Volta Redonda assina convênio com a UFRJ para adotar vermífugo como protocolo para casos leves de Covid-19

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VOLTA REDONDA

No fim da tarde dessa segunda-feira, dia 29, o prefeito Samuca Silva, ao lado da secretária de Saúde, Flávia Lipke, fechou um convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que possibilitará o novo protocolo de saúde para tratamento de casos leves da Covid-19. O medicamento que será usado é o nitazoxanida, um vermífugo que já vem sendo usado por médicos no país para tratamento do coronavírus. No último dia 24, Samuca destacou que a cidade seria a primeira do Brasil a ter um protocolo assim.

O anúncio da parceria foi feito ao lado do médico infectologista da UFRJ, Edimilson Migowski, no auditório do Palácio 17 de Julho. Segundo ele, o protocolo se baseia em tratar os pacientes antes que o quadro da doença evolua. “É como se fosse colocado um colete de balas em quem já tomou um tiro, para evitar que tome outros, o que dará mais chances para ele se curar do primeiro tiro”, disse, informando que vem acompanhando aproximadamente 300 pacientes que estão fazendo uso do medicamento. “Desses, apenas três foram internados e não houve nenhum óbito. Esse medicamente inibe a enzima estrutural do vírus, minimizando a sua replicação”, explicou.

A nitazoxanida vem sendo estudada pelo ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, tendo iniciado a segunda fase de testes no último dia 9. O vermífugo começou a ser testado em fevereiro, junto com mais de duas mil substâncias e ficou entre as cinco mais promissoras verificadas por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). O medicamento apresentou resultados positivos nos testes in vitro, inibindo até 94% da carga viral do coronavírus.

PRÓXIMOS PASSOS

De acordo com Samuca, após a assinatura do convênio, o próximo passo é iniciar o treinamento da equipe do Centro de Triagem. O chefe do Executivo destacou ainda que para a utilização do medicamento, o paciente receberá um termo de aceitação, será orientado e acompanhado. “Queremos fazer também uma Central de Atendimento com objetivo de oferecer a população orientações e a solicitação do remédio”, disse, afirmando que o foco principal agora é treinar a equipe.

De acordo com o médico infectologista da UFRJ, há grande possibilidade que os casos notificados de Covid-19 aumentem, mas em contrapartida, os casos de internação diminuirão.  “A contraindicação é para as pessoas que têm alergia a droga”, disse, destacando que um efeito colateral pode ser a diarreia. “Mas temos convicção o medicamento é seguro e tem um bom custo”, afirmou o médico.

CASOS DE COVID-19 EM VOLTA REDONDA

Dados epidemiológicos divulgados pela Prefeitura de Volta Redonda informam que a cidade tem 6,2 mil casos suspeitos de coronavírus. São 1.576 confirmações, com 1.207 curados. Agora são 66 óbitos.

A ocupação na rede pública, em leitos de UTIs está em 44%, o maior índice desde o início da pandemia. O limite estabelecido na Justiça é 50% de ocupação. Já a ocupação em leitos de enfermaria, no Hospital de Campanha, está em 7,89%, o limite é 60%.

Treze pessoas de Volta Redonda estão internadas no Hospital Regional, que voltou a receber pacientes após pagamento de parte da dívida do Estado para a OS que administra o local. Os estabelecimentos comerciais da cidade estão fechados desde ontem, dia 29, e serão reabertos na próxima segunda-feira, dia 6.

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