Vigilantes iniciam paralisação em todo o estado

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SUL FLUMINENSE

Os profissionais responsáveis pela vigilância em órgãos públicos e privados, em todo o estado, iniciam nesta segunda-feira, dia 20, o movimento de greve através da campanha “Não é só por reajuste. É por dignidade”. Segundo os representantes da categoria, a paralisação é por tempo indeterminado. Os trabalhadores decidiram paralisar os serviços depois de assembleia realizada entre os dias 9 e 12 desse mês, em todos os sindicatos do estado. Aproximadamente 40 mil profissionais devem aderir à greve.

O Sindicato dos Vigilantes no Estado do Rio de Janeiro (SindVig-Rio) ressalta que a greve “é de toda a categoria e os vigilantes de todas as escalas e postos de trabalho, inclusive a escala de 12 por 36 horas e vigilantes de escolta armada”. Além disso, em respeito à legislação, seria mantido o efetivo de 30% da Lei de Greve pelos profissionais nos locais de trabalho. Mas, na sexta-feira, dia 17, em virtude de uma liminar a favor do Sindicato Patronal obtida por intermédio do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, os vigilantes terão que manter efetivo mínimo de 70% trabalhando, e quando for agência bancária no mínimo dois Vigilantes. “A decisão não impede a greve, que contínua convocada para o dia 20 de julho, com toda programação confirmada. Os departamentos jurídicos dos Sindicatos dos Vigilantes estão preparando a defesa para derrubar a decisão liminar”, informa o SindVig-Rio.

A greve em todo o estado do Rio de Janeiro deve afetar os principais locais que contam com estes profissionais, como as agências bancárias, empresas, indústrias, condomínios residenciais, empreendimentos comerciais e órgãos públicos, entre outros. Em Barra Mansa, por exemplo, agências bancárias informam a greve da categoria com cartazes na fachada.

A Federação e o Sindicato dos Vigilantes comunicaram que a decisão de entrar em greve resulta do descaso das empresas de segurança com as reivindicações da categoria, que manteve-se na linha de frente neste momento de pandemia, considerada categoria essencial por decretos federal e estadual. “A categoria está desde 1º de março, data-base da categoria, sem convenção coletiva, ficando a mercê das arbitrariedades das empresas. A Categoria está garantindo a segurança nas agências da Caixa onde milhões de brasileiros estão recebendo seus benefícios sociais, garantindo o funcionamento de hospitais e postos de saúde e os patrões apenas demonstram todo o seu desprezo pelo trabalho do Vigilante, tentando sempre aproveitar-se da conjuntura nacional para impor suas decisões”, frisa o manifesto das entidades.

As entidades advertem que a greve dos vigilantes não é baseada apenas em reajuste salarial, mas pela dignidade da categoria. “Muitas Empresas de Vigilância usam o discurso do estado de calamidade, provocado pela pandemia do novo coronavírus, para passar por cima dos direitos dos trabalhadores, mas todos sabem que a maioria dessas empresas há anos tem essa prática, não é de hoje que são caloteiras. Se a categoria dos Vigilantes é considerada essencial e continua trabalhando, não é aceitável ficarmos sem reajuste no piso salarial e no tíquete refeição e sem convenção coletiva de trabalho”, criticam as entidades que representam a categoria.

No dia 16, o SindVig-Rio remeteu ofício às empresas de segurança e vigilância comunicando a decisão de greve dos vigilantes em todo o estado, a partir desta segunda-feira, dia 20. O Sindicato notificou as empresas que não poderá haver nenhuma tentativa de constrangimento ou de ameaça aos trabalhadores em greve. O edital foi publicado dia 15 e oficio protocolado junto ao Sindicato das Empresas de Segurança do Rio de Janeiro (Sindesp-RJ).

Segundo a presidente do Sindicato dos Vigilantes do Sul Fluminense, Valéria Gonçalves Martins, a região concentra aproximadamente 2 mil vigilantes. Atualmente, acatando a decisão judicial, são mantidos em torno de 70% do efetivo atuante, principalmente nas agências bancárias. “Estamos tentando derrubar essa liminar judicialmente para que a nossa greve já em andamento tenha ainda mais proteção aos nossos colaboradores. Uma vez derrubada, será possível mantermos o limite de 30% do efetivo de vigilantes nos seus postos de trabalho, conforme determina a legislação”, comenta.
Mesmo com a greve da categoria as agências bancárias seguem operando normalmente em toda a região. Caso o efetivo seja reduzido de 70% para o mínimo de 30% dos profissionais, algumas instituições podem optar em não funcionar plenamente, como precaução de segurança, ou manter serviço limitado a terminal eletrônico.
* Postagem atualizada às 13h37min

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