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Trabalhadores da CSN vão as ruas protestar contra empresa e sindicato; presidente lembra que é preciso organização do movimento

Por Carol Macedo

VOLTA REDONDA

Centenas de trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foram as ruas no início da noite desta quinta-feira, dia 7, protestar contra a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos. O ato foi encabeçado pela Oposição Metalúrgica do Sul Fluminense para cobrar o acordo coletivo.

Em comunicado emitido na noite de hoje, a CSN informou que segue aberta a negociação com seus empregados, por meio de seus representantes legais, para reuniões que envolvam os interesses dos trabalhadores. “Neste sentido, recebeu, no dia 5 de abril, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, na sede da empresa, e apresentou uma proposta para o acordo coletivo 2022/2023 e abono. A empresa reforça que as negociações estão ocorrendo no prazo do acordo coletivo, cuja data base é 1º de maio.  Neste momento, resta à empresa aguardar a apreciação da proposta em assembleia, que foi convocada pelo Sindicato para o dia 8 de abril”, diz a nota da empresa.

A CSN ainda falou sobre legislação e essa negociação apenas com o sindicato legalmente constituído. “Desta forma, a CSN não reconhece a legitimidade de movimentos paralelos que ocorrem durante a negociação sindical. Eventuais disputas sindicais e movimentos pontuais não podem interferir no processo natural de negociação. É importante permitir à totalidade dos empregados, democraticamente, exercer o seu direito de votação. Seguimos abertos à negociação e contamos com a colaboração de todos”, completou a nota.

AÇÃO ESPONTÂNEA
Os atos dos trabalhadores tiveram início na segunda-feira, 5, com aumento do número de participantes nos dias seguintes. Eles fizeram questão de dizer que as ações não tinham consonância com o Sindicato dos Metalúrgicos e criticaram a diretoria. Eles criticam os salários baixos e a proposta inicial da CSN para o acordo coletivo. Não foi possível contato com a Oposição Metalúrgica até a publicação dessa matéria.
COLETIVA
Na terça-feira, a contabilização foi que cerca de 800 trabalhadores da CSN tinham cruzado os braços, reivindicando o reajuste com base no INPC mais 20% de aumento real. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Silvio Campos, rebateu em entrevista coletiva nesta quinta-feira a acusação de que abandonou a categoria. “O Sindicato sempre esteve aqui e em hora nenhuma fomos chamados pelos trabalhadores ou nos procuraram para uma reunião para falar sobre a paralisação. Entendemos que o movimento se faz necessário frente ao que os trabalhadores estão passando, com dois anos de reajuste zero. É justo e concordo que tem que parar a empresa mesmo, mas isso tem que ser feito de forma responsável e legal, para que não traga prejuízos para esses funcionários”, disse Campos.
Para o sindicalista, o grupo que está apoiando e incentivando os atos tem interesses na eleição sindical e estão utilizando a indignação dos metalúrgicos para impulsionarem a candidatura. “Infelizmente, estão usando os trabalhadores de massa de manobra em função da eleição. Eles sabem que para uma greve há um rito e que, caso não seja cumprido, pode prejudicar os trabalhadores e não vão dar respaldo quando isso acontecer. O Sindicato dos Metalúrgicos é o representante oficial dos trabalhadores da empresa e se tivermos que ir para greve, iremos, assim como fizemos em 2007, mas com a proposta rejeitada, a publicação do edital na Lei de Greve para que tenhamos respaldo judicial”, explicou.
ATO ORGANIZADO
O diretor Jurídico do sindicato, Jovelino Juffo, informou que uma paralisação precisa ter organização, pois pode comprometer a empresa. “A empresa tem equipamentos que, caso desligados, podem gerar grande prejuízo, coisa de seis meses parados, como o alto-forno. E esses trabalhadores, vão fazer o que neste período? Por isso, uma greve deve ser planejada. É preciso ver quais áreas precisam continuar funcionando, e tudo mais. Isso não é defender a empresa, é ter responsabilidade com todos. E estamos aqui para, antes de tudo, defender os trabalhadores”, afirmou.
O presidente do sindicato destacou que se a empresa não apresentar uma proposta justa vão encaminhar uma paralisação. Ele lembrou que os dois anos sem reajuste levaram sim a uma situação limite e até ao movimento de greve. Lembrou que a primeira proposta apresentada pela empresa será colocada nesta sexta-feira, 8, em votação e o sindicato orienta a rejeição. “Já tínhamos a reunião marcada com Benjamim e fomos pegos de surpresa pela paralisação, o que motivou a apresentação dessa proposta. Estamos encaminhando para a rejeição e queremos que seja com mais de 90% para mostrar à empresa que não é nem de longe o que merecemos”, explicou o presidente do sindicato.
A assembleia será das 6 às 16 horas na Praça Juarez Antunes, em Volta Redonda. Já na Unidade de Porto Real (Galvasud), a votação será das 6 às 13 horas.

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