Volta Redonda cria primeira carteira do portador de autismo digital e com aplicativo do Estado 

Por Franciele Aleixo

VOLTA REDONDA

A carteira de identificação do pessoa com transtorno do espectro autista (CIPTEA) foi lançada na última sexta-feira (15) na secretaria da pessoa com deficiência, baseada na lei federal 13.977/20

Dentro da programação pelos 68 anos de Volta Redonda, a Prefeitura lançou projetos de inclusão para Pessoas com Deficiência (PCDs) na tarde desta sexta-feira, dia 15, na sede da Secretaria Municipal para Pessoa com Deficiência (SMPD). O local, na Avenida 17 de Julho, nº 20, no Aterrado, agora abriga a biblioteca para deficientes visuais e de uma central de atendimento para usuários surdos. Na cerimônia também foram entregues as carteirinhas especiais de identificação para autistas.

O vice-prefeito Sebastião Faria esteve presente no evento e lembrou que o município foi pioneiro com a criação da Secretaria Municipal para Pessoa com Deficiência (SMPD), no ano passado, medida que já garantiu avanços para fazer de Volta Redonda uma cidade cada vez mais inclusiva.

A CIPTEA de Volta Redonda foi viabilizada através de uma parceria entre o município e uma empresa que armazenará os dados e compartilhará com a prefeitura.

A carteira do autista tem três QR code’s onde é possível acessar os dados do portador de TEA, leis sobre o Autismo e informações sobre onde buscar atendimento.

 

Segundo o desenvolvedor Henrique Carvalho o projeto já está sendo discutido em outros municípios da região como os de Barra do Piraí, Barra Mansa e Vassouras e também no município de Duque de Caxias na baixada fluminense.

 

“Eu iniciei esse projeto em janeiro deste ano, devido ao meu filho ser autista e como não identifiquei na região nenhum município com a CIPTEA, pensei em desenvolver algo que fosse de fácil acesso e que fosse útil para nós pais. Foi quando cheguei ao modelo atual, em cartão pvc, tipo o bancário, o cartão carrega desde informações básicas, como informações e documentos que os pais podem decidir inserir no documento, tudo de forma digital e que pode ser acessada com qualquer smartphone.” comentou Henrique.

 

O desenvolvedor do cartão disse que foi informado que duas mães já estavam trabalhando também em um projeto para a carteira do autista e que resolveu apresentar o projeto do modelo digital.

 

“Quando conversei com algumas pessoas sobre a CIPTEA, me falaram que duas mães, que são a Renata Bona e a Márcia Simone, já estavam também trabalhando num projeto eu resolvi apresentar a elas a ideia e somar forças. Nós falamos com o vereador Sidney Dinho que se propôs levar ao prefeito Neto e no momento que o prefeito conheceu o projeto ele abraçou a causa, colocou pessoas de prefeitura para ajudar na implantação e o secretário da pessoa com deficiência Washington Uchoa, desde o primeiro momento se empenhou para que a carteirinha saísse do papel. Então agradeço muito ao prefeito Neto, ao vereador Sidney Dinho e ao secretário Washington Uchoa, que nos ajudaram a dar esse grande passo na causa autista, implantando a primeira CIPTEA digital do estado do Rio” disse Henrique.

 

A CIPTEA de Volta Redonda é a única do estado em formato físico e digital, e que possuí um aplicativo no qual é possível fazer o cadastro, acessar lei e encontrar locais de atendimento para portadores do transtorno do espectro autista.

 

“A tecnologia nos permitiu ter um aplicativo que torna a utilização mais rápida e prática. E aqui não posso deixar de agradecer ao presidente da Alerj o deputado André Ceciliano, que me apresentou pessoas que me ajudaram a criar o aplicativo, por isso eu digo que foi uma soma de forças” finalizou Henrique.

 

“Nós estávamos trabalhando em uma carteira para o autista, quando o Henrique entrou em contato conosco, que também é um pai de autista, que também tinha em mente um projeto da carteira. O Henrique transformou a nossa carteira num cartão que tem um QR code e a gente tem todas as informações que a gente queira ali dentro, através de um aplicativo, algo realmente que ficou infinitamente melhor do que aquilo que a gente pensava, na verdade a gente achou que a coisa iria ficar ruim, quando o Henrique entrou ficou muito melhor, porque ele apresentou uma solução muito mais viável, mais completa, porque a carteirinha com o QR code tem todos os dados que a gente precisa” comentou Márcia Simone.

 

Segundo as mães a importância da carteira do autista é o reconhecimento do portador de TEA junto a sociedade e reunião de documentos que ela proporciona, “Nós andamos com muitos documentos, uma pasta cheia de documentos, se a gente perde é a vida dos nossos filhos que está ali jogada fora. Então tudo anexado em um único lugar, um aplicativo no qual através de um QR code a gente pode acessar toda essa documentação e essa documentação guardada dentro de casa, com toda a segurança, isso é um divisor de águas” disse Márcia.

 

Durante o evento, cinco mães receberem as primeiras carteirinhas de identificação para crianças autistas. As identificações fazem parte da lei federal 13.977/2020 denominada Lei Romeu Mion, filho do apresentador global Marcos Mion, que facilita o atendimento aos usuários. Nelas, terão informações pessoais dos usuários, como a classificação do autismo, seu CPF, data de nascimento, tipo sanguíneo e contato dos responsáveis, além de um QR Code com a rede de atendimento e as leis sobre autismo.

 

Para solicitar a sua identificação, os responsáveis das crianças devem ir até a sede da secretaria e preencher uma ficha. Mais informações podem ser pelo do número (24) 3339-9031.

 

A cerimônia também marcou uma homenagem a ex-secretária municipal de Educação de Volta Redonda, Therezinha dos Santos Gonçalves Assumpção. A Biblioteca em Braile levará o nome da professora, que tanto contribuiu para a Educação em Volta Redonda nos mais de dez anos que atuou como secretária da pasta.

 

Os primeiros livros da nova biblioteca serão Bíblias em braile, doadas pelo coordenador de projetos sociais da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Dani Paes. Outros materiais inclusivos irão chegar nos próximos dias.

 

“Se torna um marco para a cidade. Tanto na questão de acessibilidade, como de proporcionar uma emancipação para os deficientes visuais, que agora têm ao seu alcance uma biblioteca que eles podem usufruir, ler aos livros sem precisar de auxílio”, frisou Paes.

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