que falar de honesto é preciso agir. Nessa semana cancelei todos os contratos com as OSs. Não me confundam. Não tenho rabo preso com ninguém, comigo o papo é reto. Torço muito para que todos os envolvidos em desvios de dinheiro público sejam presos”, disse em vídeo.

Nessa semana, conforme o prefeito lembrou em vídeo, foi divulgada informação sobre as recisões dos contratos das duas OSs que geriam os hospitais São João Batista e o Munir Rafful. Seriam a OS Nova Esperança e a OS Mahatma Gandhi, respectivamente.

Investigações da Procuradoria Geral da República no escândalo de suposto esquema de corrupção do governo estadual apontam licitações fraudulentas que segundo Edmar Santos entraram no esquema para devolução de dinheiro para a organização criminosa. Essas duas OSs são mencionadas com outros hospitais, nos contratos de gestão do Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Zona Norte do Rio, para a OS Instituto Solidário; da UPA junto à Secretaria de Administração Penitenciária para a OS Nova Esperança e do Instituto Estadual do Cérebro (IEC) para a OS Mahatma Gandhi.

A Associação Filantrópica Nova Esperança é de propriedade de Marcos Pereira, irmão do Pastor Everaldo, sendo informações divulgadas na investigação.

Dados divulgados por Volta Redonda –

 

 

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