Vacinação contra a pólio no Afeganistão é autorizada pelo Talibã

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NOVA IORQUE/AFEGANISTÃO

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) estão celebrando a decisão da liderança do Talibã, que autorizou o retorno da campanha de vacinação porta-a-porta contra a pólio no Afeganistão.

De acordo com as autoridades, a ação começará no próximo dia 8 de novembro e será a primeira em três anos a alcançar todas as crianças do país, incluindo mais de 3,3 milhões de menores que estavam em áreas inacessíveis às campanhas de vacinação.

Passo na direção certa

As agências da ONU destacam que uma segunda onda de imunização já foi acordada e será sincronizada com campanha nacional de pólio do Paquistão, planejada para dezembro.

O representante da OMS no Afeganistão, Dapeng Lou, afirmou que este “é um passo extremamente importante na direção certa”, já que doses múltiplas da vacina oral contra a pólio oferecem a melhor proteção.

Só houve um caso de infecção pelo vírus da pólio este ano e por isso, Unicef e OMS destacam que o país tem uma “oportunidade extraordinária de erradicar” a doença.

Entrega de vitamina A 

Recomeçar a campanha de vacinação é crucial para prevenir qualquer tipo de surto e evitar riscos de transmissão para além das fronteiras. O representante do Unicef no Afeganistão, Hervé Ludovic, afirmou esta segunda-feira que “a decisão permitirá dar um passo gigante nos esforços para erradicar a pólio”.

Durante a campanha, todas as crianças entre 6 meses e cinco anos de idade receberão também suplementos de vitamina A. As Nações Unidas continuam dialogando com o movimento Talibã, para conseguir atender às necessidades urgentes de saúde da população do país.

Garantia da segurança  

Segundo a OMS, para diminuir riscos de doenças e de mortes, as partes concordaram em começar também campanhas de vacinação contra o sarampo e a Covid-19.

A agência explica ainda que a segurança dos trabalhadores de saúde continua sendo prioridade. O Talibã teria afirmado o compromisso para a inclusão de mulheres na linha de frente da campanha de vacinação e para a garantia da segurança de todos no país.

A OMS e o Unicef pedem às autoridades e líderes comunitários para respeitarem a neutralidade das intervenções de saúde e para garantirem que todas as crianças tenham acesso à campanha de vacinação.

* Silas Avila Jr – Editor Internacional

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