MÉDIO PARAÍBA
Uma pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) revelou a presença do verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, em 26 municípios do estado do Rio de Janeiro. O estudo, publicado na revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, analisou amostras coletadas entre 2015 e 2019.
O parasito foi identificado em caramujos, caracóis e lesmas, incluindo o caramujo gigante africano, que apresenta o maior risco à saúde pública devido à sua ampla presença em áreas urbanas. Das 2,6 mil amostras coletadas em 46 cidades, 230 estavam infectadas, representando 9% do total.
Cidades com o verme
Na mesorregião metropolitana, o verme foi detectado em 21 cidades:
– Baixada Fluminense e região metropolitana: Cachoeira de Macacu, Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mangaratiba, Maricá, Mendes, Mesquita, Miguel Pereira, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Seropédica e Tanguá.
– Centro fluminense: Comendador Levy Gasparian, Santa Maria Madalena, Sapucaia, Sumidouro e Três Rios.
Alerta de disseminação
Segundo as pesquisadoras, a ampla distribuição do verme indica um risco significativo de transmissão da meningite eosinofílica, especialmente em áreas densamente povoadas. Em abril, um óbito pela doença foi registrado em Nova Iguaçu, onde o verme foi encontrado em caramujos aquáticos, terrestres e ratos.
Pesquisas anteriores já haviam confirmado a presença do A. cantonensis em locais como a capital fluminense, São Gonçalo, Niterói e Angra dos Reis.
Prevenção e vigilância
Especialistas recomendam ações de prevenção, como o uso de luvas ao manusear moluscos, higienização adequada de alimentos e combate ao caramujo africano. Prefeituras são orientadas a realizar vigilância malacológica e implementar programas de limpeza urbana para reduzir a proliferação de moluscos e roedores.
A meningite eosinofílica, embora rara, pode causar sintomas como dor de cabeça, rigidez na nuca, febre e distúrbios visuais. Em casos graves, pode levar à morte, tornando indispensável o diagnóstico precoce e acompanhamento médico.