VOLTA REDONDA
Era 7 novembro de 1988, em Volta Redonda, os operários da CSN e seus familiares juntaram-se na luta por direitos já consagrados na recém- promulgada ‘Constituição Cidadã do Brasil’. A cidade incorporou-se por inteira às reivindicações na solidariedade e questionando as brutais mortes dos operários – Wiliam, Walmir e Barroso, no dia 9 de novembro. Nesta semana, quase 32 anos depois, foram localizadas inúmeras memórias nas redes sociais entre elas, vídeos, livros, teezers e slides que marcam a data. Além disso, foi registrado o trabalho inédito dos alunos do Pré-vestibular Cidadão do MEP (Turma 2008), aos se completarem 20 anos da greve.
A síntese musicada de oito minutos, que pode ser acessada através do link: https://www.youtube.com/watch?v=5DkAiDK9iOk&t=166s, resgata de forma extraordinária a história da classe operária em Volta Redonda, ao primeiro minuto de silêncio do vídeo. Os alunos confeccionaram também, um painel que está na sala dos estudantes do pré-vestibular até hoje.
O trabalho foi coordenado na época por Rafael Stocco, que atualmente é especialista em geopolítica e professor licenciado do MEP. Segundo ele, o projeto que junta um acervo de histórias foi uma iniciativa dele junto com os amigos. “Reunimos fotografias arquivadas da Curia Diocesana, e de outros amigos, aos poucos juntamos um bom material. Pedimos ajuda e fizemos entrevistas. Conseguimos entrevistar até mesmo o bispo dom Waldir Calheiros, que nos contou detalhes de histórias da época da ditadura que nos comoveu muito. Depois com fotografias históricas e um acervo de histórias contadas pelos próprios protagonistas, foi fácil fazer o vídeo. Bem amador, mas com muita dedicação de adolescente que éramos naquele período”, contou, acrescentando o orgulho de ter o trabalho relembrado. “Fiquei muito feliz em ver esse trabalho rememorando , tenho um orgulho imenso de tê-lo feito e reconstruir mesmo que um pouquinho a história da minha cidade”, comentou.
O atual coordenador do movimento ética na política do MEP, José Maria da Silva reafirma a importância dos trabalhos realizados. “O MEP tem na sua atuação programa político, educacional e socioambiental. Como a greve que foi um momento marcante para a cidade, a escola sempre lembra desta data como momento memória história. Nossa escola procura formar cidadãos atentos aos fatos que aconteceram, provocando percepções para mudar a realidade, por isso a memória foi realizada, dando a visibilidade no sentido de empoderar as pessoas que ditadura não presta, Valorizando a democracia e condenando qualquer tipo de atitude que remeta a ditadura”, disse.
O coordenador acrescentou também que os professores farão esse ano novamente memória a situação retratada pelos alunos da turma de 2008 e que o MEP todo ano realiza ações relembrando a data, o que já está incorporado no processo educacional. “Visando não esquecer a memória e com o objetivo de reparação. O MEP realiza todos os anos iniciativas como palestras e projetos que remetem a data que este ano completa 32 anos”, disse.
