Valença tem duas mortes confirmadas por febre amarela; população enfrenta filas para se imunizar

0

VALENÇA
A secretaria estadual de Saúde confirmou duas mortes provocadas por febre amarela no município. Além desses casos já confirmados, existem, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, outros oito casos considerados suspeitos. As vítimas fatais tinham entre 55 e 65 anos e eram moradoras da área rural de Valença.

Outro caso também confirmado em Valença, mas em que o paciente não veio a óbito já havia sido confirmado na semana passada pela secretaria estadual de Saúde. A vítima, um homem de 53 anos, está internada em um hospital particular de Resende.

Ainda de acordo com a prefeitura, materiais sorológicos dos casos suspeitos foram coletados para serem submetidos a exames, que devem sair nos próximos dias.

A assessoria de imprensa ressaltou que nas últimas vacinações o município alcançou 84% da cobertura vacinal, no entanto por ter grande área de mata, a segunda maior do estado, as equipes de saúde têm intensificado o trabalho de imunização nessas regiões rurais, inclusive realizando visitas aos domicílios.
Por enquanto foram três mortes confirmadas pela doença no estado do Rio. Duas em Valença e uma em Teresópolis, região Serrana.

Correria para se imunizar

Por conta dos casos da doença, muitos moradores da região que ainda não se imunizaram saíram à procura da vacina. Em Volta Redonda, onde a campanha teve início na manhã desta terça-feira, dia 16, muitas pessoas tiveram que enfrentar fila, no entanto a vacinação tem ocorrido sem maiores transtornos. No município, são 44 unidades de saúde que estão disponibilizando as doses.

Em posto de saúde do Santo Agostinho, em Volta Redonda, fila se formou ainda pela manhã – Foto: Divulgação/Alexandre Rodrigues

O universitário Alexandre da Silva Rodrigues Francisco, morador do Santo Agostinho, contou que a vacinação no posto onde ele foi tomar a dose contra a febre amarela está bem organizada.
“Cheguei umas 8h40min e saí umas 9h50min. A aplicação da vacina foi bem rápida, o que demorou mesmo foi a fila. As pessoas até se assustavam com o tamanho dela e tinham medo de não ter vacina suficiente para todo mundo, mas logo uma enfermeira informou que havia doses para todos e que os que não pudessem esperar podiam voltar em outro horário, pois a vacinação ali ficaria até às 16h” comentou o universitário.

No posto de saúde Albert Sabin, moradores tiveram que enfrentar fila para se vacinarem – Foto: Divulgação

Já em Barra do Piraí, várias pessoas se aglomeraram na busca pela vacinação. O Posto de Saúde Albert Sabin, no bairro Santana, e a Santa Casa foram alguns que ficaram lotados na manhã desta terça-feira. A orientação das prefeituras é que as pessoas tenham paciência e evitem filas, já há doses para toda a população.

Barra Mansa recebe 30 mil doses

O prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable (MDB), em vídeo publicado em seu perfil numa rede social, informou que o município recebeu na tarde desta terça-feira mais 30 mil doses de vacina contra febre amarela. Drable aproveitou para pedir a adesão da população.
“Participe, faça a imunização. Para que nós possamos superar esse momento de preocupação” disse o prefeito.
Na noite de segunda-feira, a UPA Centro, em Barra Mansa, recebeu centenas de pessoas que também buscavam se imunizar do vírus que já causou mortes na região.

Vacinação fracionada

Por enquanto, as vacinas aplicadas nos municípios são as chamadas “doses plenas”, as quais quem toma está imunizado pelo resto da vida. A partir do dia 19 de fevereiro serão disponibilizadas as fracionadas, indo até 9 março deste ano. A medida será adotada pelo Ministério da Saúde em três estados: Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. Com a divisão, uma dose que antes era aplicada em uma só pessoa será destinada para quatro.

Geralmente, o Brasil segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de uma dose da vacina, que faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Segundo o ministério, a dose fracionada não será destinada a todos. Crianças de nove meses a até dois anos, pessoas com condições clínicas específicas (como pacientes com HIV/Aids), gestantes e viajantes internacionais vão continuar tomando a dose padrão. A dose fracionada também não vale para quem for viajar a países que exijam o certificado internacional de vacinação contra a febre amarela.

Deixe um Comentário