Unicef diz que mundo ainda tem 635 milhões de estudantes afetados por escolas fechadas devido à Covid-19

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Unicef faz alerta para marcar Dia Internacional da Educação, afirmando que grau do impacto para as crianças chega a ser “imensurável”; agência menciona levantamento feito em estados do Brasil, onde até 10% dos alunos revelam que não retornarão às salas de aula

NOVA IORQUE

Mais de 635 milhões de estudantes continuam sendo afetados pelo encerramento total ou parcial das atividades escolares no mundo todo. Esse é o alerta emitido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Nesta segunda-feira, dia, 24, Dia Internacional da Educação, a agência da ONU divulgou os dados mais recentes sobre o impacto que a pandemia de Covid-19 está causando no aprendizado das crianças.

Apoio para saúde mental  

O chefe de Educação do Unicef, Robert Jenkins, declarou que em março desse ano, a pandemia completará dois anos e segundo ele, o nível de perdas para a escolaridade das crianças chega a ser “insuperável”.

O representante da agência da ONU vai além, defendendo que apenas reabrir escolas não é suficiente: é preciso apoiar os estudantes de forma intensiva, para que os alunos reconstruam sua saúde física e mental, seu desenvolvimento social e nutrição.

No mundo todo, milhões de crianças perderam uma parte significativa de aprendizado por terem ficado fora das salas de aula. Os mais novos e mais vulneráveis foram os mais prejudicados, segundo o Unicef.

Em países de rendas baixa e média, até 70% dos alunos de 10 anos de idade têm dificuldades para ler ou entender um texto simples, sendo que antes da pandemia, o índice era de 53%.

Exemplo do Brasil

Na Etiópia, por exemplo, os alunos do ensino primário aprenderam apenas 40% do que deveriam ter aprendido sobre matemática em um ano letivo normal. O Unicef destaca também que nos Estados Unidos, foram observados déficits de aprendizado em vários estados, como Califórnia, Colorado, Texas, Carolina do Norte, Virgínia e Ohio. A agência menciona ainda o Brasil, onde em vários estados, três entre quatro crianças da segunda série do ensino fundamental estão atrasadas com a leitura. Também em alguns estados brasileiros, 10% dos estudantes entre dez e 15 anos de idade afirmaram que não planejam retornar à escola quando as salas de aula reabrirem.

Na África do Sul, as crianças em idade escolar estão entre 75% e até um ano completo atrasadas na aprendizagem. Além disso, entre 400 mil e 500 mil alunos abandonaram as escolas entre março de 2020 e julho de 2021.

Depressão  

O Unicef destaca haver evidências que mostram que a Covid-19 gerou altos índices de ansiedade e de depressão entre crianças e jovens. Alguns estudos mostram que meninas, adolescentes e moradores de áreas rurais são os mais afetados.

Durante os períodos em que as escolas ficam encerradas devido à pandemia, mais de 370 milhões de crianças em todo o mundo ficaram sem receber refeições, sendo que para muitas, a alimentação escolar é a única fonte segura de nutrição diária.

* Luciano R. Pançardes – Editor Chefe

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