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Vendas no varejo têm elevação de 8% em junho

Por Idel Pinheiro
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SUL FLUMINENSE

A flexibilização no setor do comércio contribuiu gradativamente para a alta do volume de vendas no setor varejista, aquele que atende diretamente o consumidor final apresentou alta de 8% em junho, após alta de 14,4% em maio. Apesar dos números positivos nesses dois meses, o varejo fechou o primeiro semestre com -3,1%, frente ao primeiro semestre de 2019, influenciado pelas medidas de isolamento social para contenção da pandemia de Covid-19.

O resultado semestral foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas em âmbito nacional, sendo o menor desde o segundo semestre de 2016 (- 5,6%). De acordo com entidades do setor no Sul Fluminense, apesar de não haver um dado finalizado específico regional, a situação regional tem reflexos nos dados nacionais até pelo ritmo diferenciado de cada cidade em retomar as atividades no setor. Na avaliação do gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, o saldo de junho era previsível. “Os resultados positivos eram esperados porque viemos de uma base de comparação muito baixa, que foi o mês de abril (-17%). Esse crescimento, então, foi praticamente generalizado, distribuído em quase todas as atividades. Desde o começo da pandemia, a gente bate muitos recordes, tanto negativos quanto positivos, então os números estão muito voláteis”, explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O empresário Maurício Guedes, do segmento de vestuário e calçados, afirma que o lucro de junho teve bom desempenho pelo Dia dos Namorados. “Foi um mês atípico, aliás, este ano esta sendo. Mas, com o Dia dos Namorados conseguimos ter um bom desempenho nas lojas que temos nas cidades da região, média de 8% a 10% de lucro. Maio é o Mês das Mães e as vendas nesta época só perdem para o Natal, então, essa queda fica mesmo perante o que tenho de dados na minha empresa. As campanhas promocionais são fundamentais para seguirmos sobrevivendo nessa pandemia”, comenta.

PRODUTOS EM ALTA

Com exceção de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, atividade que teve queda de 2,7% frente a maio, todas as outras atividades analisadas pela pesquisa cresceram nessa comparação. Os maiores percentuais foram de Livros, jornais, revistas e papelarias (69,1%), Tecidos, vestuário e calçados (53,2%), Móveis e eletrodomésticos (31%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (26,1%). Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (22,7%), Combustíveis e lubrificantes (5,6%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,7%) foram as demais atividades que tiveram resultados positivos.


“Há um movimento de adaptação. Tanto Móveis e eletrodomésticos quanto Livros, jornais, revistas e papelarias são duas das atividades com maior potencial de adaptação, principalmente nas pequenas e médias empresas, que sempre tiveram o comércio calcado na venda física. Com a pandemia, ao longo do tempo, elas aprenderam a ofertar seus produtos de maneira distinta e a trabalhar com entrega, por exemplo”, analisa Cristiano.

De acordo com o pesquisador, como as atividades de artigos farmacêuticos e perfumaria e hipermercados e supermercados foram consideradas essenciais durante a pandemia, não sofreram tanto impacto quanto as outras atividades. “O setor de hipermercados pesa muito no indicador. Nesse mês a participação dele foi de 50,8%. Essa variação grande e volátil das outras atividades foi contida por esse setor e segurou o índice em 8%”, completa.

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de Veículos, motos, partes e peças e Material de Construção, o volume de vendas cresceu 12,6% em relação a maio. Pelo segundo mês consecutivo, os resultados apontaram menor impacto do isolamento social no comércio. De todas as empresas coletadas pela pesquisa, 12,9% relataram impacto em suas receitas em junho por conta das medidas de isolamento social. Em maio, esse número era 18,1%.

COMÉRCIO CRESCE 0,5% FRENTE A JUNHO DE 2019

O comércio varejista cresceu 0,5% em junho frente ao mesmo mês do ano anterior, contra recuo de 6,4% em maio de 2020, primeira taxa no campo positivo após três meses de quedas seguidas. Já o indicador acumulado nos últimos doze meses indica estabilidade no ritmo das vendas (0,0% em maio e 0,1% em junho).

O comércio varejista ampliado, em comparação a junho de 2019, teve queda de 0,9% contra -15,3% em maio de 2020, quarta taxa negativa consecutiva. Com isso, o varejo ampliado acumulou -7,4% no indicador acumulado no ano de 2020 contra -8,7% acumulado até maio. O indicador acumulado nos últimos doze meses passou de -1,0% até maio para -1,3% até junho.

 

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