União Europeia anuncia a restrição de importação do aço brasileiro

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VOLTA REDONDA

A União Europeia (UE) aprovou na quarta-feira, 16, restrições sobre as importações de 28 produtos siderúrgicos até 2021. Todas as importações de aço ficarão sujeitas a uma cota até julho de 2021 e o volume que ultrapassar o teto deve ser taxado em 25%. A decisão notificada à Organização Mundial do Comércio (OMC) aflige os principais exportadores de aço para a UE, como a China, Índia, Rússia, Coreia do Sul, Turquia e Ucrânia. A decisão prejudicará ainda as exportações do aço produzido no Brasil, que será limitado à entrada de sete produtos siderúrgicos para seus países-membros. O mercado europeu foi o destino de 18,1% das exportações brasileiras de aço em 2017.

A restrição entra em vigor a partir do dia 2 de fevereiro, por meio de uma salvaguarda para proteger produtores locais, uma estratégia comercial da UE. Eles alegam que a medida é resposta ao fluxo de produtos siderúrgicos que passou a ser comercializado no mercado local, após o governo dos Estados Unidos impor barreira ao aço mundial. Segundo a UE, a produção que teria como destino o mercado norte-americano é atualmente redirecionada para o Europa. Além disso, a indústria siderúrgica do bloco ainda não se recupera da recente crise do setor, e a abundância de mercadoria é prejudicial.

 

A CSN é uma das principais empresas do ramo siderúrgico no país

PRODUÇÃO NACIONAL

O Brasil será atingido em sete dos 28 produtos que terão suas importações limitadas: laminados planos a quente, laminados planos a frio, folhas metálicas, chapas grossas, laminados planos de aço inoxidável, perfis e outros tubos sem costura. Procurada para comentar a respeito da decisão da UE, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou ao A VOZ DA CIDADE que não comenta o cenário do mercado de aço. A CSN atua em toda a cadeia produtiva do aço, desde a extração do minério de ferro até a produção e comercialização de uma diversificada linha de produtos siderúrgicos que incluem aços planos, revestidos, galvanizados, pré-pintados, folhas metálicas e aços longos (vergalhão e fio-máquina). Na região Sul Fluminense a CSN tem unidades em Volta Redonda (Usina Presidente Vargas) e em Porto Real (CSN Porto Real).

Por sua vez, o Instituto Aço Brasil, que congrega e representa as empresas brasileiras produtoras de aço, divulgou que a produção de laminados em novembro de 2018 foi de 2 milhões de toneladas, apresentando um crescimento de 0,9%, perante o mesmo período de 2017. Sobre as importações, novembro de 2018 alcançou 171 mil toneladas e US$ 204 milhões, resultando em um aumento de 3% e um crescimento de 15,3% em valor na comparação com novembro de 2017. E quanto às exportações os indicadores não foram divulgados pelo fato de a Secretaria de Comércio Exterior e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços terem alterado a metodologia de coleta dos dados do Portal Único de Comércio Exterior.

Segundo o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, o grande receio da siderurgia brasileira é que o excesso de aço no mundo provoque turbulência no mercado da América Latina, ampliando por exemplo a concorrência com o aço chinês. “A China representava 1,3% de nossas importações de aço em 2000. Em 2018, aumentou para 38%”, comenta.

RELAÇÃO EXTERIOR

Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores anunciou que a salvaguarda da UE terá impacto nas exportações brasileiras. O Itamaraty assegura que vem mantendo o diálogo com a União Europeia na proposta de que sejam preservadas as exportações das empresas nacionais. O governo federal garante que segue em andamento as tratativas com a União Europeia sobre o tema, visando defender os interesses dos exportadores brasileiros.

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