SUL FLUMINENSE
A magia do Natal toma conta do comércio com muitas luzes e cores enfeitando as lojas, um encantamento que mexe com o sonho das crianças. Afinal, quem nunca esperou chegar dezembro para ganhar um presente do Papai Noel? Assim, conforme a tradição que segue entre diversas gerações as vendas de brinquedos tem grande destaque no período de Natal. Nas lojas das cidades do Sul Fluminense o movimento nos estabelecimentos especializados praticamente dobra na segunda quinzena do mês, com alta nas vendas em torno de 12%.
Em Barra Mansa, as lojas estão lotadas com pais atentos às novidades e os apelos dos filhos. Existem opções de presentes pra todos os tipos de crianças e com preços que variam de R$ 10,90 como bolas e bonecas de plástico, até os mais sofisticados lançamentos como console de videogame na faixa de R$ 2 mil, ou ainda as bonecas da linha ‘Bebês Reborn’, que imitam bebês de verdade e pode custar até R$ 20 mil. Em média, os pais gastam em torno de R$ 200 a R$ 300 com os presentes dos filhos. Para presentear crianças fora do contexto familiar, o investimento baixa para em torno de R$ 30, R$ 50, segundo relato de alguns pais ouvidos pela reportagem.
Na prática, prevalece o bom senso entre pais e filhos, afinal, o desejo da criança nem sempre está ao alcance dos pais. “Tenho três filhos e dois sobrinhos, comprar presentes para todos é complicado. A gente acaba escolhendo algo próximo ao que eles pedem, mas nunca o presente de fato indicado, devido ao preço, confesso. Já gastei R$ 1 mil só com meus filhos, os sobrinhos ainda vou decidir, porque quero comprar um celular novo pra mim. Se deixar, as crianças querem a loja toda”, comenta o servidor Marcelo Vilela.
De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas e o Serviço de Proteção ao Crédito, os filhos influenciam cinco em cada dez pais na escolha dos presentes de Natal. Ao menos 41% dos pais decidem em conjunto com os filhos qual presente comprar no Natal, enquanto 9% deixam a criança escolher sozinha; para não frustrar desejo dos filhos, 8% admitem possibilidade de não pagar alguma conta para sobrar dinheiro para os presentes. É o caso da professora e personal trainer Mônica Marcondes, que não poupou recursos para agradar seus pequenos. “Meu filho, de 9 anos, queria um Playstation 4. Já a filha, de 6 anos, falou de uma bebê de brinquedo que simula uma criança real. Eu nem sabia o que era, pesquisei e comprei por R$ 1,5 mil o tal de ‘Bebê Born’. O console dele foi encomendado, chega no dia 21. Custou R$ 2 mil. São meus filhos e gasto porque tenho a oportunidade do recurso no momento e acho que eles merecem”, argumenta.
BRINQUEDOS SEM RISCOS
É comum o entusiasmo de pais, avós e responsáveis comprando de tudo para as crianças no Natal. Mas, além da vontade de agradar, é preciso ter atenção para que a satisfação não se transforme em remorso. Para reforçar a prevenção a acidentes envolvendo brinquedos, que afetam crianças e até adolescentes, a Sociedade Brasileira de Pediatria faz o alerta aos pediatras para que orientem pais e responsáveis sobre cuidados a serem observados na hora das compras, em especial no Natal. A preocupação é contribuir com a proteção da saúde, do bem-estar e da vida da população pediátrica.
Segundo registros do Sistema Inmetro de Monitoramento de Acidentes de Consumo, os artigos da linha infantil são responsáveis por 13% dos relatos recebidos entre os anos de 2006 e 2015. Destes, 28% estão relacionados a brinquedos. De acordo com as estatísticas, escoriações e arranhões são as principais lesões causadas por brinquedos, com 18%; seguidos dos cortes (16%) e entorses e sufocamentos, ambos com 8% dos relatos registrados. “Os brinquedos devem ser apropriados à idade, ao interesse e ao nível de habilidade da criança. Um brinquedo que serve para uma criança de mais de oito anos pode ser perigoso para uma que tem três, já que estas têm tendência a colocar pequenas peças na boca e são mais propensas a engolir ou sofrer engasgos e sufocação”, explica o presidente do Departamento de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria, Mário Hirschheimer.
De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), com o Natal, a indústria deverá crescer em torno de 8%. Segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers, os empreendimentos no Brasil devem arrecadar cerca de 8% a mais neste Natal em comparação com 2017. Entre as categorias mais procuradas no período, a entidade destaca os brinquedos seguidos de calçados e vestuários.