VOLTA REDONDA
O Zoológico Municipal de Volta Redonda (Zoo-VR) passará por uma grande reforma na infraestrutura. Todos os recintos serão reformados e a área de manejo dos animais ampliada, visando o bem-estar das mais de 300 espécies hospedadas no local. A obra, que será licitada em fevereiro de 2025, prevê ainda a construção de um serpentário, duas novas áreas para piquenique e novo banheiro para os visitantes.
De acordo com o diretor do Zoo-VR, o biólogo Jadiel Teixeira, a obra orçada em R$ 5 milhões tem previsão de ser iniciada no primeiro semestre de 2025, entre maio e junho. A obra deve durar um ano e seis meses por ser em etapas.
“O prefeito Neto aprovou a reforma e estamos empolgados com a obra, que vai garantir melhorias estruturais nos 41 recintos. Além do novo banheiro, os que já existem serão reformados para oferecer mais conforto às famílias, principalmente aquelas com crianças” disse o diretor, acrescentando que o Zoo-VR irá funcionar normalmente durante a obra. “Vamos realizar essa reforma por partes para não atrapalhar o funcionamento do espaço”, citou.
O projeto de reforma do Zoológico Municipal começou em 2023; com isso, a equipe de médicos-veterinários e biólogos separaram recintos para facilitar o deslocamento dos animais.
“Desde quando iniciamos o projeto de reforma, começamos a deixar alguns recintos vazios já pensando no manejo dos animais, e hoje temos por volta de um terço de recintos vazios; assim, podemos fazer a reforma por módulos. Dessa forma não comprometemos o bem-estar dos animais hospedados”, explicou Jadiel.
43 anos de história
Em setembro deste ano, o Zoológico Municipal de Volta Redonda (Zoo-VR) completou 43 anos de existência. O espaço administrado pela prefeitura é o único público do país com entrada franca. Com funcionamento de terça a domingo, das 8h às 16h30, mais de seis mil pessoas, em média, visitam o local a cada fim de semana, incluindo visitantes da região do Médio Paraíba, Baixada Fluminense e interior de São Paulo. O local tem registrado a passagem de moradores de cidades como Barra Mansa (RJ), Resende (RJ), Nova Iguaçu (RJ), Seropédica (RJ), Paracambi (RJ), Mendes (RJ), Cruzeiro (SP) e Lavrinhas (SP), por exemplo.
Durante a semana, o Zoo-VR recebe excursões de escolas públicas e particulares e oferece visitas guiadas para educação ambiental no Recinto de Imersão – criado para que os visitantes tenham contato direto com os animais. O recinto é um dos atrativos do local e possui 750 m², sendo todo telado, tendo duas salas com três portas para que as pessoas possam entrar sem que as aves escapem.
O Zoo-VR oferece ainda parquinho de diversão para as crianças com brinquedos como balanço, escorregador, labirinto, e ainda dois brinquedos adaptados para pessoas com deficiência (PCD) – um balanço e uma gangorra –, além de espaço para piquenique em família, e uma área verde para o lazer no entorno da Floresta da Cicuta.
Anfiteatro e ‘Pesque e Não Pague’
Atrelado às atrações do Zoológico Municipal está o anfiteatro “Arca do Saber”, onde as crianças e os visitantes também têm acesso a apresentações culturais, como teatro e contação de história. Os eventos, em sua maioria, são oferecidos de forma gratuita pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC), com apoio de outras instituições da região.
O projeto da prefeitura “Pesque e Não Pague” acontece no lago do Zoo-VR, onde maiores de 60 anos e aposentados de Volta Redonda podem pescar às segundas-feiras, das 7h às 16h, período em que o zoológico fecha para os visitantes e realiza limpeza e manutenção, além de abrir exclusivamente para a pescaria gratuita oferecida pelo “Pesque e Não Pague”, que conta com espécies como tilápia, tambaquis e traíras.
“Cada pescador cadastrado pode levar até cinco peixes para casa, sem pagar nada por isso. Interessados em participar podem fazer o cadastro na sede administrativa do Zoológico Municipal, todas às segundas-feiras, das 7h às 16h. As pessoas maiores de 60 anos devem apresentar, no ato da inscrição, a identidade e o comprovante de residência”, disse o diretor do zoológico.
Programa de reabilitação para animais
Através de um programa que busca garantir bem-estar, qualidade de vida e uma nova chance para os animais que não podem ser reinseridos na natureza, o Zoológico Municipal de Volta Redonda hospeda 300 animais silvestres de várias espécies. Estes animais abrigados no local não podem ser reintroduzidos em seu habitat, seja por portarem sequelas físicas ou psicológicas causadas pelo grande período mantido em cativeiro ou pela falta de ambiente natural, dependendo da espécie.
Entretanto, aqueles que possuem condições de reintrodução à natureza são atendidos por meio do programa de reabilitação e reinserção para animais desenvolvido pela equipe de médicos veterinários e de biólogos do Zoo-VR. Muitos dos animais acolhidos pelo programa são resgatados após acidentes de trânsito ou frutos de doações voluntárias – motivadas pela ilegalidade de manter um animal silvestre em cativeiro.
Ao receberem o animal, um dos primeiros passos é oferecer tratamento médico veterinário adequado, com objetivo de ingressá-lo novamente à natureza. Primeiro é feita uma avaliação física e comportamental para, em seguida, ser encaminhado à reabilitação, onde receberá o tratamento.
Segundo Jadiel Teixeira, de janeiro de 2022 a janeiro de 2023, 185 animais foram soltos no habitat natural. Destes, 56 foram destinados a instituições parceiras – que correspondem a aparelhos estaduais e federais de manejo da vida silvestre, além dos institutos autorizados pelos órgãos à reabilitação e soltura destes animais –, e 129 animais às unidades de conservação localizadas no município.
Entre os animais reabilitados e devolvidos ao habitat estão: Paca; Quati; Cachorro-do-mato; Gambá-de-orelha-preta; Ouriço-cacheiro; Furão; Preguiça; Tatu-galinha; Tamanduá-mirim; Tapiti; Sabiá-laranjeira; Canário-da-terra; Carcará; Tico-tico; Periquitão-maracanã; e Corujinha-do-mato.
“Das espécies recebidas, algumas são devolvidas à natureza em curto espaço de tempo, o que configura ‘retorno imediato’, sendo mantidos apenas durante avaliação veterinária ou translocação. Outros, que acabam passando período maior por necessitarem de tratamento, posteriormente são absorvidos pelos trabalhos de reabilitação, treinados para só então, com a participação dos órgãos competentes, serem devolvidos ao seu habitat natural”, finalizou o diretor.