BARRA MANSA
O período de isolamento social para evitar a propagação da Covid-19, vem afetando várias pessoas na área econômica, social ou familiar. Além disso, existem as famílias com crianças que possuem necessidades especiais, que tiveram que redobrar a atenção e os cuidados, não apenas para evitar o vírus, mas também para distraí-las em casa. Duas mães contaram ao A VOZ DA CIDADE como tem sido esse período de isolamento com os filhos que precisam de acompanhamento duplicado.
Cintia Luciano da Silva Vieira, moradora do Jardim América, é mãe de autista. Segundo ela, seu filho, Felipe Vieira, de seis anos, tem ficado agitado em casa e uma das dificuldades é porque ele não tem percepção do que está acontecendo. “Tem muita coisa que ele não tem compreensão e por isso ele tem que ficar dentro de casa direto, porque ele gosta de abraçar, de beijar, conversar e não entende que no momento não se pode fazer isso”, relatou.
Ela explicou ainda que algumas coisas trabalhadas em terapia estão sendo desconstruídas. “Como, por exemplo, a exposição excessiva ao celular. Eu sempre evitei ao máximo deixar ele no celular, mas com esse período, ele fica ansioso demais e eu sou obrigada e deixá-lo usar, para ele acalmar um pouco”, disse, acrescentando que tenta fazer o máximo possível, como trabalhar a questão do lúdico e brincadeiras para ele distrair. “É complicado porque é um período que temos que manter nossa sanidade mental para ajudar nossos filhos”, disse.
A pequena Antônia, de seis anos, que possui atrofia muscular, também teve que suspender algumas atividades para se proteger da doença. Ela e a mãe, Bruna Vidal, moram no bairro Roberto Silveira, e estão mantendo o isolamento de forma vigorosa. “Encerramos o serviço de home care, no qual a Antônia recebia diariamente uma enfermeira. Encerramos as atividades de terapia que ela fazia fora de casa e diminuímos as terapias com fonoaudiólogo e fisioterapeuta e queremos reduzir ainda mais”, relatou.
Bruna ainda explicou que agora ela e o marido estão cuidando da filha em tempo integral. “O momento que estamos vivendo nos impede de produzir, isso tem um impacto econômico também e temos que ter um cuidado redobrado com a Antônia. O lado bom é que estamos estreitando nossos laços familiares e orando a Deus para que tudo passe logo e que esse vírus perca força para tudo voltar a normalidade”, finalizou.