BELO HORIZONTE
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, está participando de um projeto de aprendizado numa comunidade do estado de Minas Gerais, que trata de promover esperança e inovações.
Segundo a Unesco, a iniciativa da comunidade Vila Betânia, em Belo Horizonte, serve como oportunidade de estudo para outras 6,3 mil espalhadas por todo o país. A estimativa é que 12 milhões de pessoas vivam neste universo e em contextos diversos, com características próprias.
Comunidades
Para a agência da ONU, as favelas não são entidades territoriais homogêneas. Mesmo que os surgimentos dos assentamentos tenham traços semelhantes como muitas pessoas ainda guardam na memória com base nos movimentos migratórios, na topografia e nas relações sociais e econômicas da época.
De acordo com um estudo do ONU-Habitat, existem duas amplas categorizações das favelas brasileiras. Comunidades de esperança identificadas como assentamentos em ‘progresso’ e bairros em declínio em processo de degeneração.
Vila Betânia
No caso da parceria com a Vila Betânia, em Belo Horizonte, a iniciativa de aprendizagem baseada em projetos, PBL, busca levar ao local as características de um assentamento progressivo e esperançoso.
Segundo a Unesco, o PBL é descrito como uma metodologia focada nas partes interessadas que trabalham juntas para desenvolver capacidades e lidar com situações complexas enquanto desenvolvem habilidades críticas, criativas e práticas.
Currículo
O currículo do projeto desenvolvido na Vila Betânia foi formado dentro da estrutura de Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Unesco. A ideia é permitir que os moradores desenvolvam suas habilidades em três dimensões da sustentabilidade, que envolvem o meio ambiente, a sociedade e a economia.
O programa interativo foi baseado nas teorias de boas práticas e métodos desenvolvidos por redes dentro dos movimentos de comércio justo, eco comunidades e agroecologia.
Desafios
Para a Unesco, o grande desafio do projeto foi como firmar o conceito de desenvolvimento urbano regenerador no meio de um território considerado distópico.
A agência da ONU acredita que existem várias maneiras de se ler a história da Vila Betânia. Mas, olhando de dentro, sente-se o vínculo de solidariedade, fundamental em qualquer forma de vida comunitária.
A agência da ONU avalia que, por muito tempo, as favelas foram “sinônimo de violência de gangues, tráfico de drogas e privações”. Porém, na Vila Betânia, como em muitas outras comunidades brasileiras, os próprios moradores começam a reescrever uma história de esperança com iniciativas e parcerias. (*Com informações da Agência ONU News).