Traça cita que fazia pagamentos a Albertassi e defesa diz que depoimento foi cheio de contradições

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SUL FLUMINENSE/RIO

A terça-feira foi dia de depoimento de testemunhas e delatores da ‘Operação Cadeia Velha’, que originou na prisão no ano passado dos deputados estaduais Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo, todos do MDB. Eles foram ouvidos no Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª região. Os parlamentares são acusados de receber propina para garantir a aprovação de medidas legislativas em favor de empresas dos setores de construção civil e transportes públicos. Foram ouvidas duas testemunhas e quatro delatores. Dentre eles, Marcelo Traça, ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), que falou a respeito de Albertassi. Ele declarou que fazia pagamentos a Albertassi e parte deles aconteceu em seu próprio gabinete dentro da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo a nota da defesa de Albertassi, “o deputado só foi citado pelo delator Marcelo Traça cujo depoimento foi cheio de contradições, o que demonstra a falsidade de suas acusações”.

A respeito de Jorge Picciani, que era presidente da Alerj, Traça disse que ele teria recebido R$ 2 milhões ao mês por quatro anos. Segundo ele, foram feitas 40 remessas ao deputado, que teriam sido entregues por intermediários. Ao todo, foram R$ 80 milhões repassados para Picciani.

Já o ex-executivo da Odebrecht, Leandro Azevedo, falou a respeito de Paulo Melo. Ele contou que o deputado teria pedido pagamentos para a campanha dele por Caixa 2.  Outro ouvido foi Benedicto Júnior, também responsável pelo setor de propinas da empresa. Ele também falou sobre o pagamento de ‘Caixa 2’ a Paulo Melo e Jorge Picciani.

A defesa de Paulo Melo disse que as contradições dos depoimentos apenas reforçam que a acusação é vaga.  A defesa de Picciani não tinha se pronunciado até o fechamento desta edição.

PRESOS

Atualmente, Jorge Picciani está em prisão domiciliar por conta de sua saúde. Paulo Melo e Albertassi seguem presos em Bangu desde novembro de 2017. Os três parlamentares respondem pelos crimes de corrupção passiva, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro. A instrução processual do julgamento está ocorrendo desde o dia 21 de maio.

OUVIDOS

Foram ouvidos ontem pelo desembargador, Abel Gomes Ricardo Pernambuco (Carioca Engenharia), Leandro Andrade (Odebrecht), Benedito Barbosa (Odebrecht) e Marcelo Traça (Fetranspor). Foram adiados os depoimentos de Carlos Miranda, apontado pelo Ministério Público Federal como operador do ex-governador Sérgio Cabral, e do ex-presidente do TCE Jonas Lopes, que estavam previstos.

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