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Trabalhadores da Eletronuclear aprovam greve por tempo indeterminado a partir de 8 de abril

Por Carol Macedo
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ANGRA DOS REIS

Cerca de 400 trabalhadores da Eletronuclear participaram, na tarde desta quinta-feira, 3, de uma assembleia que definiu a greve por tempo indeterminado a partir da 0h do dia 8 de abril, terça-feira.

Segundo o presidente do Sindicato dos Eletricitários de Angra e Paraty, Cassio Tilico, a empresa não paga a data-base dos trabalhadores há dois anos, e, em maio, completará o terceiro ano sem o reajuste. “Já tentamos negociações com a empresa. Ela é autossuficiente e pode negociar, pois sobrevive da própria produção. No entanto, afirma que não pode pagar e usa como justificativa a situação de Angra 3. Não foi o trabalhador que fez pacto com o governo, mas a empresa. Se a obra de Angra 3 está parada, não se pode retirar receita de Angra 1 e 2 para pagar empréstimos. O trabalhador não pode ser penalizado por um investimento do governo”, destacou Tilico.

O presidente do sindicato explicou que a Eletronuclear deve aos trabalhadores 6,76% referentes a 100% do IPCA de 2022, mais 3,69% do IPCA de 2023/2024. Esse percentual deveria ser aplicado sobre cada salário e benefício. “E nossa data-base vence agora em maio, ou seja, teremos um terceiro percentual a ser pago”, acrescentou.

Além disso, Tilico denunciou que a empresa pretende revogar instruções normativas que garantem 25 benefícios aos trabalhadores, o que possibilitaria alterar condições de trabalho sem que essas mudanças fossem discutidas em assembleia.

Outra questão criticada pelo sindicato é a exclusão da comissão de representantes sindicais da comissão de dispensa coletiva. “Agora, por exemplo, a empresa anunciou que vai demitir 90 pessoas, que já entrarão em aviso prévio”, afirmou.

A base da Eletronuclear em Angra dos Reis conta com 1.250 funcionários, enquanto no Rio de Janeiro são 550. A unidade carioca também aprovou a greve para o dia 8 de abril. “Os serviços destinados à Eletronuclear ficarão 90% suspensos, permanecendo apenas o funcionamento básico para manter a operação de Angra 2, com o efetivo mínimo exigido por lei e pelo estatuto da empresa”, explicou Tilico.


A última greve dos funcionários ocorreu em outubro do ano passado, mas foi suspensa por decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), após a empresa entrar com um processo de dissídio. “Até hoje aguardamos a decisão do tribunal, e os funcionários seguem sem acordo”, lamentou.

Tilico ressaltou que a paralisação ocorrerá em um momento estratégico, já que a usina de Angra 1 será desligada entre os dias 7 e 8 de abril para manutenção e extensão da sua vida útil. “A greve impactará o retorno da usina à operação, o que afetará a linha do Sistema Interligado Nacional e causará prejuízos à empresa. Cabe à Eletronuclear decidir se quer negociar ou absorver esse prejuízo. O sindicato sempre esteve aberto ao diálogo, desde que a empresa esteja disposta a negociar e não a impor condições”, finalizou.

A Eletronuclear foi procurada, através de sua assessoria, diz que  foi oficialmente notificada sobre a paralisação anunciada por empregados lotados na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), localizada em Angra dos Reis (RJ), com início previsto para o dia 8 de abril. A empresa informa que, até o momento, não há qualquer notificação ou previsão de paralisação na sede do Rio de Janeiro.

A empresa esclarece que a greve não compromete a operação nem a segurança das usinas nucleares. Isso porque as atividades essenciais serão mantidas conforme previsto nos protocolos internos e nas normas regulatórias do setor.

“A empresa esclarece que apresentou proposta de acordo com reajuste integral de salários e benefícios pelo IPCA, num percentual de 3,69%. A empresa lamenta o impasse gerado pelas entidades sindicais que condicionam a assinatura do acordo a inclusão de cláusula que lhes dá participação no poder de gestão da companhia. Desta forma , a Eletronuclear ficaria obrigada a ter anuência destas entidades para poder modificar normativos internos, o que fere a legislação vigente (art. 138 da lei 6404/1976) e suas próprias regras de governança”, diz a nota.

A empresa ainda continua dizendo sobre a informação que circula de 250 demissões. “Cento e trinta e três empregados estão sendo desligados de forma voluntária ao longo deste ano como parte de um plano de demissão implementado em 2024. Adicionalmente, outros 90 já aposentados serão demitidos este ano. Essa medida está inserida em um contexto de adequação dos custos da companhia cujo objetivo é assegurar a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos postos de trabalho”, completa. o A VOZ DA CIDADE falou de 90 demissões.

Segundo a empresa, está aberta ao diálogo com as entidades sindicais, tendo mantida sua proposta de acordo com reajuste integral do IPCA para salários e benefícios. “A questão segue agora na esfera da justiça trabalhista e a empresa continua buscando um entendimento, até o momento sem sucesso”, finaliza.

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