SUL FLUMINENSE
Após reunião na tarde desta quarta-feira, dia 16, que avaliou os impactos econômicos e energéticos, o governo federal anunciou que o horário de verão não será retomado neste ano. A notícia foi comemorada por algumas pessoas entrevistadas pelo A VOZ DA CIDADE que, antes mesmo do anúncio, já estavam na torcida para que a alteração no fuso horário, extinta em 2019, não fosse retomada. Segundo o governo, o benefício econômico da mudança de horário não justifica a sua adoção e, dessa forma, o horário convencional foi mantido em todo país.
É o caso da fotógrafa Mariana Gonçalves, que disse preferir que seja mantido o horário normal neste verão. “Não gostava, não gosto e por mim não volta. Prefiro que fique como está”, disse. A nail desing, Vitória Martins, também “torceu contra” o retorno do horário de verão. “Para mim não tem que voltar, já estou habituada e é bom que fique assim”, ressaltou.
A técnica de saúde bucal, Luciana Rocha, de 40 anos, tem uma filha de apenas cinco anos, que entra às 7 horas no colégio, e também disse que ficou feliz com o veto do retorno do horário de verão.
“Eu, meu marido, meu filho de 19 anos e minha filha saímos todos juntos de casa, bem cedinho e acordamos às 5h30min. Imagina ter que acordar uma hora mais cedo como seria cansativo para todo mundo, principalmente para ela, que é muito pequena e já acho sofrido estudar no turno da manhã. Prefiro que seja mantido o horário normal. Essa decisão para mim foi ótima”, disse.
Comércio também é a favor do horário normal
Questionado sobre a decisão do governo, o presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Barra Mansa, Gleidson Gomes, disse que ficou satisfeito e que é a favor que seja mantido o horário normal.
“Na nossa região, onde temos muitos comércios e indústrias, em que os funcionários fazem turno e precisam de um tempo de adaptação, o horário de verão acaba trazendo prejuízos para saúde e a própria economia.
Além disso, a economia que se esperava com a implantação de um novo horário de verão não vai se tornar viável neste ano. Acredito ser uma boa medida a não implantação, neste momento. Os funcionários de uma maneira geral reclamavam em anos anteriores, porque dormiam mais tarde e acordavam mais cedo e, entre esse período de adaptação, se perdia produtividade”, comentou o presidente.
A comerciante Denise Oliveira da Silva, que mantém sua loja aberta das 9h às a19 horas, disse ser contra o retorno do horário de verão porque em anos anteriores o que observou foi um maior cansaço e desgaste dos funcionários, principalmente pelo fato de terem que acordar uma hora mais cedo do que o normal. “Para gente não faz diferença na questão de vender mais ou não, e eu também nunca notei que se o meu consumo de energia foi menor nesse período. O que eu via era meus funcionários exaustos e mais cansados, o que não era bom nem para eles e nem para loja”, disse.
Ministro de Minas e Energia justificou
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o governo federal teve um cuidado ao debater o retorno do horário de verão e, em razão disso, especialistas se reuniram dez vezes nos últimos 45 dias para tratar do assunto.
“Chegamos à conclusão de que não há necessidade para este verão. Temos a segurança energética assegurada. É o início de um processo de restabelecimento, ainda que muito modesto, de nossa condição hídrica”, afirmou o ministro, que não descartou a possibilidade de avaliar a adoção do horário de verão no final do ano de 2025.